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quinta-feira, 14 de novembro de 2013

6.000 milhões de euros deve ser muito (pouco) bago...

Taxa de desemprego entre os jovens europeus oscila entre os 7,5% da Alemanha e os 56% da Grécia. Em Portugal, ronda os 37%.
O primeiro-ministro português esteve em Paris para uma reunião, ao mais alto nível europeu, para a promoção de medidas de emprego jovem. Durão Barroso, enquanto presidente da Comissão Europeia, pediu uma rápida implementação do programa Garantia Jovem. O Governo sempre apontou para que este seja aplicado, em Portugal, no próximo ano. O PS já veio dizer que tem de ser logo em Janeiro.
Países da União Europeia juntaram forças para combater o desemprego entre os jovens. Os críticos afirmam que isso não é possível com políticas públicas de emprego. Reunião em Paris controla aplicação de decisões recentes.
"Precisamos de mais sucesso na luta contra o desemprego entre os jovens", assinalou a chanceler federal Angela Merkel ainda em meados do ano. Na ocasião, em julho, uma cimeira extraordinária aprovou um programa apelidado de Garantia Europeia da Juventude, que afirmou que ninguém abaixo dos 25 anos de idade deveria esperar mais de 4 meses por um emprego ou por um posto de aprendiz.
Numa reunião convocada pelo presidente francês François Hollande em Paris (12/11), os representantes de 24 países-membros do bloco avaliam a decisão tomada há 6 meses em Berlim e controlam a implementação do programa.
Discrepâncias no bloco
A União Europeia está a preparar um pacote de 6.000 milhões de euros para combater especificamente o desemprego jovem. O programa quer combater as disparidades que existem no bloco dos 28: no norte, programas vocacionais e empresas estão a encontrar problemas para encontrar candidatos qualificados, ao mesmo tempo que jovens nos países do sul da Europa, mais afetados pela crise económica, procuram desesperadamente por trabalho.
Outro aspeto das medidas de combate ao desemprego jovem é que nem todo o europeu abaixo dos 25 anos poderá desfrutar do dinheiro disponibilizado pela UE. Os 6.000 milhões de euros irão para regiões com taxa de desemprego jovem superior a 25%. Trata-se principalmente de regiões na Espanha, na Grécia e em Portugal.
Com os milhares de milhões de Bruxelas, os países-membros deverão apoiar os jovens localmente. Por exemplo, na transição entre a escola e o trabalho ou na escolha da profissão. Também deverão receber estímulos para se locomover profissionalmente dentro da Europa. As empresas também poderão ganhar subsídios financeiros para contratar pessoas jovens.
Postos de trabalho de longo prazo
A eurodeputada social-democrata Jutta Steinruck apela aos governos dos países-membros para que criem melhores condições para criar postos de trabalho "com futuro". A contenção de gastos ditada pela troika fez com que o desenvolvimento económico de países em crise mergulhasse ainda mais fundo na recessão.
Isto provocou o corte de postos de trabalho. "Precisamos de estruturas que garantam a criação de empregos que possam ser mantidos num prazo maior. Para tal, a política e a economia devem usar recursos juntos para a criação de postos de trabalho de boa qualidade", afirmou a eurodeputada.
Porém, o atual financiamento é problemático: o dinheiro disponibilizado deve provir dos fundos estruturais. Medidas de formação profissional e ocupação de jovens sem trabalho já são apoiadas pelo Fundo Social Europeu (FSE) e pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (Feder). Mas os países-membros têm que cofinanciar tais fundos. E falta dinheiro nos países em crise.
Para Holger Schäfer, economista especializado em mercado de trabalho no Instituto da Economia Alemã, 6.000 milhões de euros são muito pouco para resolver toda a questão do mercado de trabalho. "Se um Estado organiza a criação desses postos de trabalho, esses empregos vão depender sempre do financiamento por impostos. Esses tributos, por sua vez, levam à eliminação de postos de trabalho noutros setores."
Os empregos criados e subsidiados pelo Estado custam muito dinheiro e, na pior das hipóteses, evitam que os jovens se estabeleçam no mercado de trabalho, disse Holger Schäfer. Essas pessoas são alocadas em medidas de capacitação e treino, para que saiam das estatísticas de desemprego, afirmou Schäfer.
Possibilidades restritas da política
Na Dinamarca, na Finlândia, na Áustria e na Suécia existem "garantias" para a juventude – sem um sucesso aparente. O desemprego entre jovens cresceu ou não registou uma melhoria significativa face à taxa de desemprego de adultos nos últimos anos, pois a promessa de emprego não foi mantida.
Na Finlândia, a taxa de desemprego entre os jovens é de 21%, enquanto na Suécia é de 23%. O desemprego jovem não é um problema isolado, mas um sinal de uma situação generalizada de falta de emprego. A premissa é: quanto maior for a taxa de desemprego, maior a falta de trabalho para os jovens.
Para Schäfer, a Garantia Europeia da Juventude não assegura assim nenhum posto de trabalho. "O desemprego nos diversos países é um desemprego conjuntural. Não pode ser combatido por uma política pública de emprego", afirma.
Segundo Schäfer, os políticos devem tentar criar as melhores condições possíveis para que as empresas sejam capazes de acolher pessoas jovens de forma sustentável. "Para isso, às vezes não se precisa nem de dinheiro. Por exemplo, basta abolir certas regras", declarou o especialista do Instituto da Economia Alemã.
Schäfer disse ainda que os políticos devem garantir um ambiente favorável ao crescimento. Assim, o aumento da produção iria criar cada vez mais postos de trabalho e a taxa de desemprego diminuiria.

2 comentários:

  1. A recente noticia do acumular de riqueza e os gastos subsequentes em "arte" mostram que correcções á excessiva proletarização de grandes massas de gente devia ter uma resposta dos gestores institucionais,de correcçãodestas distorçoes. Sem ser adepto de teorias conspirações talvez o aprisionamento dos governos e justiça pelos poderes economicos tenham grande doze de verdade . Aqui teremos que nos apoiar nos experts para encontrar uma alternativa e usando as novas Tic fazer a sua defesa junto dos eleitores duma forma eficiente. Mesmo com as narrativas demasiado contaminadas por crenças peregrinas ainda acredito no bom senso de muitos. Só que olhando para o sul da europa começo a desesperar pela demora. Vendo Portugal e a falta de transparencia e verdade nas analises e culpas atribuidas a estes e aqueles por cortes que são mais que evidentes que nãopodemos pagar com o dinheiro que não temos por mais "justos" que sejam os direitos (será que essses direitos so existem aqui? na China ;India todo o resto do mundo excepto UE nãosãodireitos?) começo a duvidar que para alem do paleio de malandros muita gente anda a não ser sério ou tem fé a mais nas senhoras de fatima ou no paisanto.

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    1. E os jovens, Senhor, por que lhes dais tanta dor, por que padecem assim?

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