A elite política e financeira internacional encontra-se reunida mais uma vez em Davos, na Suíça, para o seu encontro anual, no 43º Fórum Económico Mundial. Os debates arrancaram ontem num clima de certo otimismo com os primeiros sinais da retoma económica.
“Neste momento as coisas vão muito melhor do que há um ano”, reconheceu o número 3 do FMI, o chinês Zhu Min, que adverte porém que, “graças às políticas adoptadas, a situação acalmou muito, mas devemos ser muito prudentes”, referindo-se à comunidade bancária a que atribui um peso ainda muito importante na economia mundial.
“Penso que os bancos têm que virar a página da crise, muitos deles portam-se bem, continuam a desenvolver-se e a emprestar dinheiro”, defendeu o presidente executivo do banco norte-americano JP Morgan, Jamie Dimon. Na opinião deste banqueiro, se houve excessos, “em princípio agora todos fazem bem o seu trabalho”. Para o CEO do JP Morgan, se os banqueiros e os reguladores “fizerem as coisas corretamente, conseguiremos sair [da crise]. Caso contrário, poderá durar 10 anos”.
5 anos depois do início da crise financeira que abalou o planeta, a regulação tem ainda muito que fazer, reconheceram os participantes neste primeiro grande debate em Davos, onde são esperados este ano cerca de 2.500 participantes, com a presença de 40 chefes de Estado e de Governo, um número recorde.
Este ano o Fórum é marcado pelo regresso à acalmia depois dos sobressaltos em torno da Zona Euro e da moeda única. Os grandes patrões do planeta estão menos pessimistas nas suas previsões sobre a economia mundial em 2013 comparativamente ao ano anterior, mas continuam mesmo assim prudentes, de acordo com um estudo publicado em Davos, à margem do Forum.
Como se vê, quem tem que fazer pela vida, faz! Os amos do mundo já vão na 43.ª assembleia para tratar dos seus problemas “de caixa” e de como garantir, no futuro, que o negócio deles corra… E enquanto andamos todos com as calças na mão, este ano a realeza financeira até dá mostras de otimismo com os primeiros sinais da retoma económica, a deles…
E à cautela, o n.º 3 do FMI aconselha prudência à comunidade bancária, atribuindo-lhes um peso muito importante na economia mundial, não se sabe se pelas culpas no cartório, se num aviso a não emprestarem para aumentar o “mal parado”.
Entretanto, o boss do JP Morgan (com culpas no cartório) admite que houve excessos da Banca, mas que agora todos estão a fazer bem o seu trabalho (o trabalho deles) e alerta que se os BANQUEIROS e os REGULADORES fizerem as coisas corretamente, a crise (a deles) se resolve em pouco tempo. No entanto, os participantes reconhecem que a REGULAÇÃO tem ainda muito que fazer (e convém andar muito de-va-gar), porque se fizer alguma coisa (e depressa) lá se vai o negócio…
Se as coisas se mantiverem (desreguladas para eles) os amos do planeta estão menos pessimistas nas suas previsões sobre a economia mundial em 2013, apesar de as previsões das instituições que eles alimentam sejam ao contrário para o cidadão comum, que vai continuar a pagar aos acionistas dos bancos, com uma REGULAÇÃO apertada e confiscadora, mas para os contribuintes…
É pena que os “pobrezinhos” não tenham a mesma ousadia de se manifestarem nos mesmos moldes, por falta de dinheiro para a caminheta e para a bucha…
Em paralelo, a Greenpeace distribuiu prémios aos “sem vergonha”, distinguindo o banco Goldman Sachs, que sem REGULAÇÃO faz o que muito bem lhe apetece, com impunidade e a necessária conivência.
E são estes os tais 99%!
O banco norte-americano Goldman Sachs e a petrolífera holandesa-britânica Shell foram galardoados com os “prémios da vergonha” 2013 atribuídos pela Greenpeace e pela organização não-governamental suíça Declaração de Berna.
Os prémios são entregues anualmente à margem do Fórum Económico Mundial de Davos a empresas acusadas de “violação dos direitos humanos” e de “crimes ambientais particularmente graves”.
“Este ano premiamos duas empresas que representam de modo exemplar (…) aquelas cujos crimes a nível social e ecológico revelam o lado negro de uma globalização focada exclusivamente no lucro”, indicou a organização.
O Goldman Sachs obteve o prémio do júri enquanto “ator central da globalização, alimentando os lucros de uma minoria rica através de enormes desigualdades e do empobrecimento de grandes segmentos da população”.
A Greenpeace e a Declaração de Berna criticaram ainda o facto dos dirigentes do Goldman Sachs ocuparem alternadamente cargos no banco e cargos públicos ou políticos “garantindo os negócios de amanhã”.
“Os produtos derivados do Goldman Sachs, que permitiram à Grécia integrar a União Monetária de modo fraudulento, hipotecaram o futuro da população grega”, considerou Andreas Missbach, especialista financeira da Declaração de Berna.
Chamando a atenção para os números do desemprego na Grécia – “400.000 desempregados antes da crise e agora 1.400.000” – a jornalista grega Evridiki Bersi salientou: “o pior é que o Goldman Sachs e os seus parceiros não vão parar na Grécia, Portugal e Espanha, estão à procura de novas vítimas e serão os cidadãos de outros países europeus”.
O prémio do público, com 41.800 votos obtidos através da Internet, coube à Shell, acusada de ter contribuído para as alterações climáticas, através das suas explorações petrolíferas no Ártico.
A Shell, com aqueles furos num dos “últimos paraísos naturais sobre a terra põe em risco 4.000.000 de pessoas assim como uma incrível vida selvagem”.
Missbach recordou que a Shell tem “a honra” de receber o prémio pela 2.ª vez, depois de em 2005 ter sido "galardoada" pelas suas atividades poluidoras na Nigéria.
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