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segunda-feira, 25 de junho de 2012

Rio+20: “O que tem muita força tem que ser!”

A ministra brasileira do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, apesar de listar uma série de avanços do documento, apontou a falta de meios para a implementação das ações como o principal problema da Rio+20 e da Eco 92. “Temos que reconhecer que existem lacunas nas vias de implementação em relação ao legado de 1992”, disse. Num balanço sobre a conferência, Izabella criticou a retirada de cena dos países desenvolvidos, que não quiseram comprometer-se na angariação de verbas para a promoção do desenvolvimento sustentável. “Há desafios, não só dos estabelecidos aqui, como também daqueles de 20 anos atrás, que temos a obrigação de implementar. E isso passa por uma discussão dos meios de implementação de outra maneira. É fácil falar que às vezes (o documento) é pouco ambicioso, mas ninguém se sentou à mesa para por dinheiro adicional”, reclamou a ministra.
“O que vi foram os países pobres, em desenvolvimento - todos, sem exceção - assumindo compromissos em relação à sustentabilidade. E muitos países ricos não adicionando recursos para esse processo”, disse.
Na listagem dos pontos positivos, destacou primeiro a adoção de um plano de 10 anos para a produção e consumo sustentáveis. Outro aspeto ressaltado foi o entendimento de que a ONU deverá iniciar um processo de avaliação e sugestão de novos indicadores para mensuração de desenvolvimento, além do PIB atual. Izabella destacou a criticada agenda dos oceanos como avanços da Rio+20. “Os oceanos não ficaram como estratégia da agenda da conservação da biodiversidade. Acabou por ganhar caráter estratégico e acabou de ganhar o mandato de fazer um novo tratado em relação à biodiversidade marinha e aos oceanos”, disse.
A ministra lembrou que o Fórum de alto nível para o desenvolvimento sustentável, criado durante a conferência, também pode significar a esperança de “trazer à centralidade geopolítica internacional a questão do desenvolvimento sustentável”. Para Izabella, de todos os pontos enumerados, o mais importante foi o multilateralismo e a construção de um consenso. “Temos que saber falar e saber ouvir”, disse. “A conferência sinaliza novos caminhos mas também mostra que estamos a reafirmar todos os compromissos de 92 e que não houve retrocesso, embora tenha havido um longo processo de negociação e países a colocarem na mesa dúvidas sobre o legado de 2002. Isso foi superado”, afirmou.
Oficialmente regista-se que houve “boas intenções”, mas que o inferno ficou cheio de gente (ir)responsável, já que todos sabem que sem os meios necessários não se chega a lado nenhum…
E dizer-se que houve coisas positivas, quando se reconhece que em 20 anos estamos mais ou menos na mesma, com os mesmos problemas na agenda, só pode significar que, no que ao ambiente diz respeito, estamos seguramente pior, porque o resultado da inação, nesta área, só pode aumentar as consequências negativas, agravadas pela emergência de novos países agressores…
Como no nosso quotidiano sócio-financeiro-político, também à escala mundial, os (países) pobres, de qualquer forma dependentes dos (países) ricos “aceitam” pagar os erros (crimes) dos poderosos (já não económica e financeiramente), que usurparam e querem continuar a fazê-lo, impunemente…
Oficialmente, se o mais importante desta cimeira foi o multilateralismo (falta saber de quem) e a construção de um consenso (sobre o quê), oficialmente…
Oficialmente, nem por dentro se consegue alterar o que tem muita força e por isso tem(?) que ser!

2 comentários:

  1. Respostas
    1. E tanto dinheiro gasto em benefício de poucos para se dizer que não há dinheiro para se gastar em benefício de todos...

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