Para o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, a reforma do Estado social apenas se conseguirá fazer através de uma análise sistemática dos problemas e da construção de uma "visão de futuro".
"É necessário um novo contrato social assente no desenvolvimento de instituições que subordinem a despesa pública ao esforço tributário socialmente aceitável e a uma hierarquia de prioridades politicamente legitimadas. O contrato social deve ter esse ponto de partida", afirmou. "Se os suecos puderam, se os australianos e os canadianos puderam, nós também conseguimos", disse na abertura da conferência que pensa a organização do setor público.
E defendeu, que "este é o momento de corrigir o rumo". É por isso fundamental "saber onde queremos chegar e como podemos lá chegar. E finalmente será possível criar um plano de ação".
Ainda assim, lembra que os "riscos de fadiga e resistência passiva não podem ser menosprezados".
O governador do BdP acredita que é necessário um "debate abrangente e participativo" e concretiza: "Ninguém pode empreender uma reforma sem conhecimento e envolvimento dos próprios agentes. É muito importante a comunicação de todo o processo".
A presidente do Conselho de Finanças Públicas, Teodora Cardoso, afirmou que Portugal "não se pode limitar a importar reformas concebidas no exterior" e defende a necessidade de se traçar uma estratégia que promova a continuidade das reformas.
"A frequência e variedade de reformas com a ausência de avaliação dos seus resultados ou da falta deles em muito casos, assim como a inexistência de um pano de fundo consensual que promova a continuidade das reformas" são dos pontos a evitar.
Teodora Cardoso defendeu que Portugal "não se pode limitar a importar reformas concebidas no exterior" e que a conferência 'Para uma Reforma Abrangente da Organização e Gestão do Setor Público', deveria ajudar a traçar uma estratégia que melhor se adeque à realidade portuguesa.
"As crises são também oportunidades para repensar o que precisa de ser corrigido com vista a acelerar a saída da crise e, sobretudo, para garantir que as mesmas circunstâncias não se voltarão a repetir", disse e defendeu que é necessário arranjar tempo para se planear bem uma estratégia e as condições para que esta comece a avançar, e não ficar à espera que as circunstâncias se tornem as ideais, afirmou.
Hoje em dia, já ninguém repara que quem avança com doutrinas políticas, define os objetivos e desenha as respetivas estratégias, na maioria dos casos, são Economistas (a campanha foi bem lançada), que apesar de terem tido a maior cota de responsabilidade nas “bolhas”, nos buracos, nas avaliações, nas supervisões, etc., que deram origem à crise, que vamos pagando e reclamando. E por isso, não se entende que sejam os incendiários a dizerem-nos como se apaga o fogo…
Vem isto a propósito das palavras do Governador do BdP (Economista), a propósito da viabilidade do Estado Social, que apesar de parecerem sensatas, quando diz que é possível um novo contrato social de acordo com as nossas possibilidades, que sacrifícios a mais cansam qualquer sociedade e que não há reformas sem o envolvimento de todos. Mas…
Como governado do BdP, gostaria e tínhamos todos o direito que ele nos apresentasse contas, números, sobre as verbas que o Estado recebe dos contribuintes, sobre a repartição desses montantes pelas diversas áreas sociais (não precisa de falar no PIB, nem fazer comparações) e concluir com o resultado, positivo ou negativo. Seria uma forma de entendermos (se fosse para entender) por que andam a falar num corte de 4.000 milhões e sabermos por que temos que pagar tanto imposto, por que somos tão saqueados e como e quando sairemos deste pesadelo.
Entretanto, dentro das suas competências, podia falar das fraudes bancárias e quantitativos, dos offshores e montante que anda por aí sem pagar impostos, mesmo que fosse preciso fazer um desenho para a gente entender melhor o que ele sabe, que nós desconfiamos…
Só isso bastava, porque para decidir, em eleições, cá estará o povo…
Também a presidente do CFP, Teodora Cardoso (Economista), igualmente com bom senso, vem contrariar a importação de “reformas” que nos impõem e alguns de cá até aceitam e aplaudem (à falta de ideias), que é preciso tempo para, com honestidade intelectual, se chegar ao fim de estratégias implementadas com seriedade e adaptadas continuamente. Pois claro!
É de destacar a denúncia de um procedimento acéfalo, que se traduz, há anos e anos, na frequência e variedade de reformas, sem que haja qualquer avaliação dos resultados das situações vigentes, o que torna qualquer nova “reforma” mais um tiro no escuro… Pressupõe-se que está a dizer que vamos continuar a cometer os mesmos erros, porque como dizia alguém, “se fizeres sempre a mesma coisa da mesma maneira, terás sempre os mesmos resultados”…
A esta Economista não exigimos números nem contas, porque os dois últimos relatórios do Conselho de Finanças Públicas já os apresentaram e demonstraram, tecnicamente, que as políticas seguidas por este governo iam dar no que deram, como o presente nos mostrou e o futuro próximo lhe dará razão. Infelizmente!
Tudo isto não valida que sejam Economistas a falar de política, o mesmo se diga para os políticos, que não percebem nada de Finanças e sabe-se lá se tem biblioteca…
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