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sábado, 26 de março de 2011

Nobel mal atribuído? Por que então não é seguido?

Paul Krugman - Nobel da Economia 2008
O economista norte-americano e Prémio Nobel da Economia Paul Krugman considerou Portugal como um exemplo do erro de reduzir a despesa pública quando existe um desemprego elevado, em coluna de opinião publicada no "New York Times".
Portugal é invocado, a par de Irlanda, Grécia e Reino Unido, a propósito do debate sobre a situação orçamental nos Estados Unidos.
Para o economista, "a estratégia correcta é (criar) empregos agora, (reduzir) défices depois".
Krugman entende que estão errados "os advogados da austeridade que prevêem que os cortes da despesa trarão dividendos rápidos na forma de uma confiança crescente e que terão pouco, se algum, efeito adverso no crescimento e no emprego".
Justifica a preferência pelo adiamento da redução do défice com o argumento de que "os aumentos dos impostos e os cortes na despesa pública deprimirão ainda mais as economias, agravando o desemprego".
Acrescenta, a este propósito, que "cortar a despesa numa economia muito deprimida é muito auto-derrotista, até em termos puramente orçamentais", uma vez que "qualquer poupança conseguida é parcialmente anulada com a redução das receitas, à medida que a economia diminui".
O Prémio Nobel da Economia lamenta que a estratégia que recomenda tenha sido "abandonada perante riscos inexistentes e esperanças infundadas". Pormenoriza: "Dizem-nos que se não reduzirmos a despesa imediatamente, acabaremos como a Grécia, incapaz de se financiar sem ser com exorbitantes taxas de juro". "Se os investidores decidirem que somos uma república das bananas, cujos políticos não podem ou não querem encarar os problemas de longo prazo" será atingida a situação da Grécia, especifica e "Deixarão de comprar a nossa dívida", admite.
Krugman adianta que "um plano orçamental sério (...) trataria dos motores da despesa a longo prazo, acima de todos os custos com os cuidados de saúde, e quase de certeza que incluiria algum tipo de aumento de impostos".
O Prémio Nobel considera que o debate sobre a política orçamental nos Estados Unidos "não está a ser sério" e que "toda a conversa é sobre cortes de despesa de curto prazo".
Depois de descrever o clima político existente nos EUA como um em que os defensores dos cortes orçamentais "querem punir os desempregados", Krugman prevê: "Os contos de fadas sobre a confiança não nos salvarão das consequências dos nossos disparates".
É reconfortante encontrar coincidências de opinião entre um Prémio Nobel de Economia e um leigo em economia (como é o meu caso), que apenas pela análise de notícias de resultados, por intuição e contas básicas de matemática, percebe que alargando o prazo de pagamento e criando condições para gerar riqueza, se pode pagar o calote, sem grandes e injustas medidas de aperto do cinto, a quem já não tem furos para o aperto.
Mas há carrapatos do sistema, que mesmo sabendo mais(?) do que nós (nesta matéria), fazem propostas tão desenquadradas da realidade social, que não conseguirão provar que sabem mais do que um Nobel e terão que ter mais cuidado com a língua, porque as intenções deles conhecemo-las bem… Basta entrar a política partidária!

4 comentários:

  1. Não morremos da doença mas vamos, com toda a probabilidade, morrer da cura.
    Incompetência (portuguesa e europeia) é o que é!!!!

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  2. Elisabete
    Bem vinda!
    Pouco nos sobra para comentar, depois de ouvir este SENHOR e o nosso Carrapatoso, a quem dedico um post logo às 19H30.
    Obrigado pela visita

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  3. Caro Miguel
    Com as mentes iluminadas que todos os dias nos invadem a tv, para que haveríamos de nos interessar pela opinião de um economista Nobel?
    O falso engenheiro e a vergonha do Porto que dá pelo nome de Teixeira dos Santos,têm tudo controlado carago...
    Ai Miguel, não sei não, mas que isto um dia vai pegar fogo lá isso vai...

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  4. maria
    Que vai dar fogo vai e o pior é que os bombeiros estão a ser despedidos... por causa de os doentes terem que pagar as deslocações de ambulância.
    ELES acham graça ao que se passa nos países árabes, mas ontem já em Londres houve manifestação das gerações à rasca.

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