A economia verde – sistema económico apoiado na sustentabilidade – poderia retirar milhões de pessoas da pobreza e mudar o sustento de grande parte das 1,3 mil milhões de pessoas que ganham apenas (USD 1,25) 0,80 € por dia no mundo inteiro. Este foi o resultado apresentado nesta quinta-feira pela PEP, uma rede bilateral de agências de suporte, bancos de desenvolvimento, agências da ONU e ONGs internacionais, durante a Rio+20.
O relatório “Construindo uma Economia Verde Inclusiva para Todos” apresentou políticas para reduzir a pobreza e simultaneamente apoiar a sustentabilidade ambiental, com base em políticas fortes e investimentos dos setores público e privado.
O estudo aponta 5 fatores críticos para a economia verde inclusiva: 1) políticas socioeconómicas, 2) capacitações locais, 3) mercados inclusivos, 4) harmonização internacional e 5) novos parâmetros para medir o progresso.
1) As políticas sociais económicas nacionais devem ter regimes tributários e programas verdes de proteção social.
2) Os direitos e capacitações locais servirão para garantir que a população carente tenha posse sobre os seus recursos naturais.
3) Os mercados verdes inclusivos expandirão o acesso da comunidade carente às redes de fornecimento para os produtos e serviços verdes.
4) A harmonização internacional significa que países com maior rendimento precisam fornecer ajuda coerente, comércio e outras políticas de suporte para possibilitar que os países de baixo rendimento possam ser bem-sucedidos na transição para a economia verde.
5) Quanto aos novos parâmetros para medir o progresso, o estudo apontou que é preciso ir além da limitação do PIB, para um indicador mais abrangente de progresso socioeconómico, social, ambiental e de bem-estar humano.
Ainda segundo a PEP, as principais barreiras para a prática de uma economia de inclusão social que preserva os recursos naturais são os investimentos específicos e as reformas necessárias na forma de governar.
O novo relatório demonstra que muitos dos Países Menos Desenvolvidos, assim como muitas regiões pobres dos países com rendimento médio possuem alto grau de recursos naturais, que lhes permitem construir uma economia verde que possa reduzir a pobreza de uma forma sustentável.
De acordo com o subsecretário Geral e diretor Executivo do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Ambiente), Achin Steiner, os países estão a aproveitar a oportunidade para aproximar a economia e a ecologia para gerar resultados sociais transformacionais.
— O desafio para os líderes mundiais reunidos na Rio+20 é gerar e dar apoio às políticas e aos pacotes catalisadores financeiros e de proteção social de forma que possa apressar estas ambições e aumentá-las exponencialmente.
Para a presidente em exercício do Instituto de Recursos Mundiais, Manish Bapna, ao abraçar uma economia verde inclusiva, “os líderes na Rio+20 têm uma oportunidade rara de melhorar as vidas de milhões de pessoas”.
O estudo cita muitos exemplos fortes de países em desenvolvimento que estão a mudar para uma economia verde de forma bem-sucedida. A Mongólia atualmente está a construir o seu primeiro parque eólico de 50 megawatt, e este deve gerar um valor estimado de 5% da energia necessária ao país.
Os países menos desenvolvidos, com infraestruturas menos desenvolvidas podem beneficiar da economia verde inclusiva em áreas de eficiência energética e tecnologias limpas para os modernos sistemas de transporte público. Em Lagos, na Nigéria, as parcerias públicas e privadas reduzem o congestionamento, melhoram as condições nas favelas e ajudam a criar cerca de 4.000 empregos, relacionados com o meio ambiente, para a comunidade jovem desempregada.
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