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sábado, 16 de junho de 2012

Quando é preciso “cacau” os pobres que paguem!

Não houve consenso para fechar o rascunho final do documento.
O Brasil assume o comando das negociações na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), prometendo pulso firme para garantir que os impasses diplomáticos sejam resolvidos antes do início da cimeira de alto nível, no dia 20, quando os ministros e chefes de Estado deverão aprovar o documento final da conferência.
O documento que está em negociação trata de vários temas ambientais, sociais e económicos considerados essenciais para colocar o planeta no rumo do desenvolvimento sustentável, como gestão da água, redução da pobreza, segurança alimentar, energias limpas e modelos económicos "verdes".
O grande dilema é como financiar a implementação destes modelos, para que as eventuais decisões da conferência não fiquem só no papel - como ocorreu com vários dos compromissos assinados na Rio-92, há 20 anos.
Prazo esgotado
O último dia de reunião do Comité Preparatório (PrepCom) era para concluir o rascunho final do documento-base para ser entregue aos líderes políticos.
Divergências entre países ricos e pobres, porém, prevaleceram sobre vários temas - especialmente no que diz respeito aos chamados "meios de implementação", que tratam da transferência de recursos financeiros e tecnológicos para países em desenvolvimento, para auxiliar na transição para um modelo de economia verde. A sugestão de um fundo de US$ 30 bilhões por ano para a sustentabilidade proposto por países em desenvolvimento não foi bem recebida pelos países ricos.
Brics
O Conselho de Desenvolvimento Económico e Social da Presidência da República vai promover três encontros abertos para mobilizar as sociedades civis da União Europeia e dos países componentes dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em volta de temas relacionados com o desenvolvimento sustentável.
Divisão entre ricos e pobres não faz sentido, dizem EUA
Os EUA, a União Europeia e o Japão resistem ao princípio que diz que os ricos devem pagar a maior parte dos custos de preservação do meio ambiente.
Uma diferenciação rígida entre países desenvolvidos e em desenvolvimento não faz mais sentido. Por isso os EUA querem interpretar o princípio das "responsabilidades comuns, mas diferenciadas" de modo mais flexível, afirmou o enviado especial de Barack Obama para as Mudanças Climáticas.
Na Rio+20, a reafirmação do princípio é uma exigência do G77, que reúne mais de 130 países em desenvolvimento. Mas os EUA, ao lado da União Europeia e do Japão, resistem, alegando que emergentes como China, Índia e Brasil devem contribuir mais.
Negociadores da União Europeia afirmaram que o grupo não fugirá aos compromissos da Eco-92, em especial das responsabilidades comuns, porém diferenciadas.
Na hora de pagar os estragos feitos, até agora feitos pelos países desenvolvidos e de há tempos para cá, também e exponencialmente pelos Brics, os primeiros convergem, concertadamente, que as responsabilidades nos prejuízos são comuns a ricos e pobres (imergentes e emergentes), mas diferenciadas pelas circunstâncias económico-financeiras dos ricos (empobrecidos) e pelos estragos que a emergência ampliou.
Também aqui, como nos países, o sistema manda que os pobres paguem a crise, mesmo que ela seja dos ricos…
Há coerência!  

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