No entanto, Isabel Jonet admitiu que um caminho alternativo poderia ter consequências mais desastrosas. “Prefiro estas medidas agora anunciadas do que um novo acréscimo nos impostos, nomeadamente no IVA, porque poderia conduzir a uma maior desigualdade social”, sublinhou.
Isabel Jonet mostrou-se convicta de que, no Orçamento, vão surgir medidas compensatórias para famílias carenciadas.
Uma resposta necessária, mas provisória, porque "toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente que lhe assegure e à sua família, a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda aos serviços sociais necessários" (Excerto do artigo 25º da Declaração Universal dos Direitos do Homem)…
Lutar contra o desperdício, recuperando excedentes alimentares, para os levar a quem tem carências alimentares, mobilizando pessoas e empresas, que a título voluntário, se associam a esta causa.
- Qual é o seu negócio, senhora dra.?
- O meu negócio são os pobrezinhos. Mas, se não se importa, prefiro chamar-lhe actividade.
- E como está a correr o seu negócio, ou a sua actividade?
- Muito bem, obrigado, está a correr muito bem: há cada vez mais pobrezinhos.
- Como?
- Sim, é verdade. Gosto tanto de ver aquelas caras tão agradecidas e um bocadinho babosas quando lhes dou arroz, um quilo de farinha e duas...duas, não, três latas de sardinha...É isso que me realiza!
- Mas não era melhor não haver pobrezinhos?
- Que ideia tão tola! Aquela gentinha é muito agradecida, sabe? E até sou capaz de vez em quando de afagar a cabeça dos pobrezinhos pequeninos, tão ranhosinhos e piolhosos... Depois, é claro, toca de desinfectar as mãos, não é?
- Mas, diga-me lá: o melhor, o ideal, não era que o seu negócio se extinguisse?
- O senhor decidiu só dizer disparates? Nunca se esqueça: os pobrezinhos são bastante tontos e limitados, sabe...É preciso alguém que lhes valha: não é isso a máxima caridade?
- Mas para que quer mais pobrezinhos? Não chegam os que tem?
- É claro que não! No meu negócio... desculpe, na minha actividade, como em qualquer actividade, o êxito mede-se pelo aumento da procura. O senhor não percebe nada de caridade económica, pois não?
- Mas...
- Assim, qualquer dia, tenho um império... perdão, uma actividade que concentrará todo o bem que se faz em Portugal. Milhões de pobrezinhos, e eu a ajudar. Não acha bonito? Não acha giro?
- ...."
Azeredo Lopes José Alberto (no Facebook)
Ninguém sabe como esta senhora surgiu a dirigir esta atividade (negócio), que como se constata tem caráter provisório e tem por Missão lutar contra o desperdício, recuperando excedentes alimentares, o que não é, de todo, a prática vigente, que assenta arraiais nas portas dos super e hipermercados, promovendo sem intenção (queremos acreditar) um pique nas vendas (e logicamente nos lucros) das respetivas cadeias comerciais. Paga o povo, remedeiam-se os pobres e beneficiam-se os mais ricos do país. Quantos mais peditórios, melhor…
As declarações da presidente do BACF são realmente inocentes, politicamente incorretas e comprometidas, no mínimo comprometedoras…
Entretanto, quem tem outra visão da sociedade e do assistencialismo com origem em políticas fazedoras de mais pobres, não é tão ligeiro na análise do momento e das circunstâncias…
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