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segunda-feira, 21 de março de 2011

Não faça ecografias, beba leite japonês!

Natureza morta. Clique AQUI para ver o infográfico original 

Os acidentes nucleares têm consequências graves e de longa duração para o meio ambiente e as populações próximas. Passados 25 anos do pior desastre nuclear da história, Chernobyl é ainda hoje uma cidade-fantasma na Ucrânia. Não é permitido ficar mais de 15 minutos nas imediações da antiga Central soviética, cujo reator explodiu em 1986, matando 30 funcionários em apenas 30 dias e contaminando toda a vida ao seu redor.
A exposição de material nuclear ao meio ambiente liberta substâncias radioativas no ar e no solo. Essas substâncias contaminam as plantas, os rios, os animais e as pessoas à volta. Os dois elementos mais perigosos são o iodo radioativo e o césio, subprodutos da fissão nuclear do urânio. Em Chernobyl, o césio contaminou em cadeia: o solo, a vegetação que extraía nutrientes deste solo, o gado que se alimentava desta vegetação e, por fim, as pessoas que tomaram o leite de vacas contaminadas. “A radiação não deixa o solo infértil, mas tudo que ali cresce, acaba contaminado”, explica o engenheiro agrónomo Virgílio Franco, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da USP.
Um dos grandes problemas da contaminação nuclear é que os níveis de radioatividade podem permanecer altos durante décadas. Chama-se decaimento radioativo o processo pelo qual um isótopo radioativo, instável, perde energia espontaneamente e se transforma num átomo mais estável, não radioativo. Esse processo pode levar dias, como é o caso do iodo radioativo, ou décadas, no caso do césio radioativo. “Apesar de ser eliminado em até 30 dias pelo corpo humano, o césio pode durar 60 anos no ambiente, até desaparecer completamente”, diz Franco.
Os especialistas não acreditam que a crise nuclear no Japão ganhe as mesmas proporções da tragédia de Chernobyl, apesar das incertezas que ainda cercam o acidente. Em escala de emergência, o desastre na Central de Fukushima alcançou o mesmo grau de outro grave acidente nucler, o de Three Mile Island, nos EUA, em 1979. Na Central americana, ao contrário da soviética, não houve explosão do reator, mas o derretimento parcial das varetas de combustível - risco que também corre a Central japonesa. O derretimento das varetas de Three Mile Island libertou uma quantidade de radiação que expôs a população à volta a níveis, em média, equivalentes a apenas um exame de raio-X. Nos casos mais extremos, foram registados níveis de exposição equivalentes a um terço da radiação natural absorvida durante um ano.
Como se constata, comparar os perigos do nuclear com os de outras energias, não se podem comparar, porque os números dos feridos, não têm a mesma leitura no mesmo segmento de tempo, nem de contaminações/transformações sobre o meio ambiente.
É fácil perceber, que um choque eléctrico é um bocadinho diferente de uma exposição radioativa. Mas os lobbies ande continuar a pregar para os peixes e os homens hão de continuar a pensar que estão a pregar para eles…
E falta apresentar a lista de desastres nucleares, que tem sido calados e que procuraremos apresentar.
Foram hoje detectados vestígios de iodo radioactivo na água de Tóquio e de outras localidades, assim como níveis de radioactividade acima daqueles que são permitidos por lei, no leite oriundo da região de Fukushima e nos espinafres da região de Ibaraki.
Estes níveis de radioactividade não são perigosos para a saúde, sublinhou  o porta-voz do governo Yukio Edano , que pediu à população para manter a calma. “Mesmo que alguém se pusesse a beber leite contaminado durante um ano, a dose de radiações que receberia seriam o equivalente às que se recebem durante um scanner feito num hospital” e “Mesmo que uma pessoa continuasse a comer espinafres contaminados durante um ano, a dose de radiações que receberia seriam o equivalente a 1/5 da dose recebida durante o scanner, acrescentou.
Pelos vistos, o governo japonês, que não sabe o que há de fazer, vem dizer ao povo que fique sereno e que façamos de conta que vamos todos fazer umas ecografias (mas sem se ver os resultados)…
Se assim fosse, para que tanto alarido a nível planetário?
Foto

6 comentários:

  1. Isto dos efeitos radioactivos tem muito que se diga...tanto no que diz respeito à maneira como se contamina e quanto tempo ficamos contaminados. Sei que nos tratamentos de radioterapia as radiações permanecem no organismo durante 10 anos.E neste caso os tratamentos demoram pouquíssimo tempo de cada vez. e só incidem nas zonas a tratar. o pior são as contaminações de que desconhecemos a origem...

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  2. Ema
    Só os resíduos radioativos, demoram milhões de amos, milhões e são eles que dizem. E o pior são mesmo os resíduos.

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  3. :(
    e isto tudo para que alguém enriqueça????
    porca miséria!

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  4. Anabela
    Não exageres! É só uma ecografia por ano (do leite), mais as correspondentes aos restantes alimentos, porque não serão só os espinafres...

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