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sexta-feira, 22 de julho de 2011

Um cético do Euro, que não vai em conversas…

O economista João Ferreira do Amaral considerou hoje que a economia portuguesa corre sérios riscos de entrar em colapso face à dimensão da sua dívida externa e disse estarem esgotadas as políticas de corte na procura interna.
De acordo com João Ferreira do Amaral, a tese conservadora para resolver este problema passa pela diminuição da redução drástica da procura interna, “Mas Portugal vai atingir em 2013 o limite e, a partir daí, não são possíveis novas quedas da procura interna, quer em termos de consumo, quer em termos de investimento”, disse.
Na mesma conferência, o professor universitário Stuart Holland defendeu a necessidade de eurobonds e de uma política de investimento para que a União Europeia saia da presente situação de crise.
"Se desenvolvermos mais profundamente a União Europeia em direção a uma união política, então a questão dos Eurobonds passa a ser uma opção", afirmou o ministro-adjunto dos Negócios Estrangeiros alemão, Werner Hoyer, sublinhado no entanto que essa questão, obviamente que não está em cima da mesa na cimeira.
Apesar do deslumbre com as “conclusões” da cimeira dos países da zona Euro, João Ferreira do Amaral continua tão cético como antes, só porque se não se gerarem saldos positivos através de investimentos, não há hipótese de o país sobreviver em termos económicos, ficando impossível pagar as dívidas.
E com a reprovação da tese conservadora, escolhida para nosotros, que recomenda apenas austeridade, austeridade, austeridade para reduzirmos drasticamente a procura interna, reduzindo salários para se gastar menos e guardar as sobrinhas nos bancos, diz que a terapia só poderá “funcionar” até 2013, ao atingirmos o limite “possível” de abstinência e jejum. E daí, já não haverá nada a cortar, quer no consumo, quer no investimento e então, pimba!
Pelo que se percebe, austeridade sem crescimento é morte certa, mas isto, cada vez mais, mais gente diz, seja “ignorante” ou técnico especializadíssimo, sem terem a coragem de revelarem publicamente estas consequências, ou por fé, ou por comprometimentos ocultos…
E vem mais um professor universitário, estrangeiro, defender também uma política de investimento e a necessidade de se criar Eurobonds para que a UE possa sair de crise permanente e crescente.
Mas sobre os Eurobonds, os alemães já disseram, sem hesitação, que não é para se falar para já e que tal solução só será opção, se a UE caminhar para uma união política, que logicamente só poderá ser para o federalismo.
E aqui põe-se a questão da galinha e do ovo, mas pelo que sabemos e nos dizem, nós, nem temos galinha, nem ovos…

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6 comentários:

  1. Não digo nada. Para não ser a "chata do costume".

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  2. A nossa situação é deveras complicada e delicada... isto para usar um português suave...
    Anabela Magalhães

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  3. Elisabete
    Eu é que tenho que mudar o discurso, se não vou enjoando os visitantes...

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  4. Anabela
    Por muito que queiram doirar a pílula... temos que a tomar, mesmo como paleativo.

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  5. Deixo uma pergunta: as decisões tomadas ontem, que mereceram foguetes e bailarico, serão um bom ou um mau sinal para Portugal? Eu, se fosse súbdito do "Rei Ting", já estaria a cofiar o bigode!

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  6. Luís Costa
    Acabo de agendar para amanhã à tarde um "mix" de notícias sobre o assunto, com as minhas dout(d)as opiniões e por iso não respondo já.
    Bfs.

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