O deputado Honório Novo acusou o ministro e o Governo de estarem a enganar os portugueses com o Documento de Estratégia Orçamental (DEO) que, para o PCP, é na verdade “o velho PEC” - o Programa de Estabilidade e Crescimento, e cujo anexo II foi primeiro entregue em Bruxelas do que chegou à Assembleia da República, o que ministro das Finanças admitiu.
Para Honório Novo, o Governo está “a ludibriar mais uma vez os portugueses, a mentir aos portugueses. O que está sobre a mesa é o velho PEC”.
Vítor Gaspar contestou triplamente a acusação do deputado do PCP: “Deixem-me começar por dizer com tranquilidade, mas com convicção. Eu não minto, eu não engano, eu não ludibrio. Não faço nenhuma dessas coisas, não farei nenhuma dessas coisas”.
“Relativamente à questão dos cortes temporários, a posição política é exatamente a que foi expressa pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, isto é, a reposição do subsídio de Natal e de férias, bem como a reposição do corte efetuado em 2011 terão de ser feitos gradualmente a partir de 2015 e o ritmo será condicionado pela existência de espaço orçamental”, afirmou Vítor Gaspar, esclarecendo que “o ritmo será de 25% por ano”.
A reposição gradual dos subsídios de férias e Natal a partir de 2015, avançada no DEO do Governo, é uma “perspetiva técnica” e não uma “decisão política”, disse o ministro das Finanças, que recusou comprometer-se com uma data específica para o regresso destas prestações, que foram suspensas para funcionários públicos e pensionistas.
Se valesse a pena discutir-se se o ministro mentiu, enganou, ludibriou, ou não, valia a pena perder tempo…
Perante os factos, não há dúvidas de que “(so)negou o que sabia ser verdade”, concretamente que os números sobre o desemprego não eram coincidentes na versão de Bruxelas e na versão oficial cá do burgo e que não apresentou o tal Anexo II, “induzindo em erro” os interlocutores e “iludindo” a realidade e como é costume gozando de fininho… E pronto, até pediu desculpas (mesmo não tendo cometido nenhum pecadilho, segundo ele)!
O que interessa aos portugueses, nem são tanto as previsões do governo apresentadas a Bruxelas, que a acertar (seria a 1ª vez!) vaticinam uma taxa de desemprego de 14,5% para este ano, 14,1% em 2013, 13,2% em 2014 e 12,7% em 2015.
Ora se este ano já vamos em 15,3%, tendo subido cerca de 0.5% ao mês, insistir que vai ficar em 14,5% só pode ser um ato de “sedução”…
Sem qualquer base de dados, nem estatísticas, bastando constatar o que se passa na Grécia e na Espanha, (arrisco eu) no fim do ano estaremos à volta dos 20%, mais coisa menos coisa, embora a coisa aqui se refira a pessoas, o que é de menor importância para um tecnocrata, mesmo a colecionar “lapsos”.
Se valesse a pena perder tempo com este ministro (estará de saída?) e a sua confissão pública de virtudes recônditas, bastava pegar na história do confisco dos 2 salários dos funcionários públicos e pensionistas, para o contrariar, em parte, porque a primeira “mentira” foi um “lapso” e as restantes promessas foram sempre precedidas de um SE… Aliás, a “arte” deste ministro e muitos outros, é não falarem claro, não terem calendário, empurrar as culpas para trás ou para a frente, mas “retirando sempre o SEU cavalinho da chuva”…
Ora veja-se:
Como quem não quer a coisa, vai subir ainda mais impostos e depois, admite, ADMITE reduzi-los…
Não está a mentir, nem a enganar, nem a ludibriar os portugueses!
Está a mentir, a enganar e a ludibriar-se a si próprio e tem todo o direito! Isto tem um nome que não me ocorre, mas os psicólogos lá saberão…
Mentir: 1. Afirmar como verdadeiro o que se sabe ser falso, ou negar o que se sabe ser verdade. 2. Enganar. 3. Falhar. 4. Malograr-se.
Enganar: 1. Induzir em erro. 2. Lograr. 3. Seduzir. 4. Atraiçoar.
Ludibriar: Enganar; iludir, escarnecer.
Chegam lá e ficam parvos?
ResponderEliminarEu penso que é de nascença, só que pioram... E este é de uma estirpe que parece que veio do frio...
EliminarCá em casa evitamos ver, e muito menos ouvir, tão triste figura. Se por acaso isso acontece, o meu Zé perde as estribeiras e entra em stress. Ora, como é hipertenso, fico preocupada com o que pode acontecer.No que me toca, solto o meu vernáculo nortenho e alivio o meu stress (que bem preciso depois de um dia de trabalho).
ResponderEliminarComo estou reformado, quase só ouço notícias, também por causa do blogue e a minha mulher, que se quer alienar desta realidade, chateia-me por isso, mas a tensão não me sobe, porque eu descarrego, aqui...
EliminarEste homem mexe comigo e mais uns outros (PPC, SEMAP...), tal como o Sócas mexia e é por isso que eu sinto que são todos clones...
Vernáculo p'ra frente!