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quinta-feira, 24 de março de 2011

Trabalhar com rede, não elimina risco de quedas…

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse hoje que está “grata” ao primeiro-ministro português pelo trabalho feito na consolidação das contas públicas e lamentou que as novas medidas de austeridade não tenham sido viabilizadas pelo Parlamento e lembrou que as novas medidas tomadas pelo Governo português para reduzir o défice orçamental foram de “longo alcance” e apoiadas pelo Banco Central Europeu (BCE) e pela União Europeia.
Finalmente a D. B(r)anca, Angela Merkel confessa-se agradecida ao nosso ex-PM pelo trabalho feito… e nós também, pelas razões contrárias e o governo de gestão, ou o mais tardar o próximo, deve exigir o envio do submarino, já pago, por imposição desta Sra.
E como a Sra. não sabia que tínhamos um Parlamento e que somos um país soberano (mesmo que com dívidas) gostava que as novas medidas de austeridade impostas aos portugueses tivessem sido viabilizadas, para reduzir o défice orçamental, por serem de longo alcance, tal e qual como na Grécia e na Irlanda, com resultados assassinos à vista.
O risco da dívida espanhola aumentou hoje 7 pontos base, para os 200, no que o mercado considera ser um efeito da crise política em Portugal e do quase inevitável resgate do país, segundo a imprensa espanhola.
Como se percebe pela estrutura financeira da UE e dos países da zona Euro, que funciona em rede, com dívidas entrelaçadas, qualquer corte numa ligação, tem interferência no sistema (tipo BPN?), a Espanha já está a sofrer no pelo e insiste que nós é que devemos pedir algum, comermos pão e água, para eles continuarem a comer “tapas” e um copito. Até se esquecem que o pedido de ajuda não pode ser feito por um governo de gestão.
A imprensa espanhola está hoje a dar um amplo destaque à situação em Portugal e a associar a evolução da bolsa ao perigo de “contágio” do risco financeiro derivado da instabilidade política em Lisboa.
El Mundo fala mesmo de Portugal estar “à deriva” e diz em título que a crise política “lança o país para o resgate financeiro”.
No entanto, o comissário europeu dos Assuntos Económicos, Olli Rehn, disse, numa entrevista publicada hoje num jornal finlandês, que Portugal pode não precisar da ajuda do fundo de resgate europeu e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
A Lusa diz por seu lado que o risco das obrigações espanholas a dez anos está a aumentar, depois de vários dias a descer, “arrastado pelo que o mercado considera ser o efeito da situação política e económica em Portugal”.
Um deputado do PP espanhol manifestou-se hoje por seu lado preocupado com um eventual resgate a Portugal, “tenha um efeito de contágio em Espanha”, país que “não fez os seus deveres” económicos.
E a imprensa espanhola, como espanhola que é, receia o contágio de Portugal, apesar de já estar contaminada, por ficarmos à deriva (como se já não andasse-mos) e esquecendo-se que a Bélgica tem um governo interino há um ano e até agora não foi considerado como um problema maior, na perspectiva União Europeia. Só deixa de ser caso único…
Afinal em Espanha, os juros já estão a subir e o governo não se demitiu e já há um deputado (do PP) a ver o que acima já disse.
Mas, ao contrário dos maus agoiros, o comissário europeu dos Assuntos Económicos, que é dos que muda de opinião todos os dias e desmente sempre o que os outros dizem, veio dizer que Portugal pode não precisar da ajuda… e esperemos que não precise daquelas medidas de austeridade, e se lembrem de alongar o prazo de pagamento (como fizeram com a França para reduzir o défice, há 4, ou 5 anos), para cumprirmos as nossas obrigações, com honra e dignidade e não nos chamem “PIGS”…
Juros da dívida soberana portuguesa lideram as subidas nos PIIGS. Juros a 5 anos abrem em 8,36%. Maior subida é nos juros a 3 anos, já acima dos juros a 10 anos.
Cimeira toldada
Segundo os analistas da Eurointelligence, a própria cimeira da União Europeia, que se inicia hoje, está toldada não só pela crise política portuguesa, mas também pelo impasse na renegociação do Memorando de Entendimento com a Irlanda (que, recentemente, elegeu um novo governo de coligação), bem como pelas divergências internas notórias na Alemanha e a provável oposição da Finlândia (que vai a votos em abril) ao acordo que tem sido negociado durante este mês.
Todos os media fizeram notícia da subidas das taxas de juro das dívidas, relacionando-as com a queda do governo, o que É FALSO, já que eles próprios, todos os dias davam a mesma notícia, quando o governo estava legitimamente em funções. Haja seriedade, análise e respeito pela lógica das causalidades. Ao menos apresentavam um garficozinho dos últimos 30 dias...
E afinal, a Cimeira da União Europeia, que se inicia hoje, está toldada, não pela situação portuguesa, mas outras e mais sérias questões, que levarão, mais ano menos ano, ao fim da UE e da zona Euro, o que nas circunstâncias e nas consequências, nem era bom, nem mau, antes pelo contrário.
Sociedades? Nem com a mulher (companheira)!
Entretanto, a VIDA CONTINUA, melhor para uns e pior para outros, mas há sempre a reconstrução, das sociedades e dos edifícios, que implementam a indústria da construção civil. Aqui é que nem isso…

3 comentários:

  1. Pois é Miguel, não elimina mesmo. O problema é que agora somos nós que os contagiamos a eles. Quando eles caírem são eles que nos contagiarão a nós.

    Para além disso, depois destes sacrifícios todos que fizemos, fazemos e faremos, ver agora entrar o FMI é a estocada final. Pagamos por não querermos o FMI e vamos pagar por termos cá o FMI.

    Assim é que não dá Miguel... Bastava pagarmos a nossa crise. Não era preciso estar agora a arriscar ir pagar as crises dos outros.

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  2. Elenáro
    Pelo que percebi (talvez seja estúpido) eles ficaram mais atrapalhados do que nós. Por muito que digam que a (macro)Economia não é a mesma coisa que a familiar, a diferença é só na argumentação enganosa. Se eu devo a alguém, esse alguém não quer que eu vá à falência e se houver mais credores vão fazer tudo para que eu me aguente e pague.
    Estou a assistir à Reunião e estão todos mais atrapalhados que o Sócrates (que só está envergonhado).
    Mas isto vai ser o fim do Euro (graças a Deus, digo eu) e da UE, que afinal não serve para nada, a não ser para lhes comprarmos o que não nos deixam produzir, o que produzimos a mais deitamos ao lixo e endividamo-nos com estes truques.
    Vamos esperando... Só que a seguir a coisa vai piorar, com as DESCULPAS.

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  3. Elenáro
    A propósito da rede, vai aqui:
    http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=475409

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