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sábado, 29 de março de 2014

2 Nobel: 1 defende a Bolsa, outro defende o Homem…

Desafiado a comentar a situação económica de Portugal, o Nobel da Economia de 2013, Lars Peter Hansen, acredita que o país tem motivos para sorrir e que a sua principal preocupação deve ser afastar as incertezas politicas que geram nervosismo nos mercados.
o Nobel da Economia de 2013, Lars Peter Hansen, defende que o que Portugal mais precisa é de traçar um rumo credível para o país. “A melhor maneira de enfrentar os mercados é encontrar formas de afastar as incertezas sobre as políticas futuras; manter essas incertezas moderadas ou eliminá-las o mais possível. O que gera nervosismo nos mercados é a preocupação de que as políticas possam ser revertidas e isso pode sair bastante caro”, afirma, pondo assim de parte a hipótese de que o mais importante, agora, seja decidir entre um programa cautelar ou uma saída limpa.
O economista acredita que Portugal tem motivos para estar otimista, embora haja também “preocupações no mercado de trabalho”, nomeadamente no que remete para os “jovens mais qualificados que estão a partir”. Embora admita que não seja especialista na economia portuguesa, acredita que o país não deve querer ver mais jovens a sair.
Joseph Stiglitz, prémio Nobel da Economia em 2001, defendeu hoje uma reestruturação "profunda" da dívida de Portugal e teceu duras críticas às políticas de austeridade impostas pela 'troika' na Europa. "É preciso fazer uma reestruturação e quando a fizerem devem fazer uma reestruturação profunda. Se não for suficiente, vão voltar a ter problemas daqui a 3 anos, tal como a Grécia teve", disse Joseph Stiglitz, à margem do Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau (MIECF, na sigla inglesa). O Nobel da Economia declarou não conhecer o conteúdo do "Manifesto dos 70".
O erro dos gregos
A Grécia precisava de uma reestruturação, observou, defendendo que "não havia outra saída". Porém, apontou, cometeram um erro: "Não a fizeram, de uma forma tão profunda como deveriam ter feito. E, por isso, tiveram uma 2.ª reestruturação e estão a discutir agora uma 3.ª e hoje o PIB da Grécia é cerca de 25% inferior ao que era antes da crise".
Os países, tal como as empresas, quando ficam sobre endividados precisam de um 'recomeço' e isso significa reestruturar, sustentou Joseph Stiglitz, indicando não conhecer o conteúdo do Manifesto dos 70 - que apela à reestruturação da dívida pública e que já recebeu o apoio de dezenas de economistas de renome internacional -, quando questionado se o assinaria.
Lições da Argentina
Neste contexto, recordou que apoiou a reestruturação da dívida da Argentina - que, há uns anos, se encontrava na mesma situação -, mas também "profunda". "Tem de se ter cuidado: Quando se faz uma reestruturação superficial, 5 anos depois vai ter de se fazer de novo", alertou. Com efeito, "a Argentina teve uma reestruturação muito profunda e o resultado que obteve - durante o período desde 2003 até à crise financeira global [em 2008] - foi um crescimento de 8%, o mais rápido crescimento em qualquer país do mundo à exceção da China", sublinhou.
Um crescimento que, em países europeus como Portugal, pode figurar como ilusão, segundo Joseph Stiglitz: "Quando falo com pessoas de governos de países como Espanha ou Portugal eles dizem: 'As coisas estão a melhorar. A crise acabou'. E, em certo sentido [estão]: Eles estavam a cair de um precipício e deixaram de cair e começaram a crescer".
Contudo, como sustentou o Nobel da Economia, "o crescimento é tão lento que, a este ritmo, nunca mais vão voltar à normalidade. Mas, mesmo se começassem a crescer rapidamente ia demorar anos e anos". "Penso que as políticas que têm sido impostas pela 'troika' são contrárias às políticas sustentáveis. São políticas que farão com que o crescimento seja mais difícil no futuro", defendeu. "O preço que estes países estão a pagar, particularmente os jovens, é enorme", defendeu o economista que, já tinha estabelecido um paralelismo entre a atual crise na Europa e a Grande Depressão.
Imagem 1 e 2

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