“Gaulês
Moribundo” - Epígono
de Pérgamo
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"Em momentos de crise o povo português agarra-se à sua crença, pelo que as famílias em que abundam as dificuldades, como a falta de emprego, não deixarão de vir a Fátima pedir proteção", disse o comandante Territorial de Santarém da GNR, defendendo que "o recinto do Santuário, com capacidade para 300 mil peregrinos, irá estar cheio, também por ser fim--de-semana e se prever bom tempo".
Portugal está em "boas mãos" e quem o diz é o alto (em estatura) funcionário do FMI, Poul Thomsen, que parece voltar a chefiar os funcionários de 5ª, depois do desaparecimento do Abebe Selassie, que foi para o banco dos suplentes.
E se ele o diz é porque é verdade! Primeiro, porque conhece bem o péssimo plano de recuperação que fizeram e que tantos inteligentes (de cá) gabaram, segundo, porque também se apercebeu da incompetência e colaboracionismo, quer do governo de Sócrates, quer do de Passos Coelho. Mas só se entende como positiva a afirmação, se as intenções eram maquiavélicas, como sabemos hoje que são. Se não, veja-se:
1. Bruxelas prevê que Governo falhe metas do défice este ano, o que parece contradizer a afirmação, mas pode ter sido o objetivo;
2. Desemprego aumenta e défice derrapa, o que parece contradizer a afirmação, mas pode ter sido o objetivo;
3. Bruxelas prevê mais 92 mil desempregados do que previa há 6 meses, o que parece contradizer a afirmação, mas pode ter sido o objetivo;
4. Salários dos portugueses caem mais de 12% entre 2011 e 2013, o que parece contradizer a afirmação, mas pode ter sido o objetivo;
5. Europa não exige a Portugal mais austeridade este ano, o que vem confirmar as insistentes afirmações de Passos Coelho, Vítor Gaspar e Miguel Relvas, de que este ano não vão ser implementadas mais medidas de austeridade e o governo não vai pedir, nem mais dinheiro, nem mais tempo (não se mente, não se engana, não se ludibria);
6. CE: Economia grega afunda, entra em deflação e desemprego sobe, e tendo em conta que as mesmas causas produzem os mesmos efeitos (embora digam que cada país é o que é…), já sabemos antecipadamente o que nos espera, tanto mais que é o mesmo senhor, Poul Thomsen, que está à frente do desastre grego, que ainda não está em boas mãos e só estará quando a esquerda (moderada ou radical) ganhar as próximas eleições e correr com os agiotas e incendiários;
7. Grécia fora do euro significa corte imediato do rating português (e não só!), começam a dizer as Agências dos “ratos”, depois de o ministro das Finanças alemão querer descartar a Grécia do Euro, porque até os mercados andam baratinados (afinal também se assustam) tanto com as promessas de Hollande (esperemos que não lhe dê uma amnésia como deu ao Relvas) como com a hipótese de terem que receber (lá para 2050) em dracmas, o que emprestaram para “ajudar” a Grécia a sair da crise;
8. Wall Street cai puxada por Grécia e JPMorgan, o que nos leva a constatar que os mercados, os especuladores e os media estão tão conluiados na manipulação das massas para o aumento agiota das suas massas, que colam a miserável Grécia a mais uma colossal fraude do JPMorgan, esta sim que pode afundar de vez o sistema financeiro, pelas mesmas razões que o Lemon Brothers originou esta crise em 2008 e com as mesmas causas, em que estão comprometidas, mais uma vez e sempre, as Agências de rating norte-americanas…
Aqui começa o exagero e por isso já nem mesmo os crentes acreditam no poder terreno…
E no fim de tudo isto, nada melhor do que o incompetente catavento do senhor Olli Rehn vir dizer, com todas as letras que:“Portugal está no bom caminho”, afirma Olli Rehn
Se o bom caminho é este, Olli Rehn teria que ir a Fátima a pé, o nosso governo de joelhos (que é a posição preferida) porque só a fé é que nos pode fazer acreditar em tanta baboseira e manipulação, já que a esperança, desta vez, não vai ser a última a morrer…
Toda esta novela de cordel e de cordelinhos faz-nos vir à memória a célebre frase do Otelo, quando disse que “As armas estão em boas mãos”… E já pouco falta para se voltar a falar no Campo Pequeno, se não se julgarem os responsáveis anteriores pela delapidação do país e os responsáveis atuais pelo miserabilismo a que estão a conduzir os nossos cidadãos e a usurpar a nossa cidadania.
Para quem é pacifista, ou é contra as touradas, só nos resta um milagre, mas como o recinto do Santuário de Fátima só tem capacidade para 300.000 peregrinos e os desempregados são mais do triplo e os pobres quase 10 vezes mais, era bom que Bruxelas nos desse, a fundo perdido, como estamos a fazer para os bancos, uma quantia jeitosa para aumentar o espaço, ou abrir mais dependências pelo país, menos em Lisboa, que pelo que se vê são mais ateus…
Que Deus me perdoe, mas vão todos para a “pata que os pôs”, para não usar, por enquanto, o vernáculo, porque merecem mais do que isso…
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