Luc Frieden, disparando contra os países devedores |
O ministro das Finanças luxemburguês, Luc Frieden, admitiu que os países que desrespeitam os limites da dívida possam ser processados pela justiça europeia, à semelhança das empresas que desrespeitam as regras da concorrência.
"As empresas que não respeitam o direito concorrencial são penalizadas pela Comissão Europeia e processadas no Tribunal Europeu de Justiça. É para isso que devemos tender no seio da união monetária", disse o ministro, no final da reunião de ministros das Finanças em Wroclaw, na Polónia. "Devemos dotar-nos de melhores instituições que garantam o respeito pelas regras" dentro da zona euro, afirmou, respondendo a uma questão sobre o agravamento da crise da dívida.
Hoje em dia não bicho careta que se preze, sendo ministro das Finanças, ou não, a mandar uns “bitaites” sobre a solução da crise, nem que seja através de normas, ou leis, que é o mesmo que dizer, no papel.
E lá vem mais um palpite, de um país rico (à custa do trabalho dos emigrantes), com um território 2,8% do nosso e mais ou menos a população de Lisboa (505.500), com mais uma proposta, descontextualizada de qualquer visão holística do problema, o que me leva a dizer-lhe:
“Sr. Luc Frieden, ao admitir que os países que desrespeitem os limites da dívida possam ser processados pela justiça europeia, à semelhança das empresas que desrespeitam as regras da concorrência, está a falhar em 3 coisas:
1º - As dívidas não tem todas a mesma causa, nem as mesmas premissas, o que permite avaliá-las (e procurar as soluções específicas), mas não permite julgá-las, muito menos tratando-se de “parceiros”;
2º - A levar a ideia avante, quem deverá ser julgado, não são os países, mas os seus governantes, nos quais se tem que incluir, com todas as consequências de um julgamento em tribunal, porque não são os cidadãos dos países (quase sempre enganados pelos políticos) que desenham os Orçamentos, implementam as medidas e conseguem (ou não) os resultados esperados, muitas vezes por razões imprevistas e exógenas;
3º - Finalmente, os Estados não são empresas, exatamente porque os acionistas dos Estado não tem poder de decisão, muito menos repartem lucros, como acontece nas empresas quando desrespeitam as regras da concorrência, nem se percebe por que há-de haver concorrência entre Estados “parceiros” em vez de colaboração. E quando diz que devemos dotar-nos de melhores instituições que garantam o respeito pelas regras, está-se a esquecer de um pormenor, que é a DEMOCRACIA, talvez toldado pela sua ideia de Estado/empresa.
Mas se assim fosse, Sr. Luc Frieden, a sua proposta devia ir mais longe, dentro da tal visão holística, porque teria que propor o julgamento dos causadores da “BOLHA” americana e das consequentes “bolhas” europeias, de quem nos impingiu o euro para os produtos, mas não para os salários, das empresas
aldrabonas de rating, dos bancos e dos banqueiros colaboracionistas, dos assediadores do consumo, dos especuladores anti sociais do mercado financeiro, dos governantes que não regulam, nem taxam as atividades especulativas e bolsistas, de permitirem a existência dos offshores, dos ditadores, dos fazedores de guerras, dos reconstrutores dos territórios destruídos e de tanto malandro que está na origem das tais dívidas, de que não são os países (territórios com população), que diretamente as geram…
Ainda a 12 de Julho deste ano, à entrada para o conselho de ministros das Finanças o Sr. dizia: “Nenhum país estará em risco se a zona euro e a União Europeia estiverem unidas”. Portanto, são vocês, OS POLÍTICOS, os únicos responsáveis pela crise e são vocês que tem de ser julgados e condenados, ou louvados pelo vosso desempenho técnico e político, enquanto nossos representantes, mas sem “carta branca”!
Passe bem e dê graças por ter mais de 10% de portugueses a contribuir para o vosso sucesso e esperamos que os tratem com o respeito que merecem, pelo mérito que tem e já vos demonstraram.”
Sem comentários:
Enviar um comentário