Cerca de 1/3 dos deputados da anterior legislatura – 70 dos 230 – tinham também assento em empresas do Estado, muitas vezes com interesses cruzados com os assuntos que defendiam no Parlamento.
A denúncia é feita pela Transparência e Integridade – Associação Cívica, num texto enviado à troika esta semana.
Paulo Morais, vice-presidente da associação, afirma mesmo, que na Comissão Parlamentar de Obras Públicas “quase metade dos deputados eram administradores de empresas privadas de obras públicas” e acusa a Comissão de Ética de “branquear todo e qualquer conflito de interesses”, acrescentando que esta é “uma das grandes vergonhas do parlamento”.
O texto da associação denuncia ainda o número excessivo de deputados que pertencem a escritórios de advogados, que representam um 1/5 da actual legislatura. A situação tem a reprovação do próprio bastonário da Ordem dos Advogados, que defende a suspensão da actividade em caso de eleição para o parlamento.
O Bloco de Esquerda, apesar de defender o direito das profissões a exercerem cargos políticos, quer restringir o acesso de deputados a actividades como assessoria e patrocínio ao Estado ou a participação em sociedades com capitais públicos ou a empresas concorrentes a concursos públicos. E quer avançar com um projecto lei que alargue o período de nojo na transição entre cargos governativos e empresas.
Sabemos agora, que anterior legislatura havia 70 dos 230 deputados acumulavam em empresas do Estado, mas falta saber quantas empresas arrebanhava cada um (alguns tem vários lugares nas administrações) e quantos acumulam nesta legislatura, porque a maioria é composta pelos mesmos e os novos podem já ter arranjado um lugarzinho.
Sabemos também, que para além das empresas do Estado havia também (não se diz quantos), que acumulavam como administradores de Empresas Privadas de obras públicas, mas falta saber os outros setores que tinham “administradores” em S. Bento, que pelos vistos destronou Sto. António na área dos negócios…
Sabemos ainda, que cerca de 45 dos 230 deputados da actual legislatura pertencem a escritórios de advogados (grandes, ou pequenos?), o que denuncia o comportamento de Paulo Rangel, há dias, contra o seu bastonário, quando Marinho Pinto defendia a suspensão da actividade em caso de eleição para o parlamento.
Não há dúvida de que, em todas as situações há sempre interesses cruzados do poderio (de todos os setores) com os assuntos que passam e se decidem no Parlamento, que não é o lugar apropriado para os santos… E é clarinho que a função de deputado tem de ser em EXCLUSIVIDADE e ponto final! Quem não quiser não vai!
E daí que estamos de acordo com o BE, mas para avançar com um projecto lei que classifique esta situação como “NOJO”, tipo “LIXO” e os varram para debaixo do tapete…
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