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sexta-feira, 10 de junho de 2011

Qualificação científica e/ou qualificação pedagógica?

O bastonário da Ordem dos Psicólogos vai enviar cartas a todos os partidos políticos a exigir a urgente publicação de uma portaria que permita aos psicólogos lecionarem psicologia no secundário.
Os psicólogos consideram estranho que um licenciado em Psicologia não possa lecionar Psicologia, sendo a disciplina lecionada por professores licenciados essencialmente em Filosofia.
O caso já foi exposto ao Ministério da Educação, mas a publicação da portaria que regularizaria a situação tarda em ser publicada. “É até ridículo que quem nunca tenha tido uma cadeira de Psicologia possa lecionar e os psicólogos não”, explicou o bastonário dos Psicólogos, Telmo Mourinho Baptista.
Antigamente os psicólogos podiam exercer, esporadicamente, através de habilitação suficiente enquanto docentes, mas atualmente o regime legal de habilitações para a docência apresenta condicionantes inultrapassáveis para lecionar a Psicologia no Ensino Secundário.
Para o bastonário da Ordem dos Psicólogos, esta situação é tanto mais caricata quanto a Psicologia, sendo uma disciplina opcional no secundário, continua a ser uma das disciplinas mais escolhidas pelos alunos.
“O quadro legal que estabelece as habilitações para a docência parte de uma lógica que combina uma qualificação pedagógica e uma qualificação científica. Será particularmente premente considerar que os profissionais que atualmente exercem o ensino da Psicologia no secundário são desprovidos de qualificação científica para o mesmo exercício, sendo que a maioria dos cursos que frequentaram não tinham uma única disciplina de Psicologia”, explica a Ordem dos Psicólogos no memorando que já apresentou ao Ministério da Educação.
Realmente, há qualquer coisa que não bate certo, mas também não é a única, e no ME, desde que entrou uma certa bactéria, nunca mais funcionou a lógica (que é da filosofia) e vamos ver se ainda há remédio…
Para quem está de fora, é simples perceber que se para uns (os Psicólogos) é preciso ter formação científica, mais a formação pedagógica, tal exigência tem que abranger todos os docentes de Psicologia, e quem não tem a formação científica específica não pode, nem deve desempenhar funções para as quais não tem competências…
Mas já não sucedeu o mesmo, com os professores de espanhol, em que os licenciados em espanhol, foram preteridos a favor de licenciados em outras línguas, desde que tivessem uma cadeira (se bem me lembro, semestral) de espanhol?
Pode ser que as coisas mudem…
Pode ser… Não se sabe é se vai a tempo do próximo ano letivo e se será um problema prioritário, quer para o novo governo, quer para o parlamento.

4 comentários:

  1. Se fosse só na Psicologia e no Espanhol... Temos gente que sabe e não pode ensinar enquanto que temos de aturar gente que não sabe mas pode ensinar.

    Até te digo mais. Já dei formação a professores que queriam dar Inglês mas não tinham formação. Então andavam a frequentar umas aulinhas só para ficarem com um número mínimo de horas, 110 se não estou em erro, para irem "ensinar" Inglês.

    De fora fica muito boa gente com conhecimentos para ensinar isto ou aquilo e tudo porque não preenche os requisitos de um burocrata que de Educação percebe muito pouco.

    Esta coisa de por pré-requisitos para tudo e mais alguma coisa é no mínimo patética. Em vez de se considerar o currículo/experiência e conhecimentos reais das pessoas, não... Continua-se a achar que é preferível ter uma lista de coisas que, se baterem certo, automaticamente certificam as pessoas, independentemente dos seus conhecimentos reais.

    Exemplo: um nativo Inglês não pode ensinar a sua língua, mesmo que tenha experiência e curso superior na área. Em contrapartida, alguém com apenas 4 anos de Inglês na faculdade, independentemente dos anos que tenham tido até ao 12º pode mesmo que não saiba coisa alguma da língua.

    O país está todo do avesso...

    É tudo uma treta este país.

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  2. Elenáro
    O teu testemunho vem dar razão aos Psicólogos, que é uma "classe" muito mal tratada, embora devessem ser eles a tratar a sociedade. Se calhar é por isso que são tão excluídos do exercício das suas competências e já bastava continuarem a formar pessoas nesta área, para o desemprego e apenas pagarem a formação às universidades...
    Obrigado pela tua adenda.

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  3. Este país é mesmo uma anedota. Esta é apenas uma delas... o problema é que pelo caminho há gente prejudicada...

    Anabela Magalhães

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  4. Anabela
    Será que é o país que é anedota, ou "os homens do leme" que não têm carta de condução? Eu ia mais por esta...

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