O balão de oxigénio concedido pelo BCE, acompanhado pelos ajustes e reformas estruturais nos países periféricos devolveram alguma acalmia à Europa. No entanto, o economista Nouriel Roubini não está assim tão otimista.
De acordo com o mais recente estudo feito pela unidade de análise macroeconómica de Roubini, no médio prazo, o centro das atenções na Europa passará da garantia de estabilidade e sobrevivência do euro para os assuntos como a sustentabilidade da dívida soberana.
Deste modo, "a dívida da Grécia e de Portugal vão precisar de uma reestruturação", revela o estudo, sendo que no caso de Espanha a situação é "insustentável, mas não será feito nada antes de 2015" enquanto na Itália "o endividamento é apenas sustentável".
Segundo a unidade de análise de Roubini, o problema das ferramentas do BCE é que estas estão desenhadas apenas para funcionarem se os governos da periferia cooperarem e mantiveram um espírito razoavelmente reformista.
No próximo, alerta a unidade, este contexto idílico será cada vez mais difícil de manter uma vez que a fadiga da austeridade começará a dar lugar a protestos contra as reformas e a consolidação orçamental.
Nesse sentido, o possível distanciamento entre a troika e os países periféricos será mais evidente quando os respetivos governos se derem conta de que a luz ao fundo do túnel "é na realidade um crescimento medíocre e a continuidade de elevados níveis de desemprego".
"O acordo da troika tem sido um falhanço completo. Os défices orçamentais foram sempre maiores do que os que estavam programados inicialmente", disse Silva Lopes.
"O défice foi sempre pior e o crescimento económico foi sempre mais baixo. O crescimento foi baixo porque as reduções grandes dos défices orçamentais provocaram efeitos recessivos e os efeitos recessivos provocaram, por sua vez, perdas de receita que agravaram o défice. É o chamado ciclo vicioso da austeridade que nos tem estado a afligir de uma forma brutal", sublinhou.
O economista revelou o seu receio pela continuação deste ciclo vicioso. "O Governo até agora e a troika e os alemães não querem reconhecer este ciclo vicioso, mas ele existe e está aqui à vista. Eu receio que o ciclo vai continuar a funcionar no ano que vem".
É notório que o número de apostadores na reestruturação da dívida portuguesa (coisa da esquerda radical…) aumenta a cada dia, vinda de gente com autoridade intelectual e técnica e com isenção político-partidária…
É também cada vez mais frequente, gente com autoridade técnica, apostar na necessidade de Portugal recorrer a um 2.º resgate (ou a um programa cautelar), uns com isenção ideológica, outros comprometidos politica e partidariamente, outros ainda com interesses puramente materialistas…
E fruto dos desenhos feitos pelos que tanto nos quiseram “ajudar”, prometendo o bem-estar e a redenção, impondo-nos uma realidade que hoje sabemos tenebrosa, eis-nos entre estas 2 alternativas, sem que os responsáveis nos construam a ponte para “o país prometido”…
Cá pela terrinha, contrariando a realidade analisada por quem vê de fora do jogo e por isso vê melhor, ainda haverá meia dúzia(?) de ministros (são 15), que passam os dias a ler uns livrinhos de autoajuda, para não se irem abaixo das canetas, tentando passar para os cidadãos um retrato (azul celeste) da realidade, que todos conhecemos (cinza ratos), anunciando-nos a retoma, tornando-os em verdadeiros “bobos dos cortes”…
É o trilema ou a lei dos 3 eRRes: Retoma? Resgate? Reestruturação?
Organizem-se!
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