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terça-feira, 7 de junho de 2011

“Eleitores fantasmas” assombram os resultados…

À hora a que escrevo, PSD e CDS pareciam ter ganho a subida honra de, em vez do PS, virem a ser eles os feitores do FMI, UE e BCE, espécie de Miguéis de Vasconcelos do plano dos "mercados" para este seu protectorado à beira-mar plantado: recessão, pobreza, desemprego, despedimentos fáceis, destruição do SNS, da escola e da segurança social públicas, desoneração das empresas de qualquer responsabilidade social através de uma gorda redução da TSU que aumentará exponencialmente o número de Ferraris nas estradas das regiões mais deprimidas do país e redistribuição em "apoios" à banca dos recursos sociais afectados aos mais desfavorecidos.
Ao mesmo tempo, a crer na mensagem de sábado do presidente da República, cerca de 40% de portugueses maiores, vacinados e com direito de voto perderam "autoridade" (e "legitimidade") "para criticar as políticas públicas" do próximo Governo a fim de "honrar os compromissos assumidos" com os tutores internacionais em troca dos 78 mil milhões (12 mil milhões para a banca) que tiveram a bondade de nos emprestar a juros usurários.
Se o nosso sistema eleitoral não fingisse que esses 40% de portugueses não existem, haveria na próxima AR 90 e tal cadeiras vazias. E os partidos teriam um número de deputados adequado ao seu real crédito junto dos eleitores: pouco mais de metade dos que irão ter, o que, em linguagem de "mercados", significaria um "rating" de "lixo".
Manuel António Pina
Independentemente da substância do artigo, sobre o número e a percentagem dos abstencionistas, haveria retificações a fazer, sobre os tais eleitores fantasmas, que agoiram todas as eleições. Vejamos:
1 – Nas contagens, oficialmente votaram 5.554.002 e estavam inscritos 9.429.024;
2 – Se tivermos em conta que a população portuguesa conta com 10.649.902, segundo a PORDATA;
3 – Os não eleitores seriam 1.220.878, o que parece pouco;
4 – Se recorrermos de novo ao PORDATA, o total da população até aos 17 anos (não eleitores) é de aproximadamente 2.027.942;
5 – Já que a idade para votar é de 18 anos, os inscritos deveriam ser 8.622.056 (e não 9.429.024);
6 – Contas feitas, com as retificações possíveis, teríamos:
Votantes: 5.554.002 (64,4%)
Inscritos: 8.622.056 (há 807.064 eleitores fantasmas)
Abstenção: 35,6% (retificado)

2 comentários:

  1. Miguel, só um esclarecimento, por favor que fiquei confuso.

    Idade de votar 21 anos?!?!

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  2. Elenáro
    Deixa lá que é cansaço.
    Daqui a pouco refaço as contas.

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