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sexta-feira, 11 de maio de 2012

“Merkozy” ou “Nicolaschäuble”? Afinal havia outro!

O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, afirmou que a zona euro "está mais resistente" e tem condições para suportar uma saída da Grécia da moeda única. “Os riscos de contágio a outros países são agora menores e a eurozona no seu conjunto é mais resistente", garantiu o político democrata-cristão.
Simultaneamente, Schäuble exortou a Grécia a cumprir os compromissos assumidos com a comunidade internacional, afirmando que os países da Europa e os credores privados de Atenas "já foram bastante generosos" e disse ainda que se fez "tudo o que foi possível" para salvar a Grécia da bancarrota, mas que "o país tem de compreender que é necessário respeitar os seus compromissos".
"É perigoso fazer crer aos cidadãos que há outro caminho, mais fácil, para sanear as suas finanças e evitar a austeridade, o que é um disparate", declarou.
Entretanto, decorre em Atenas a 3ª tentativa para formar novo Governo, após as legislativas de domingo passado, em que nenhum partido obteve maioria absoluta.
Schäuble rejeitou também a adoção de programas de crescimento na zona euro fomentados por novas dívidas. "Pegar em dinheiro que não se tem, não é fazer política de crescimento, esse é o caminho errado", disse o ministro alemão, advertindo que Berlim irá ter muita atenção a este aspeto nas negociações a nível europeu para uma nova estratégia de crescimento. A aprovar no Conselho Europeu de 28 de junho.
Para Schäuble, o aumento da procura privada, base do crescimento, "deve ser reforçado, fomentando a confiança dos consumidores e investidores nas finanças públicas", por isso, a questão fulcral de uma estratégia de crescimento para os países do euro é reforçar a sua competitividade, através de mais reformas estruturais, sublinhou.
Já há dias disse aqui, que afinal a Sra. Merkel tem dado a cara e o corpo pelas medidas políticas, económicas e financeiras, que levam os países da zona euro com dívidas a caminhar para a pobreza sem retorno, a favor do dono da bola, a Alemanha, mas que afinal ela só é a boneca do ventríloquo e “seu” ministro das Finanças. E eis que nos deparamos com mais uma evidência, cada vez mais visível, de que assim é. Depois da previsível vitória de Hollande em França, que se opunha à construção do novo “império” alemão, Merkel fala pouco e Schäuble não para de falar.
E vem agora este político democrata-cristão dizer que a Grécia já pode ir de abalada da zona euro, porque já não se corre o risco de contágio a outros países e por isso é descartável… Um político democrata (?) e cristão? Um democrata que se marimba na democracia, na Grécia, na Itália, em qualquer país que o contrarie e nas instituições europeias, um cristão que lança sem piedade e misericórdia milhões de pessoas às feras… "Etiam tu, mei filius Brutus!"
E num tom soberano e pressionante, avisou a Grécia que, ou cumpre os “compromissos” com a comunidade internacional (cujos credores até foram bastante generosos), tendo feito tudo o que foi possível para salvar a Grécia da bancarrota. É de desconfiar que um ministro ao serviço do seu país (e dos países parceiros de caminhada) venha mostrar preocupação e apreço pelos especuladores que infetaram o mercado e insistem a pôr-nos a pata em cima.
Esqueceu-se o Sr. Schäuble de explicar às crianças, que dos últimos 130 mil milhões de euros emprestados à Grécia, apenas 24.700 milhões de euros foram para o governo grego e os restantes 105.300 milhões de euros para os Credores estrangeiros, Banca grega e BCE, o que significa que a “bancarrota” se limitava apenas aos 24.700 milhões de euros que utilizou, porque os outros nem os viu e ainda vai pagar juros…
E depois vem ainda dizer que é perigoso (para eles) convencer os cidadãos de que há outro caminho para além da austeridade e que contrariar este dogma (como cristão defende os dogmas, Merkel como protestante pode contrariá-los) é um disparate. “Habemus Papa”!
E com base no seu dogma, rejeita qualquer programa de crescimento na zona euro (fomentados por novas dívidas) advertindo desde já os seus lacaios (todos os Presidentes dos países da UE) que Berlim vai estar muito atento a qualquer nova estratégia de crescimento. “Cuidado com o cão!”
Mas, contraditoriamente, Schäuble reconhece que o aumento da procura privada é a base do crescimento, embora deem ordens para os Estados confiscarem o dinheiro dos bolsos dos seus contribuintes, impedindo que o comércio e as indústrias nacionais possam sobreviver.
Rapidamente Schäuble retoma o fio à meada e vem insistir que uma estratégia de crescimento para os países do euro passa pela competitividade (baixar os salários nos outros países e aumentá-los na Alemanha) e por reformas estruturais, que como todos já percebemos significa, mais impostos, diminuição das receitas de impostos, menos direitos laborais, mais desemprego, salários mais baixos, destruição da estrutura empresarial, menos contrapartidas sociais, eliminação de tudo que seja produtivo e dependência total de importações, de preferência da Alemanha.
Afinal o par “Merkozy” não passava de um “Nicolaschäuble”, porque afinal havia outro…
Atualizado às 21:10
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