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domingo, 2 de fevereiro de 2014

De “separação” em separação até à minoria fatal…

A maioria dos dinamarqueses está contra a venda de uma participação da estatal Dong Energy ao banco norte-americano. A má reputação do Goldman Sachs entre os dinamarqueses deixou o governo a um passo do colapso.
A venda de uma posição no grupo estatal de energia dinamarquês DONG ao banco de investimento norte-americano Goldman Sachs provocou a demissão de 6 ministros de 1 dos 3 partidos do governo de coligação.
"Seguimos este caso DONG até ao fim", disse a líder do Partido Socialista Popular e ministra para os Assuntos Sociais e a Integração, Annette Vilhelmsen, aos jornalistas, quando anunciou a sua resignação.
O partido deve continuar a apoiar o governo da primeira-ministra Helle Thorning-Schmidt no parlamento, se bem que este vá ter de procurar o apoio da oposição em alguns assuntos. Thorning-Schmidt afirmou que não havia necessidade de convocar novas eleições e que o seu governo minoritário iria "apresentar brevemente novos titulares".
O governo dinamarquês quer vender uma posição de 19% na DONG à Goldman Sachs por 8.000 milhões de coroas (1.070 milhões de euros), depois de a empresa ter perdido dinheiro em investimentos no gás natural. Para fazer a venda, o governo teve de chegar a acordo com a oposição de centro-direita, tal como já ocorrera para aprovar o orçamento para este ano.
O assunto desencadeou críticas fortes de militantes socialistas, que têm acusado o seu partido de apoiar um governo cujas políticas consideram de direita. Vilhelmsen disse que decidiu sair também da liderança do partido depois de constatar que era "incapaz de o unir".
O governo, liderado pelos social-democratas, reduziu o imposto sobre os lucros das empresas de 225 para 22% e restringiu o acesso a benefícios sociais.
O crescimento económico na Dinamarca tem sido persistentemente fraco, desde que rebentou a bolha (investimento especulativo) no mercado imobiliário em 2007, o que resultou em anémicas despesas de consumo e um alto nível de endividamento dos particulares.
A primeira nota a registar, é que no “Reino da Dinamarca” a soberania parece residir ainda no povo, que mostrando desagrado e indignação por uma decisão do governo lançou uma petição online, que apenas com 185.000 assinaturas contra o investimento, abalou uma coligação politicamente abrangente, que reunia sociais-liberais, socialistas e Lista Unida, da extrema-esquerda, liderado pela social-democrata Thorning-Schmidt.
Tendo em conta que a PM dinamarquesa prometera uma política fiscal mais rigorosa, mais investimentos públicos, reformas no mercado de trabalho e combate ao desemprego e criar ainda políticas mais generosas para os desfavorecidos, deficientes e refugiados, ao fugir de alguns compromissos, correu o risco de ter os seus eleitores contra si…
A segunda nota tem a ver com a privatização de uma parte de uma empresa, que se traduz na venda de parte da soberania do país, coisa que qualquer povo com o mínimo de orgulho não aceita e combate…
A terceira nota vai para o comprador, um banco com muitas culpas no cartório nesta crise, que acabou por levar muitos países a fazerem as tais privatizações, a favor do infrator - Conspirar uma “crise” para tentar governar o mundo? - e que o povo dinamarquês não perdoou e fez questão de assumir…
A última nota, de caráter político, ressalta a coerência do Partido Socialista Popular, com a demissão de 6 ministros e também da sua líder, que ao demitir-se de ministra e da liderança do partido, simplesmente por se sentir incapaz de o unir…
Seria pura ficção pensar que esta história possa repetir-se noutros “reinos” com outros povos mais pobres…
A irrevogabilidade no “Reino da Dinamarca”…

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