Dados oficiais não batem certo. Ou o aumento dos descontos para a ADSE e a nova CES não são suficientes para garantir os 388 milhões de euros necessários ou o Governo ainda não revelou detalhes relevantes sobre as medidas.
O Ministério das Finanças não comenta os alegados erros nas contas com o plano do Governo para compensar o chumbo da convergência de pensões.
No total, é preciso ir buscar 388 milhões de euros. Deste bolo, o Governo confirma que 160 milhões vêm do aumento das contribuições para a ADSE e sobram assim 228 milhões de euros, que viriam do alargamento da base de incidência da CES.
Só que as contas do “Jornal de Negócios” e do “Público” apontam para um contributo em torno dos 100 milhões de euros, valor calculado a partir do cruzamento das explicações dos ministérios e das simulações do portal do Governo, com a nova configuração da CES.
- Nova CES afecta mais 79.800 pensionistas
- Nova CES afecta mais 136.000 pensionistas do Estado e da Segurança Social
- 120 milhões - Alargamento da CES permitirá metade do encaixe previsto
- Alterações na CES e aumento da ADSE permitem encaixe de 388 milhões
“Os pensionistas vão perder este ano com a nova Contribuição Extraordinária de Solidariedade, que o Governo aprovou esta semana, mais de 750 milhões de euros. Já em 2013, segundo os dados da execução orçamental, os reformados terão tido cortes no rendimento, por via da CES, de quase 524 milhões de euros. Ou seja, em 2014 o corte no rendimento dos reformados abrangidos pela CES vai aumentar 43%”, diz o CM.
1. Ou o Governo ainda não revelou detalhes relevantes sobre as medidas do Plano B(ruto) ou o mais certo é a revelação dos ladrões que a meio do assalto levam o que podem, antes da reação dos reféns reajam ou do toque de alarme e cheguem os Juízes do Tribunal Constitucional;
2. Outro indicador de que o Plano B(ruto) do assalto não foi bem desenhado, passa pelo esquecimento, de pouca monta, de cerca de 56.200 reformados da SS;
3. Mais um indicador de que os estrategas do Plano B(ruto) não sabem mesmo desenhar é o governo não comentar os erros nas contas, de cerca de 100 milhões de euros, para compensar o chumbo da convergência de pensões e cujo acórdão, assim sendo, não é cumprido;
4. E porque os media vão atrás do Plano B(ruto), a confusão entre o número de vítimas anunciado oscila entre os 79.800 e os 136.000, coisa pouca, no meio de tanta trapalhada;
5. Pelas mesmas razões (trapalhadas e seguidismo), os media anunciam como previsão do montante a sacar por arrastão das bolsas dos reformados, insuficientes 120 milhões de euros, os “necessários” 388 milhões de euros e até cerca do dobro, com 750 milhões, com uma ligeireza que nos deixa inquietados, talvez porque os jornalistas estão no ativo e cobrem o assalto ativamente;
6. No fim das contas, a ser verdade que em 2013 os reformados terão sido roubados no seu rendimento, por via da CES, em quase 524 milhões de euros, mesmo que lhes roubassem este ano mais de 750 milhões de euros (mais 43%), só haveria um aumento do saque em 226 milhões de euros, aquém dos 388 milhões, faltando sacar mais 122 milhões, o que resultaria num aumento imoral de 74%.
Mas como já estamos habituados às previsões e aos erros das folhas de Excel, tradição que Gaspar transmitiu aos seus ex-colaboradores nas suas palestras “formativas”, nada nos espanta, a não ser a persistência e a obsessão de assaltar os ex-construtores do país durante os últimos 40 anos, que por razões naturais estão impedidos de trabalhar na economia paralela e em grande número, por razões físicas e psicológicas estão numa situação de apatia e de impedimento à reação. E só por isso, a coragem do executivo só pode ser entendida como atitudes (de) cobardes…
O pior, e sobre o que não se ouve um só comentário contraditório, é que este Plano B(ruto) e de esperteza saloia possa entrar em vigor sem o aval do Tribunal Constitucional, que teria que retificar a conformidade da “solução” com o espírito e a letra do acórdão…
Será mais um colossal buraco na Constituição ou estamos a ser manipulados pelo governo, acolitado pelos media?
Não há por aí nenhum constitucionalista para esclarecer?
Agradece-se!
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