O coronel da Polícia Militar Fernando Príncipe Martins disse que o Porsche zero quilómetro (em 1ª mão) dirigido por ele ao ser parado numa blitz (operação stop) da Lei Seca está em seu nome e custou R$ 650 mil (€ 245.000). Príncipe, que foi comandante do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais), teve a carteira de habilitação (carta de condução) apreendida por se recusar a fazer o teste do bafômetro (balão).
Disse ele ser sócio-cotista de uma empresa de segurança no Rio, da qual seu irmão é sócio-gerente. “Não sei por que tanta história. O que está errado é a maneira como a Lei Seca trabalha, e não eu estar dirigindo um Porsche, comprado com o produto do meu trabalho na empresa. É de lá que vem o meu rendimento maior. ‘Pobreza pouca é bobagem’”, disse o policial, acrescentando que, antes de adquirir o Porsche, dirigia um Jaguar.
Em 2005, uma reportagem do GLOBO mostrou que, das 148 empresas de segurança com autorização do Ministério da Justiça para atuar no Estado do Rio, cerca de 50% estavam em nome de oficiais militares, delegados (da ativa ou aposentados) ou de seus parentes. Fernando Príncipe era citado como um dos sócios.
O coronel disse que a legislação estadual autoriza PMs a participarem de sociedades, desde que como sócios-cotistas, e não sócios-gerentes. Príncipe garantiu que não havia bebido e que não fez o teste do bafômetro porque a sua obrigatoriedade contraria a Constituição: “Sou contra ser obrigado a produzir provas contra mim. A Lei seca é uma leizinha que quer empurrar as coisas, mesmo contrariando os preceitos constitucionais” e disse que pretende processar o Estado e os 2 servidores que o acusaram de estar sem cinto de segurança - o que ele nega.
Ah, Coroné!
Era de gente como esta que nós precisávamos, não muita, para criarem riqueza e distribuí-la, para ajudar a pagar a dívida (externa) dos bancos, para repudiar a imoralidade da pobreza crescente, para exigir a dignidade a que todo o cidadão tem direito num Estado de direito, para publicitar a legalidade da acumulação de cargos públicos e privados, para denunciar a inconstitucionalidade de muitas leis, mas sobretudo para processar o Estado e os governantes, que nos acusam de ter vivido acima das nossas possibilidades, quando são eles que continuam a viver para além da nossa austeridade!
Vivam os Coronés!
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