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sexta-feira, 4 de julho de 2014

PEC = Pacto de Estabilidade e Crescimento. E CRESCIMENTO!

No dia em que assumiu a presidência rotativa da União Europeia, o primeiro-ministro italiano, Mateo Renzi: "Se hoje a Europa fizesse uma selfie que imagem obteríamos? Posso dizê-lo com extrema preocupação que se veria a imagem do cansaço e de resignação. Se tivesse que dizê-lo de forma sintética diria que a Europa hoje mostraria no selfie uma cara de tédio", lamentou Renzi.
No discurso proferido no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, o chefe do governo italiano enviou ainda uma resposta indireta aos que defendem a rigidez do pacto de estabilidade e crescimento, como a Alemanha, afirma que a Itália respeitará as regras. "Na discussão que tivemos no último Conselho, não se reduz a alguma exigência de algum país para alterar regras. Somos os primeiros a dizer que queremos respeitar as regras e não mudar as regras", afirmou, salientando que o pacto esquece uma das suas componentes. "Um pacto que se chama pacto de estabilidade e crescimento. Existe a estabilidade, mas há também o crescimento. E a riqueza de ter o crescimento como elemento fundamental não é para um país. É bom para a Europa e não apenas para Itália", considerou.
Mateo Renzi lamenta que tenha mudado a forma como a Europa é vista nos dias de hoje. Para o primeiro-ministro italiano, quando se pensa na Europa e especialmente na Grécia e Itália já não vêm à ideia os grandes filósofos, matemáticos, artistas ou poetas. "Não pensamos no sentido da vida. Em Aristóteles e Dante Alighieri. Em Arquimedes e Leonardo Da Vinci. Hoje pensamos na crise financeira e no spread. Nas questões económicas e nas dificuldades financeiras. O verdadeiro grande desafio que o nosso continente hoje tem pela frente é encontrar o ânimo da Europa. Encontrar o sentido profundo para estarmos juntos", afirmou.
O semestre de presidência italiana na União Europeia já começou envolvido em polémica. Após discursar na sede do Parlamento Europeu, o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, foi criticado duramente pelo líder de bancada do Partido Popular Europeu (PPE), o alemão Manfred Weber, por pedir mais flexibilidade nas normas do bloco económico.    
"O endividamento não cria futuro, apenas o destrói. Devemos continuar na linha do rigor. A Itália tem 130% de débito, onde arranja o dinheiro?", perguntou o eurodeputado. O Pacto de Estabilidade e Crescimento da UE obriga os países-membros a manter a dívida pública, no máximo, em 60% do PIB, sendo que na Itália essa relação é de aproximadamente 130%.    
Weber também lembrou que Renzi pediu mais tempo para realizar as reformas de que a sua nação precisa e que o mesmo benefício já foi concedido à França. "Mas as mudanças não foram vistas. Como vamos garantir que desta vez elas serão feitas? E como explicaremos à Irlanda, a Portugal, à Grécia, ao Chipre e a Espanha que somos mais flexíveis com as nações mais ricas?", acrescentou.    
No entanto a resposta do primeiro-ministro italiano veio no mesmo tom. "Ficaremos felizes em fazer do nosso semestre uma ocasião de discussão, mas erra quem levanta a arma do preconceito contra a Itália. Não aceitaremos lições de moral de ninguém. É verdade que a Itália tem uma dívida muito alta, mas também é verdade que tem uma riqueza privada 4 vezes superior", declarou.    
Além disso, Renzi recordou que, em 2003, a própria Alemanha violou o Pacto de Estabilidade da UE para incentivar a economia e hoje tornou-se um "país que cresce". A réplica a Weber partiu também do líder de bancada do Partido Socialista Europeu (PSE), o italiano Gianni Pittella, que afirmou que se o bloco não flexibilizar as suas normas a legenda poderá retirar o apoio à candidatura do conservador Jean-Claude Juncker (PPE) à presidência da Comissão Europeia, o poder executivo da União. "A declaração de Weber foi um movimento equivocado e um passo em falso, que coloca em risco a colaboração entre PPE e PSE", salientou.
A Itália assumiu na última terça-feira a presidência rotativa da UE, cargo que foi ocupado no 1.º semestre pela Grécia. Matteo Renzi já declarou diversas vezes que pretende aproveitar os próximos 6 meses para iniciar um percurso de reformas no bloco.
E passaram-se 6 meses de presidência da EU pela Grécia e não se notou que o poder morasse perto do respetivo governo…
Agora na Itália, começa-se a perceber que o seu primeiro-ministro quer mesmo exercer as competências inerentes ao cargo e fazer valer as suas ideias, que até parecem revolucionárias, a ponto de querer que os Pactos de Estabilidade e Crescimento, ponham em prática o Crescimento, já que a Estabilidade já foi alcançado e há um Pacto antigo e entre todos os Estados-membros… E não é que tem razão?
Talvez por isso, os que têm mamado até agora com a “crise”, e do nosso, estão preocupados com tanto desplante, talvez por iliteracia… E como já devem ser grisalhos, já nem se lembram que, recentemente, deram mais tempo à França para cumprir o PEC e há mais tempo (10 anos) perdoaram a infração aos limites do défice à mesma França e à Alemanha, violando assim o PEC.
Pelos vistos, Mateo Renzi é mais jovem e de memória mais fresca e pimba, que já levaste! E ainda por cima, vem o eurodeputado ameaçar a votação em Juncker, o que animaria o Parlamento Europeu, se entretanto as coisas já não estivessem acertadas, com o Mark Schultz na presidência do PE…
Mas só pelo cantar de galo, já valeu a pena este começo de “conversa”…

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