A linguagem dos tempos actuais resume-se ao economês, ou seja, à prevalência de tudo o que é argumento da economia ou das finanças.
O que se ouve e defende é apenas que é preciso aumentar os impostos, reduzir os vencimentos, liberalizar os despedimentos, ou minimizar a indemnização por despedimento ilegal, que vai dar ao mesmo resultado.
Os direitos sociais são comprimidos e os individuais são atropelados.
Aquilo que eram, até há pouco tempo, direitos adquiridos, hoje são completamente ignorados pelo discurso do economês, o qual serve de "ponto" ao discurso oficial do político.
Ninguém se pergunta sobre o fundamento desta linguagem. A verdade é que os resultados, do passado recente, não dão qualquer legitimidade ao discurso do economês. Só chegámos à realidade actual fruto da especulação, da ganância e da falta de regras, que levaram ao descontrole do sistema financeiro.
Onde nos vai levar esta prática, fruto deste discurso? A bom lugar, não.
A revolta dos gregos nas ruas, esta semana, devia levar-nos a reflectir.
Nestes momentos, decisivos, mais se exige aos Tribunais e aos Juízes a assumpção, em pleno, da realização da Justiça e do Direito, dando a cada um o que é seu.
António Martins, Presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses
Sem contestar o que é dito, a verdade é que cada área “científica”, cada vez mais tem o seu “dialecto” próprio, para delimitar a discussão a um número reduzido de intervenientes e escudarem-se no “rigor científico” das suas práticas.
A génese do economês, não é muito diferente da do “eduquês”, ou da do “jurisduquês”, mas é diferente a argumentação para as medidas em cada uma dessas áreas, que pretendem justificar o injustificável, baseadas no respectivo “dialecto”, que nada têm a ver com a dialéctica, pelo contrário, contrariam-na.Juízes apresentam queixa contra o Governo
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