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terça-feira, 26 de junho de 2012

O que é bom para os outros é mau para ELA?

A chanceler alemã, Angela Merkel, está preocupada com as vozes que na UE pedem soluções supostamente “fáceis” para resolver a crise na zona do euro, como responsabilidade partilhada na dívida (nomeadamente através dos eurobonds), à qual a Alemanha se opõe, afirmou o porta-voz Steffen Seibert.
 “A nossa união monetária, que é muito mais do que apenas uma união monetária, está claramente em dificuldade e as taxas de juros que alguns países têm que pagar fazem parte dessa dificuldade. O governo alemão sabe disso e está determinado em encontrar uma boa maneira para sair da crise”, disse Seibert.
“Mas a chanceler está preocupada que, pouco antes da cimeira europeia, haja gente a expressar novamente o desejo de soluções supostamente fáceis, principalmente o desejo de responsabilidade partilhada”, acrescentou. “Se o governo alemão se opõe a isso, é baseado na lei europeia e na constituição alemã, mas também porque é nossa convicção económica e política mais profundas que responsabilidade e controlo devem sempre andar de mãos dadas”, afirmou Seibert.
A chanceler alemã, Angela Merkel, exclui a hipótese de realização de um referendo a breve prazo na Alemanha sobre uma nova Constituição que permita a transferência de poderes para a União Europeia, garantiu o seu porta-voz. "Ainda estamos claramente distantes desse ponto, um tal referendo é um passo para o futuro longínquo", disse Steffen Seibert.
O porta-voz da chanceler reagia assim sobre declarações do ministro das finanças, Wolfgang Schaeuble, que afirmou que um referendo sobre transferência de poderes para Bruxelas podia realizar-se mais depressa do que ele próprio inicialmente tinha pensado. O político democrata cristão advogou também a eleição direta do presidente da Comissão Europeia e a nomeação de um ministro das finanças da União Europeia com direito de vetar os orçamentos nacionais. Sem uma alteração da Lei Fundamental, a referida transferência de poderes não é possível, e por isso esta teria de ser democraticamente legitimada através de um escrutínio popular, admitiu Schaeuble.
Lembrando que Schaeuble tem mostrado ser "um visionário europeu", Seibert esclareceu ainda que a chanceler Angela Merkel "partilha o essencial das ideias" do seu ministro das Finanças, mas realizar agora um referendo "não vem à questão, até porque a Constituição Alemã é europeísta e integracionista", referiu.
Eu sei que já enjoa comentar estas coisas, entendê-las e sobretudo aceitá-las, mas desistir de o fazer, nunca, para desfazer a embrulhada com que nos querem formatar!
E a coisa agora até pia fino, com um porta-voz, que ELA já está cansada de falar e de dizer a mesma coisa, com os mesmos resultados, que são de limpar as mãos à parede e encher os cofres da nação (dela)…
O risco de incumprimento da dívida portuguesa subiu para mais de 51%. Um agravamento de quase três pontos percentuais entre o final da manhã e o fecho. Situação de Espanha e Itália agravou-se. Pessimismo regressa ao mercado da dívida. Alemanha reforça posição de "refúgio".
E o porta-voz vem dizer, como se não soubéssemos já, que a “nossa” união é muito mais do que monetária, evidentemente, porque tem mais a ver com política e servem-se da política orçamental como arma de arremesso anti democrática.
Se estamos em dificuldade (nós, eles não) e com altas taxas de juros que alguns países estão a pagar, o agiotismo não podia fazer parte dessa dificuldade, se houvesse mesmo UNIÃO e induzisse SOLIDARIEDADE. Se o governo alemão sabe disso e se soubesse resolver o problema, já o devia ter feito, ou tentado, e não deixar desmoronar a sociedade e empobrecer os “acionistas”, se outros valores se perseguissem que não fossem os monetários…
É sensibilizador que a chanceler esteja preocupada com que haja quem pense e deseje soluções supostamente fáceis, como principalmente a da responsabilidade partilhada, que rejeita, por um lado porque o governo alemão baseia-se nos Tratados europeus (os outros baseiam-se em quê?) e na Constituição alemã (os outros também tem Constituição), e por outro lado porque a convicção económica e política que defendem e por isso, maternalmente impõem, é a de que a responsabilidade e o controlo são seus.
Mesmo que não tenham razão e a realidade mostre o deplorável das soluções impostas, são eles os donos da bola…
Claro que quem tentou impor a alteração do Tratado de Lisboa e alterações à Constituição de todos os países-membros da Eurozona (menos a sua) e se recusa a fazer um Referendo para alterar a Constituição do seu país, outra coisa não significa do que uma vontade e um “direito” de domínio e usurpação da soberania dos seus parceiros, ilegítimo, em benefício do seu bem estar...
Com amigas destas, quem acredita no instinto maternal? Então o que é bom e fácil para os outros, é mau e difícil para ELA?
Paradoxal é o retrato feito a Schaeuble, como um visionário europeu (disfarça bem), a quem a chanceler segue as ideias (Ela terá alguma?), apesar de o primeiro admitir o referendo e uma estrutura europeia democraticamente escrutinada e a segunda nem pensar em tais dislates…
Ou foi o porta-voz que se enganou ou foi erro de tradução, o que se traduz na continuação da tática de quanto pior (para nós) melhor (para eles) e quanto mais tarde mais ganho…
Viva a UNIÂO, enquanto nos é dura e lhes rende!

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