No meu último artigo escrevi sobre o desafio de conjugarmos crescimento económico e protecção ambiental, identificado pela primeira vez pela comunidade internacional na Cimeira da Terra no Rio de Janeiro em 1992.
Passados 20 anos, voltamos a reunir-nos na Rio+20, a Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, a 20 de Junho. Apesar dos progressos feitos desde a primeira Cimeira da Terra, vivemos ainda num mundo com mais de 1.000 milhões de pessoas em situação de pobreza, 2/3 dos ecossistemas em declínio e confrontados com o desafio económico mais difícil das últimas décadas. A nossa segurança económica, social e ambiental e o nosso bem-estar futuro, dependem de resultados tangíveis nesta Conferência.
O Reino Unido está a trabalhar arduamente para alcançar um resultado positivo que inclua uma visão para um crescimento verde e um acordo para atingir objectivos de desenvolvimento sustentável. Sei que Portugal partilha esta vontade de alcançar um resultado ambicioso. O facto de Portugal e o Reino Unido estarem representados ao alto nível de primeiro-ministro e vice-primeiro-ministro, demonstra a convicção de ambos os governos de que se não formos capazes de proteger os nossos recursos naturais, comprometeremos irremediavelmente o crescimento económico a longo prazo. A Rio+20 representa uma oportunidade para acelerarmos a agenda do crescimento que consideramos vital para reanimar as nossas economias e estimular a criação de emprego. É também uma oportunidade para demonstrarmos o nosso empenhamento em resolver os desafios interligados de erradicar a pobreza global e gerir os cada vez mais escassos e preciosos recursos naturais.
Há duas questões essenciais para o sucesso no Rio de Janeiro; a acção e o empenhamento dos governos, por si só, não serão suficientes. É vital conseguirmos o empenhamento do sector privado em promover uma economia mais verde através do comércio, da inovação e do investimento.
Sabemos que o mundo natural está na base de 40% da economia global. Num mundo que enfrenta o desafio de segurança dos recursos naturais, as práticas empresariais sustentáveis devem tornar-se regra - não apenas por uma questão de responsabilidade social corporativa, mas também para garantir resultados. Há que ter em conta que a racionalização do consumo de recursos pode proporcionar uma poupança global de 3,58 mil milhões de euros.
Também é importante que a UE trabalhe com eficácia em conjunto, dialogando de forma construtiva com os seus parceiros em desenvolvimento e negociando com flexibilidade e coerência. Existe um enorme potencial para a UE em fóruns internacionais quando fala a uma só voz. Provámo-lo em Dezembro nas negociações da Cimeira do Clima em Durban e espero que, no final deste mês, possamos voltar a fazê-lo no Rio de Janeiro.
Jill Gallard, Embaixadora do Reino Unido
Da Cimeira do Clima, realizada no final do ano passado em Durban, ninguém ouviu falar, nem antes, nem depois, talvez porque se pensasse que a crise económico-financeira fosse mais importante e estivesse desligada de uma visão holística da vida.
Provavelmente, o mesmo vai acontecer coma RIO+20, mas por se realizar num país lusófono, talvez a Google inclua nas suas notícias o andamento dos trabalhos e as suas conclusões…
Por aqui vamos dando conta, para que não digam que não falamos de flores…
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