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domingo, 17 de março de 2013

Conseguiram! É já impossível ser-se feliz em Portugal!

1. Dia de pesadelo para o Governo. Futuro negro para Portugal. Troika aponta o dedo ao Governo pelo falhanço total das políticas. Eis algumas das frases que enchem as áginas dos jornais deste fim de semana. Não é, pois, necessário ser especialmente perspicaz para concluir (ou intuir) que hoje é o primeiro dia do fim de Passos Coelho: o actual Primeiro-ministro (e, consequentemente, o Governo que lidera) chegou ao fim da linha. É o seu fim: não há qualquer margem de retorno. O Governo caiu de tal forma no fundo que já não vai conseguir regressar à tona. Note-se que esta minha análise, nada tem que ver com um fanatismo anti-Passos-Coelho ou o meu desejo ávido (que, alguns, aqueles que não percebem o significado de liberdade de pensamento e liberdade de expressão, repetem que tenho) de tirar Passos Coelho do Governo de Portugal - está apenas relacionada com a minha análise objectiva da realidade política portuguesa.
Pergunta-se, então, quais as razões que sustentam a minha tese da inviabilidade da manutenção do actual executivo em funções? Passo a enumerá-las e a explicá-las devidamente.
1.1. Em primeiro, Passos Coelho optou por um rumo - que já, na altura, era discutível - e esse rumo traduziu-se em defender acerrimamente o memorando de entendimento da troika. Passos Coelho chegou mesmo a afirmar que desejava ir "além da troika". Pois bem, todos os esforços do Governo foram no sentido de aplicar as ordens da troika - ora, nem isso o Governo foi capaz. O Ministro Vítor Gaspar falhou todas as previsões económicas. Todas! Ou seja, a única meta que o Governo traçou, o único desígnio nacional que Passos Coelho apresentou aos portugueses, não foi atingido. Por conseguinte, a governação Passos Coelho vai ficar na História como um insucesso estrondoso! Um exemplo de incompetência do nosso Governo! Ora, quando um Governo reduz a sua acção a um só objectivo e falha redondamente esse objectivo, poderá tal Governo continuar em funções? Com que credibilidade? Pior: o Governo falhou - e não admite que falhou... Continua Vítor Gaspar a insistir que o Governo não muda de rumo, não quer mais dinheiro, nem mais tempo (não obstante, o FMI ter dado mais tempo e com a imprensa internacional - por exemplo, Financial Times - fala de mais tempo e mudança de rumo do Governo...), contra as evidências! Isto já não é um erro político - já é pura loucura política! O Governo Passos Coelho entrou numa fase lunática: já não vive em Portugal, vive na lua! Noutro planeta que não é definitivamente o planeta dos portugueses!
1.2. Em segundo lugar, a base de apoio social do Governo reduz-se actualmente a Ulrich, um ou outro banqueiro e mais meia dúzia de amigalhaços! Já nem Ângelo Correia, o "padrinho" de Passos Coelho, está com o Governo! Até já a própria troika - a maior aliada de Vítor Gaspar e Passos Coelho - se arroga no direito de bater no Governo, culpando-o do insucesso das suas políticas! Os portugueses andaram a ser esmagados fiscalmente, vamos atingir um número socialmente insustentável de desempregos, as famílias sofrem para pagar as suas contas, é já impossível ser feliz em Portugal! Passos Coelho quer fazer de nós, portugueses, pobres e miseráveis - é este o momento de bater o pé! Porque a solução que ele afirmava que iria trazer-nos a esperança e a confiança no futuro tem produzido como único efeito o agravamento dos nossos problemas económicos e sociais! Basta, caro Passos Coelho, basta! Os portugueses já não aguentam: as manifestações, as greves, as formas de luta social vão passar a ser ainda mais constantes, desgastando o Governo a um ritmo (quase) diário! Sinceramente, acha que o Governo aguenta assim até 2015? Claro que não. E Portugal - o interesse superior do nosso país! - não se compadece com Governo híper-fragilizado, que está a prazo.
1.3. Em terceiro lugar - mas não menos importante - convém apelar ao elemento humano. Passos Coelho é humano, é uma pessoa com as suas angústias, hesitações, sofrimentos pessoais. Ora, Passos Coelho deve assumir a sua dimensão humana e admitir que já não tem forças nem motivação para liderar Portugal. E percebe-se: um homem que andou a lutar por um único objectivo, coloca o seu futuro político dependente desse objectivo, e depois vem a concluir-se que nem isso conseguiu...É difícil encarar os portugueses nestas circunstâncias. Passos Coelho deve passar à História política portuguesa nos próximos dias. E para um dos seus capítulos mais negros.
João Lemos Esteves

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