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terça-feira, 25 de março de 2014

Pior era (im)possível, graça aos deuses pelo “milagre”!

“Última chamada”. É assim que a revista “The Economist” intitula um artigo que publicou a 22 de Março, sobre Portugal, onde considera que a economia nacional “está em melhor forma”, mas “vulnerável a qualquer turbulência”.
O INE divulgou uma pesquisa que demonstra a que ponto o país sofre com os efeitos da crise económica. Quase 1 português a cada 5 vive com um rendimento anual inferior a 4.904 euros, considerada a linha da pobreza.
Por causa da crise, o índice de pobreza aumentou para 18,7% da população em 2012 no país, contra 17,9% em 2009. Segundo o INE, essa é “a mais alta taxa desde 2005”.
A situação fica ainda mais delicada se são desconsiderados os auxílios financeiros concedidos pelo governo, como auxílio-desemprego, ajuda para a moradia ou para famílias grandes. Nesse caso, o índice chega a 46,9% dos portugueses que vivem em situação de pobreza. O estudo explica que o problema atinge principalmente as famílias com pelo menos 3 filhos, os jovens com menos de 18 anos e os desempregados.
Ao mesmo tempo, as desigualdades sociais também cresceram no país. Os 10% mais ricos da população ganham 10,7 vezes mais do que os 10% mais pobres. Em 2009, a proporção era de 9,2 vezes.
Plano de ajuda
Em troca de uma ajuda financeira de 78.000 milhões de euros da União Europeia e do FMI, Lisboa adotou rígidas medidas de austeridade económica, desde 2010. O plano, entretanto, provocou a alta do desemprego e cortes significativos nos salários, reformas e ajudas sociais, o que teve um impacto direto no poder aquisitivo dos portugueses.
No 2.º trimestre de 2013, a economia do país recomeçou a crescer, colocando fim a 2 anos e meio de recessão. No último trimestre do ano passado, o consumo voltou a ter alta, pela primeira vez desde o final de 2010.
Os dados sobre a pobreza publicados ontem pelo INE podem ser mais graves do que se pensa. Aquele instituto apresentou dados alternativos, tendo como base o rendimento mediano de 2009, e que revelam que a percentagem de pessoas que vive em situação precária pode ser, afinal, de 24,7%.
A tradicional taxa de risco de pobreza está dependente da evolução do rendimento mediano de cada português que caiu nos últimos anos, amortizando, na prática, o aumento da taxa de risco de pobreza, sendo que é considerado pobre quem tem, num determinado ano, menos de 60% do rendimento mediano no país.
Estes dados referem-se a um novo método de cálculo que teve como base o rendimento mediano de 2009, e não de 2012, concluindo que 24,7% dos portugueses tinha em 2012 um rendimento inferior àquele que em 2009 era o limite para ser considerado pobre. Uma percentagem que sobe para 30,9% nas crianças, 23,7% nos adultos em idade ativa e para 22,4% nos idosos.
Especialistas consideram que o INE procedeu bem ao apresentar novos dados, uma vez que as estatísticas oficiais têm limitações e são, apenas, um retrato parcial da situação.
Quando “The Economist” dizia que a economia portuguesa está melhor, mas vulnerável a qualquer turbulência, não se referia, seguramente, à Economia, que é para as pessoas, mas “logicamente” às Finanças, que é para os mercados… Se assim não fosse, não nos depararíamos com esta paisagem social, desenhada por este governo, com o papel, as tintas e os pincéis que lhe emprestaram e deu esta borrada.
No fim de tanto confisco e roubos, durante quase 3 anos, para pagar faturas que não eram nem são dos contribuintes, este executivo conseguiu levar o país a um nível de pobreza registado em 2005, fazendo-nos regredir no tempo, 9 anos, uma “inovação” nunca vista…
Diz o estudo do INE que 18,7% da população vive abaixo da linha de pobreza, 1.966.305 pessoas, mas se não houvesse “ajudas” sociais, a percentagem seria 46,9% dos portugueses nessa situação, o que corresponderia a 4.931.535 almas… Tudo isto provocado pela alta estúpida do desemprego, da baixa de salários na Função Pública e no setor privado, dos roubos na propriedade das pensões dos reformados e pela eliminação dos subsídios sociais aos desempregados de longa duração.
Se era isto que pretendia, a troika e o governo, parabéns, não por terem conseguido o objetivo, mas por terem chegado lá sem qualquer resistência, como os russos conseguiram na Crimeia…
Acrescente-se o aumento das desigualdades sociais conseguido, em que os 10% mais ricos da população ganham 10,7 vezes mais do que os 10% mais pobres. Parabéns!
Mas se a situação constatada e publicada é devastadora, mesmo assim vem pintada de cor-de-rosa (alaranjada), porque os números, como sempre, vêm martelados, já que em cada ano a linha de pobreza é calculada em função da média de rendimento desse ano, o que quer dizer que em 2009 o salário médio era mais alto do que em 2012, o que baixando essa média, a percentagem e o número dos que vivem em situação precária reduz-se “milagrosamente”.
E sobre esta falácia, temos que ressaltar a honestidade intelectual dos autores do estudo do INE, que desmascaram o truque, revelando que, se se tiver em conta a média salarial de 2009, afinal não são 18,7% (1.966.305 pessoas), mas 24,7% (2.597.205 pessoas) o que quer dizer que há 4 pessoas em 10 a tropeçar na linha que os leva à pobreza…
Finalmente, é de destacar que mesmo quem trabalha, percorre a mesma linha de pobreza e corre os mesmos riscos, o que quer dizer, literalmente, que os mais pobres andam a “trabalhar para aquecer” para não morreram no meio da frieza dos números e dos nossos governantes…
Passaram-se quase 3 anos sobre a posse de quem prometeu soluções para “falência” do país e aqui fica o balanço, que os deve encher de orgulho, mas que os deveria obrigar a “limpar as mãos à parede” e confessar que confirmaram o “princípio de Peter”…
Pior era (im)possível!
Parabéns pelo “sucesso” e graças aos deuses por mais este “milagre”!

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