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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Eu também sou contra o(s) aborto(s)…

Questionado sobre a possibilidade Portugal ter uma investigação formal para apurar quem esteve na origem do elevado endividamento do Estado, Belmiro de Azevedo considerou que “é preciso saber porquê”, acrescentando que “tem que haver culpados nomeadamente aqueles que foram responsáveis pela gestão do país” e afirmou que “alguém foi responsável por todos os portugueses e muitas empresas neste período mais recente estarem 30% a 40% mais pobres”.
O membro do Banco Central da Islândia, Gylfi Zoega defendeu que Portugal deve investigar quem está na origem do elevado endividamento do Estado e bancos, e porque o fez.
Também o presidente da Comissão de Inquérito à Crise Financeira dos EUA, Phil Angelides, aconselhou uma investigação semelhante em Portugal e na Europa, como forma de apurar os factos que levaram à actual crise.
Parece provocação perguntar a um dos homens mais ricos de Portugal e do mundo, se se deve encontrar os responsáveis pela crise interna, que como ele próprio diz, empobreceu todos os portugueses, embora alguns tenham enriquecido, ou continuado a enriquecer, tendo até conseguido recuperar num ano, as perdas dos dois anos anteriores, salvo erro em 2010.
Curiosa é a ideia de responsabilizar politicamente os dirigentes políticos, quando todos, em todo o mundo, foram engolidos pelas empresas privadas, Bancos, Reguladores, Governos, Agências de “rating”. E é melhor não acrescentar mais nada, porque o empresário em causa, de inocente e de mal informado não pode ser classificado.
Sobre os pedidos de inquéritos sugeridos pelos dois estrangeiros, já os comentei aqui e encontrá-los-á nos links respetivos, acima.
O economista-chefe do Deutsche Bank, Thomas Mayer, considera que seria “muito útil” uma investigação em Portugal às causas da crise, mas recusou um inquérito em que sejam apontados culpados.
“Seria muito útil estudar o que correu mal de modo a mudar a forma como as coisas são feitas”, disse o alemão, afirmando que tanto devem ser estudados os “erros do sector público” como o “fraco desempenho do sector privado”. Quanto a apontar culpados, o responsável do Deutsche Bank descarta completamente essa possibilidade: “Não acho que exista alguma responsabilidade pessoal ou algum culpado”.
Esta ideia, por um lado mostra bem a impunidade que reina entre os homens que sustentam e se sustentam no/do SISTEMA, por outro lado mostra uma suposta ignorância de quem é especialista na matéria, sabe de cor e salteado os “erros” cometidos e provavelmente os nomes dos responsáveis, mas é pena que pense no assunto como uma avaliação formativa, sobretudo porque não acha que exista alguma responsabilidade pessoal ou algum culpado… Foi o POVO, pá!
“A crise foi o resultado da acção e inacção humana, não da mãe natureza ou de modelos disfuncionais”. Esta foi apenas uma das conclusões da investigação dos EUA à maior crise financeira desde a Grande Depressão.
Bancos, reguladores, Governo, agências de “rating” estão entre aqueles que são apontados como os que mais contribuíram, potenciaram ou mesmo provocaram uma crise que, antes de mais, “era evitável”, conclui o relatório.
Na sequência da crise que eclodiu nos Estados Unidos em 2007 - que teve a sua face mais visível no incumprimento de grande parte dos recetores de empréstimos “subprime” e na falência do banco de investimento Lehman Brothers em Setembro de 2008 - o Congresso norte-americano decidiu criar uma entidade independente para investigar as práticas que levaram à crise.
Também a Financial Crisis Inquiry Comission (FCIC), liderada por Phil Angelides, produziu um relatório onde analisa as práticas que potenciaram a especulação no mercado imobiliário, o crescimento do “subprime” (empréstimos a pessoas com um perfil de crédito no mínimo duvidoso), e os riscos e práticas que levaram a uma crise financeira que contagiou grande parte do mundo.
Ao contrário do economista-chefe do Deutsche Bank, os investigadores americanos concluíram que a CRISE FOI O RESULTADO DA ACÇÃO E INACÇÃO HUMANA, NÃO DA MÃE NATUREZA OU DE MODELOS DISFUNCIONAIS e que foram os Bancos, Reguladores, Governo e Agências de “rating” que estiveram na origem da CRISE, que até ERA EVITÁVEL… Só falta dizer os nomes, mas devem constar dos documentos.
E por que não saber os nomes dos nossos responsáveis, não para os incriminar, mas para os banir dos lugares e áreas de atividade que continuam a ocupar e a atuar, para que não tenham a oportunidade de continuarem a praticar os mesmos ERROS NO SECTOR PÚBLICO E O FRACO DESEMPENHO DO SECTOR PRIVADO?

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