Vários são os desígnios velados que a Oligarquia Financeira Internacional procura atingir com a Crise que deliberadamente criou. No seu determinismo de desregulação e de conquista das Economias Nacionais, conta com bancos, agências de notação financeira, o FMI, o Banco Mundial, o BCE, a OMC, etc., etc., e com um exército de testa-de-ferro instalados nas empresas do Estado e nos Governos, onde operam como "Facilities Manager" de negócios para essa Elite conspirativa.
Vejam-se os casos mais sonantes de António Borges e de Carlos Moedas, o primeiro consultor do Governo para as Privatizações e o segundo, membro atual do mesmo Governo, ambos com passagem pelas fileiras do Goldman Sachs, um dos bancos que teve mais responsabilidade na origem da Crise e na maquiagem financeira do défice público grego. Conta também com uma poderosa máquina de propaganda ideológica que procura convencer o cidadão comum da inevitabilidade de ser o próprio a pagar o prejuízo, apropriando-se assim do produto do seu Trabalho, "custe o que custar"...
O maior propósito da Elite Global é de facto apropriar-se de ativos e de sectores até agora tutelados pelo Estado, sendo o da Previdência Social, talvez o mais cobiçado. Do ponto de vista económico pode proporcionar grandes lucros e do político, permitir uma maior dependência dos povos relativamente ao seu Poder Globalizante Totalitário.
A receita não é nova. Tem vindo a ser aplicada desde os anos 80 do Século XX aos países que caem na armadilha da "ajuda financeira" do FMI e do Banco Mundial, inclusive a pretexto do combate à pobreza. No livro "A Globalização da Pobreza e a Nova Ordem Mundial", do Professor de Economia Canadiano Michel Chossudovsky, no capítulo "A 'redução da pobreza' e a 'rede de segurança social'", podemos ler o seguinte: "A partir dos finais dos anos 80, a 'redução da pobreza' tornou-se uma das 'condicionalidades' dos acordos de empréstimos do Banco Mundial. A 'redução da pobreza’ apoia o objetivo do serviço da dívida: 'a redução sustentável da pobreza' sob o controlo das instituições de Bretton Woods assenta em cortes no sector social e no reencaminhamento das despesas públicas, numa base seletiva e simbólica, 'a favor dos pobres'. O objetivo do 'Fundo de Emergência Social' (FES) (Social Emergency Fund - SEF) (estabelecido no modelo Bolívia-Gana) consiste em proporcionar um 'mecanismo flexível' para 'gerir a pobreza', enquanto simultaneamente desmantela as finanças públicas do Estado. Neste quadro, os pobres são definidos como 'grupos alvo'”.
Mais adiante, Chossudovsky esclarece que no futuro o Estado Social mínimo para os pobres, que já é presente em muitos lados, estará a cargo de ONGs filantrópicas que viverão de doações e da subsidiação mitigada do Estado, sendo esta solução muito mais vantajosa para a Elite Global.
Segundo Santiago Camacho, jornalista e escritor espanhol, afirma a dado passo do seu livro "A Troica e os 40 ladrões", que o Estado Social na Europa, sob a tutela do Estado, também é para acabar. E é, porque à Oligarquia Financeira Internacional, depois da derrocada da União Soviética e da penetração económica da China Comunista no Ocidente, já não interessa, do ponto de vista estratégico, manter esse Estado Social, que era aceite para demonstrar ao cidadão ocidental das vantagens do Capitalismo face ao Comunismo da Cortina de Ferro. Para a Elite Global chegou a hora de se ressarcir das perdas que teve durante a "Guerra Fria".
Com efeito, o que se pretende, independentemente do lado político estratégico da questão social, é afastar o Estado, qualquer Estado, das suas obrigações sociais e outras, gerando para os privados novas oportunidades de negócio que o Sector Social pode gerar, nomeadamente no Ensino, na Saúde e nos Fundos de Pensões. Mas atenção, continuando os dinheiros públicos, gerados por impostos sobre o Trabalho, a fluir, mas para os bolsos dos "investidores privados de elevada nobreza". Quer-se por exemplo um "negócio" livre de riscos como o que o Presidente Obama arranjou para as seguradoras norte-americanas... Cerca de 45.000.000 de pobres têm agora direito à "saúde pública" através de uma apólice cujo prémio é pago pelo Governo Federal. Ficamos na dúvida se de facto se trata de uma "bondade" para os pobres ou se para as Seguradoras... E falar de Seguradoras é como falar de bancos, já que muitos destes têm nos seguros uma preciosa fonte de lucro, a par da atividade financeira especulativa. Dá vontade de gritar como D. Álvaro Vaz de Almeida: "É fartar... fartar... vilanagem"!
Artur Rosa Teixeira
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