"1) O Presidente da República reuniu hoje o Conselho de Estado, para efeitos do art.º 145º, alínea e), segunda parte, da Constituição, tendo como ordem de trabalhos o tema "Resposta europeia à crise da Zona Euro e a situação portuguesa"
2) Na fase inicial da reunião do Conselho de Estado, que contou com a presença de todos os seus membros, participou nos trabalhos, a solicitação do Presidente da República, o Ministro de Estado e das Finanças, que fez uma exposição sobre o tema da agenda e prestou os esclarecimentos solicitados.
3) O Conselho debruçou-se sobre as medidas já tomadas pelas instituições europeias visando combater a crise da Zona Euro e a suas implicações para Portugal e manifestou o desejo de que a criação da União Bancária Europeia, a disponibilidade do BCE para intervir no mercado secundário da dívida soberana de países sujeitos a estrita condicionalidade e as políticas europeias para o crescimento e o emprego sejam concretizadas tão rapidamente quanto possível.
4) No quadro da situação do País, os conselheiros sublinharam a importância crucial do diálogo político e social e da procura de consensos de modo a encontrar soluções que, tendo em conta a necessidade de cumprir os compromissos assumidos perante as instâncias internacionais que asseguraram - e continuam a assegurar - os meios de financiamento essenciais à nossa economia, garantam a equidade e a justiça na distribuição dos sacrifícios bem como a protecção das famílias de mais baixos rendimentos e permitam perspectivar o crescimento económico sustentável.
5) Embora reconhecendo que Portugal depende muito do exterior para o financiamento do Estado e da sua economia, sendo por isso importante preservar a credibilidade externa do País e garantir avaliações positivas do esforço de ajustamento visando a correcção dos desequilíbrios económicos e financeiros, o Conselho de Estado considera que deverão ser envidados todos os esforços para que o saneamento das finanças públicas e a transformação estrutural da economia melhorem as condições para a criação de emprego e preservem a coesão nacional.
6) O Conselho de Estado foi informado da disponibilidade do Governo para, no quadro da concertação social, estudar alternativas à alteração da Taxa Social Única.
7) O Conselho de Estado foi igualmente informado de que foram ultrapassadas as dificuldades que poderiam afectar a solidez da coligação partidária que apoia o Governo.
Lisboa, 21 de Setembro de 2012"
Traduzindo:
- Os conselheiros lembraram ao governo as “últimas” do BCE, a que já pode (podia) recorrer, tão rápido quanto possível, para o crescimento e o emprego, o que se pode traduzir num processo que de imediato não tem consequências e tudo fica na mesma;
- Preocupados com a “sarrabulhada” que o governo criou com a ameaça de assalto aos que trabalham e trabalharam, aconselham-no a não enfurecer mais o povo, e a encontrarem soluções que ludibriem os cidadãos, quer com a inevitabilidade da filosofia da austeridade para pagar em 3 anos a dívida contraída durante 30, quer com soluções que pareçam que há equidade e justiça na distribuição dos sacrifícios para pagar as dívidas de alguns (ilibados de o fazer), quer dando a ideia de que protegem “os mais desfavorecidos” e deem a entender que daqui para a frente vai ser sempre a (enri)crescer;
- Aceitando, “tout court”, a dependência dos nossos credores (que é imoral) e reconhecendo-lhes o “direito” de nos imporem condições de vida indignas, os conselheiros insistem, por isso, no saneamento das finanças públicas (com os mesmos que não o conseguiram) e na transformação estrutural da economia (mantendo confiança na inação e incompetência dos mesmos), para melhorarem a criação de emprego (para quem o multiplicou estupidamente) e que convençam assim o PS (mesmo com o governo a tomar medidas não negociadas e prepotentes) a não abandonar a maioria do arco (80%?) para tentarem domar a agitação social, como se os partidos fossem donos da vontade dos cidadãos;
- Os conselheiros “conseguiram” ouvir da boca do Governo (que mente como uma “jiga rota” e quiseram acreditar), disponibilidade para estudar alternativas ao crime da TSU (como se não fossem eles que a inventaram), com os parceiros da concertação social (que enganaram a todos e passassem a partir de agora a ser uns “santinhos de pau carunchento”), que será substituída por medidas diferentes por roubos no mesmo montante;
- Finalmente, parecendo “cegos, surdos e mudos”, os conselheiros vem-nos dizer que a coligação de governo acabou com o amuo, fez as pazes e que as dificuldades de relacionamentos, até fortificaram a união de facto, de tal modo, que de agora em diante as facadas nas costas do povo serão dadas a duas mãos…
Resumindo:
Não provoquem o povo, continuem a tentar convencê-lo desta inevitabilidade de pagarmos pelos que roubaram, se quiserem continuar a receber os salários e as pensões a que tem direito, que continuem a pensar e aceitar que a suspensão da Constituição é apenas durante 2012 (que nem lhes passe pela cabeça que será durante os próximos 20 anos e seguintes), que a equidade vai mesmo para a frente (custe a quem já custou) e que o governo pode contar com o Conselho de Estado (que contrariou o somatório das opiniões pessoais e públicas dos conselheiros) “para o que der e vier”…
O Conselho de Estado é que também não pode continuar a contar com o povo!A TSU não é o problema, foi o rastilho!
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