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sábado, 24 de setembro de 2011

Anda tudo enTSUado a discutir o sexo dos diabos!

A redução da Taxa Social Única (TSU) é um erro grave, do ponto de vista técnico e político, considerou o antigo ministro das Finanças Luís Campos e Cunha, presidente da SEDES.
A principal restrição das empresas neste momento não são os custos do trabalho, "é o financiamento, principalmente no domínio das empresas exportadoras", sublinhou o economista.
Luís Campos e Cunha considera que o problema "fundamental" da economia portuguesa é o da estabilização orçamental e a sua solução passa exatamente por aí. "Sem estabilização orçamental, o financiamento à economia não funciona de forma regular e, portanto, esse é o nosso problema fundamental", disse.
Cada vez se percebe menos a Agenda do governo, tendo em conta algumas questões que vão sendo levantadas por alguns “especialistas”, como é o caso.
Se a principal restrição das empresas, neste momento, não são os custos do trabalho, então porque anda o governo a dar trabalho à Concertação Social, entretendo-a, com alterações à legislação laboral, para reduzir os custos do trabalho?
Por outro lado, se o financiamento das empresas é fundamental e se diz que antes da estabilização orçamental, o financiamento à economia não funciona, qual é a solução? Críticas também eu faço, sem obrigação de apresentar alternativas, por não ser especialista, se é que os há…
Portugal não é “a cobaia do Fundo Monetário Internacional” e é esta a mensagem do conselheiro de Estado Bagão Félix, em relação à redução da Taxa Social Única (TSU).
O conselheiro de Estado fez as contas e disse ser “muito fácil uma pessoa de fora chegar e dizer que é preciso diminuir a Taxa Social Única em 2 ou 3% do PIB” e questionou se “alguém estaria a ver o IVA a passar de 23% para 33%”.
O ex-ministro salientou ainda uma questão social “subjacente” que se prende com o facto “de a diminuição da TSU em muitas empresas, em mercados imperfeitos, pouco regulados, monopolistas ou oligopolistas, o que vai aumentar é o lucro das empresas”. Daí que, “então, tínhamos esta situação socialmente flagrante e injusta que era diminuir a TSU que seria repercutida num aumento de lucros de algumas empresas que seria compensada por um aumento do IVA sobre todas as pessoas, tenham muitos, poucos ou médios rendimentos”.
Em primeiro lugar, sempre entendi que um conselheiro de Estado deveria guardar as suas opiniões/conselhos para o PR e quando for chamado para tal, até porque das reuniões desse órgão não são publicadas as opiniões de cada conselheiro. Pela mesma razão não entendo que Marcelo Rebelo de Sousa faça o mesmo que Bagão Félix, ainda por cima num programa semanal, assim como acontecia com o agora calado, Vitor Bento, que opinava e escrevia livros, mas na hora do convite(?) para ministro deu com os pés a PPC.
Dito isto, devo ainda dizer, que acho esquisito discutir-se, desde a campanha eleitoral, esta coisa do TSU (o povo nem sabe o que isso é), que excita todos os “técnicos” contrariando-se mutuamente, mas nem todos falam que as consequências deste “entretenimento” só tem a ver com a insustentabilidade da Segurança Social, que levaria a um rombo irreparável, pondo em perigo o pagamento das pensões e expondo-a à falência e à apetência dos Privados… E aí é que está o truque da troika…
E provavelmente por isso, o conselheiro diz (e não é o único), que Portugal não é cobaia do FMI e começa a admitir que a troika não sabe o que diz, ou sabe (digo eu) e o que quer é aumentar a instabilidade pessoal de cada português, cumprindo o guião do neoliberalismo…
Curioso, mesmo, é o conselheiro de Estado levantar a questão social subjacente à redução da TSU, ao dizer, logicamente, que o que vai aumentar é o lucro das empresas! Curioso, porque são os partidos da “esquerda radical”, que andam insistentemente a dizer isto mesmo…
Devo dizer que tenho Bagão Félix como uma pessoa séria e intelectualmente honesta e que pensa por si. E por isso, do que diz na notícia abaixo se pode entender que a troika ao subavaliar as necessidades, foi incompetente, porque já sabiam 78 mil milhões de euros já não eram suficientes (e nem viram o buracão da Madeira…).
Como palpite meu, instintivo, a Grécia terá a próxima tranche e mais as que precisar, porque Sarkozy e Merkel não sabem jogar dominó e pagarão para que os seus bancos não prendam o credor, para ver se sacam algum, porque o prejuízo é maior.
O conselheiro de Estado Bagão Félix admitiu que Portugal "terá que pedir um reforço de ajuda externa" devido à "subavaliação das necessidades", considerando que, à partida, os 78 mil milhões de euros "já não eram suficientes".
"Se a Grécia entrar em incumprimento - cuja probabilidade é cada vez mais elevada - isso tem efeito dominó nos seus credores (bancos europeus, franceses, alemães, italianos, portugueses também) e mesmo que façamos tudo bem, isso pode dificultar as nossas soluções", defendeu.
E esta relação da “falência” da Grécia com um eventual reforço da “ajuda” a Portugal, não terá a ver apenas com os prejuízos dos bancos portugueses e nada a ver com a nossa dívida?

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