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domingo, 24 de junho de 2012

OE2012: Objetivos ocultos, explícitos e descaramento!

A realidade impôs a confissão: Portugal pode falhar a meta fixada para o défice orçamental.
A receita fiscal está em queda acentuada, em consequência do aumento brutal do desemprego e da cada vez maior fragilidade do tecido empresarial. Para além disso, o ataque continuado dos mercados à moeda única têm bloqueado as exportações, apesar duma tímida tendência de subida.
Contas feitas, o OE2012 pode ter sido demasiado otimista.
Vítor Gaspar foi ainda forçado a admitir que o atual rumo da execução orçamental “não é positivo”, em particular à prestação das receitas em sede de IRC, que registaram “uma evolução menos favorável do que se esperava em resultado dos menores lucros das empresas neste contexto de recessão prolongada”.
“O Partido Socialista quer dizer ao país e ao Governo que estará cá para continuar a bater-se pelo crescimento e emprego, quer dizer ao Governo que mude de política, que mude esta política de austeridade para lá da troika. O Partido Socialista quer também dizer que estará intransigentemente contra qualquer tentação de agravar a dose de austeridade em face dos números de execução agora conhecidos”, disse o deputado do PS Pedro Marques, considerando que o aumento dos “riscos e incertezas” significam “mais do que isso”, considerando que “o país está neste momento numa situação de espiral recessiva”.
O PCP, pela voz do deputado Honório Novo defendeu que “O Governo pode estar preparado para impor nova austeridade, mais austeridade, fazer novos cortes nas prestações sociais, fazer novos cortes nas despesas de educação, fazer novos cortes nas despesas de saúde, nos salários dos portugueses, apostando numa linha absolutamente imparável de encaminhamento de Portugal e dos portugueses de desastre social e de desastre económico”.
O Bloco de Esquerda não fugiu à regra: “Não era preciso ter uma bola de cristal para adivinhar que, depois de aumentar os impostos para lá do aceitável, depois de fazer cortes brutais no investimento reduzindo-o quase a zero, depois de cortar no rendimento das famílias, íamos ter como resultado o agudizar da recessão e o disparar do desemprego”, concluiu o deputado do BE, Pedro Filipe Soares.
Em primeiro lugar, quem falhou a meta fixada para o défice orçamental não foi Portugal, mas sim o ministro das Finanças, de seu nome, Vítor Gaspar e o governo que programou, aprovou e nos impuseram. Os portugueses, com o seu silenciamento e “civilidade”, apenas acreditaram nas tão propaladas competências dos atores…
Qualquer “ceguinho” sabia e todos os leigos disseram que as medidas iluminadas de quase todos os ministérios teriam como consequência o aumento brutal do desemprego e dos respetivos subsídios, logo mais gastos com a Segurança Social e perigos com a sua sustentabilidade. Mas foram os totós…
Qualquer “ceguinho” sabia e todos os leigos disseram que as medidas iluminadas dos ministérios específicos teriam como consequência a destruição do tecido empresarial, com a diminuição de ganhos, redução do IRC e menor receita do mesmo. Mas foram os totós…
Qualquer “ceguinho” sabia e todos os leigos disseram que as medidas restritivas ao crédito impostas pelos bancos bloqueariam as exportações, embora viessem dizer que estavam a crescer inesperadamente. Mas foram os totós…
Qualquer “ceguinho” sabia e todos os leigos disseram que as medidas de austeridade, sobretudo o confisco de dois meses de salários a Funcionários Públicos e Pensionistas, mais os cortes salariais, mais a inflação, que reduziriam o poder de compra, apesar do aumento do IVA (que representa quase metade do total da receita fiscal) iriam resultar numa diminuição da receita total, embora o Governo dissesse que a receita deste imposto subiria. Mas foram os totós…
Qualquer “ceguinho” sabia e todos os leigos disseram que pelas medidas já apontadas acima, as receitas do imposto sobre os combustíveis diminuiriam, mesmo com a ajuda dos aumentos consentidos das petrolíferas, assim como para o aumento do imposto sobre o tabaco e sobre os veículos, e... Mas foram os totós…
Tendo ainda em conta, que a toika há duas semanas disse que estava tudo a correr bem e o governo fez eco e Vítor Gaspar até veio a correr, inchado como um pavão anunciar o seu sucesso, que raio aconteceu em tão pouco tempo para a realidade se impor às mentiras repetidamente veiculadas?
Assim sendo, é preciso ter lata (e Gaspar até parece um robô) para vir agora o mesmo ministro das Finanças, analista, programador e executor das suas próprias medidas, dizer, candidamente que o governo pode ter sido demasiado otimista, porque não é TOTÓ…
Embora cada vez mais tenha muitas dúvidas sobre a competência técnica de Vítor Gaspar (sobre a troika já não tenho e são péssimas) tenho que reconhecer-lhe cada mais muitas competências políticas, no mau sentido, porque outra coisa não se pode concluir de quem tem objetivos (políticos) ocultos, já que os objetivos explícitos (técnicos) de tão falaciosos, são inaceitáveis.
E é preciso muito descaramento, do próprio (sado-maquiavélico), do governo e até da oposição, que (fala, fala…) não se opõe! Do PR nem vale a pena falar, de tão confuso que anda, mesmo como professor de economia, que diz umas coisas e faz outras…
Estamos entregues aos bichos, ou como dizem os brasileiros, “estamos no mato, sem cachorro”  e são mais de 7 cães a um osso!

4 comentários:

  1. Se me permites Miguel, eu diria que estamos f******! E agora vão sacar mais dinheiro a quem? Presumo que aos mesmos de sempre. Se o povo continuar esta postura bovina, voltaremos a viver com os 3F e resignar-nos-emos ao "tem que ser" e ao "custe o que custar".Só nos falta o ultramar e a PIDE para completar o quadro dos pobrezinhos mas honrados e felizes.
    As famílias que eu conheço (inclusive a minha) veem-se a braços com filhos desempregados e compromissos para cumprir.Porca miséria!

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    1. Realmente, o que é demais é exagero, se forem por aí. A vida está a ficar difícil para os que não eram e ainda não são pobres, mas está para lá caminham. Este governo é uma máquina de fazer pobres e ainda se gabam e gozam com o cliente. Estão a encostar-nos à parede e ninguém reclama, nem se vislumbra reação. Já falta pouco para as condições da rebelião, só faltam os rebeldes.
      Entretanto eles vão distribuindo lugares entre os filiados e defensores do chefe...
      Já nem sei o que dizer, mas sei o que é preciso fazer.

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  2. Afinal ele esmifrou-nos de menos!!
    Que bom rapaz que afinal nos saíu!!

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    1. Essa é que não dá para entender! Foram além da troika, a troika diz que está tudo a correr bem (devia dizer que estava a correr melhor) e afinal a competência de um e outros nem cartomância chega a ser...
      Como a solução é extorquir, até o Cavaco dizer que já não há muito espaço para mais austeridade, quando há meses não havia nenhum...
      A sorte e o azar é que o povo é sereno, vagaroso e está a ficar moribundo.

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