Cerca de 160 personalidades de todos os quadrantes da sociedade portuguesa uniram-se no Movimento Sociedade Civil Solidária, uma iniciativa que pretende ajudar “as pessoas e famílias mais duramente atingidas pela crise”.
Este movimento irá recolher e canalizar todos os recursos para o Fundo Social Solidário (FSS) gerido pela Cáritas Portuguesa, uma obra que presta apoio a milhares de pessoas carenciadas.
“Nós pedimos a várias pessoas com uma grande credibilidade moral e cívica que se juntassem a nós e dissessem também acreditamos”, disse Manuela Eanes, uma das promotoras da iniciativa.
Várias personalidades responderam ao apelo: desde reitores, escritores, representantes da Igreja Católica, da comunidade hindu, da comunidade islâmica, da Rede Aga Khan, embaixadores, médicos, economistas, entre muitos outros.
O movimento, “exclusivamente da sociedade civil”, nasceu de “um pequeno grupo, que foi crescendo, e que se pretende que seja um movimento a nível nacional”, disse a também presidente do Instituto de Apoio à Criança, comentando: “Eu acho que vai acontecer mais um milagre português”.
Alfredo Bruto da Costa, da Comissão Nacional Justiça e Paz e também promotor da iniciativa, frisou que “Portugal está numa situação extremamente grave e que os problemas do país não se resolvem apenas com pachos quentes”. “Há necessidade de transformações e mudanças profundas, só que estas transformações e mudanças profundas não têm resultados imediatos, são resultados a médio e longo prazo”, adiantou. Entretanto, “há pessoas que caíram de um momento para o outro na pobreza devido à evolução da economia e das políticas que têm sido adotadas”.
Bruto da Costa disse que várias instituições e organizações têm tentado acorrer aos problemas dessas pessoas, mas ainda há um espaço na sociedade civil em que as pessoas podem “exercer solidariedade”. “Nós pretendemos utilizar um pouco desse espaço, que implica dar uma oportunidade às empresas, às instituições, às organizações e, sobretudo, aos indivíduos que, com muitos ou poucos recursos gostariam de expressar a sua solidariedade e muitas vezes ficam inibidos de o fazer”, disse.
Para o presidente da Cáritas, “os contributos que podem advir do dinamismo deste movimento são uma mais-valia para o fundo solidário”, que foi criado para responder às consequências da crise e que se tem destinado, principalmente, a resolver os problemas de habitação. “Se não fosse este fundo, muitas famílias já tinham entregado as suas casas”, frisou, adiantando que, apesar do FSS, se destinar a todas as pessoas, é a classe média que mais tem beneficiado.
O Fundo também já tem criado alguns postos de trabalho, mas “poucos relativamente àquilo que desejaríamos, mas também não estamos no tempo mais favorável para que isso aconteça”, sublinhou.
Entre as várias personalidades que aderiram ao movimento, encontram-se Adriano Moreira, Laborinho Lúcio, Artur Santos Silva, Bagão Félix, Daniel Sampaio, Guilherme Oliveira Martins, D. Januário Torgal Ferreira, João Lobo Antunes, Manuela Ferreira Leite, Maria Barroso, Miguel Sousa Tavares, Vasco Graça Moura e Vítor Melícias.
As contribuições poderão ser efetuadas através do NIB: 003603249910000923653 do Montepio Geral, do nome da conta: Sociedade Civil Solidária, do site: www.scsolidaria.org e de chamadas de valor acrescentado para o n.º 760 105 010.
Esperemos que alguns dos pirómanos contribuam, para debelar as cinzas que espalharam…
Sem comentários:
Enviar um comentário