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Os 10 problemas mais comuns do pensamento humano

A mente humana é uma coisa maravilhosa. Cognição, o ato ou processo de pensamento, que nos permite processar grandes quantidades de informação rapidamente. Por exemplo, todas as vezes que os seus olhos estão abertos, o seu cérebro está constantemente a ser bombardeados com estímulos. Você pode estar a pensar conscientemente sobre uma coisa específica, mas o seu cérebro está a processar milhares de ideias subconscientes. Infelizmente, a nossa cognição não é perfeita, e há alguns erros de julgamento que estamos propensos a fazer, conhecidos no campo da psicologia como vieses cognitivos. Acontecem a todos, independentemente da idade, sexo, educação, inteligência, ou outros fatores. Alguns deles são bem conhecidos, outros não, mas todos eles são interessantes. Confira a lista abaixo e veja quais dos 10 problemas mais comuns do pensamento já lhe aconteceram e vai poder reconhecer quando estão a levá-lo a cometer erros para o seu futuro.

10 - A ilusão do apostador

Quando joga “cara ou coroa” várias vezes e tira apenas “cara” de seguida é mais provável que tire “coroa” na próxima vez que jogar a moeda, certo? Errado. A chance de sair “cara” ou “coroa” é sempre a mesma, de 50% para cada opção (isso se a moeda não estiver alterada, obviamente). Você pensa que tirar “coroa” é mais provável por causa da chamada “ilusão do apostador”. O cérebro humano tem uma tendência a achar que eventos do passado podem alterar a probabilidade de eventos futuros, apesar de as chances serem sempre as mesmas. Pode parecer meio óbvio quando explicado desta forma, mas vários apostadores já perderam dinheiro na roleta, no poker e em outros jogos de azar por causa dessa falha do pensamento.

9 – Reatividade

Você está a jogar a paciência spider tranquilamente no escritório quando sente uma presença perturbadora. O seu chefe entrou na sala e você, subitamente, fecha a janela do jogo, endireita as costas e tenta parecer atento àquele relatório. O exemplo pode parecer exagerado, mas é comprovado de que os humanos tentam parecer mais eficientes e atentos quando sabem que estão a ser observados, sendo pelo chefe ou não. Um estudo feito nos anos 20, por exemplo, tentou provar que a eficiência dos empregados de uma fábrica aumentava com mudanças na luz. E, durante a pesquisa, a eficiência do pessoal realmente aumentou. No entanto, depois que a luz da fábrica foi ajustada para uma maior eficiência e os pesquisadores foram embora, os níveis de produtividade voltaram ao normal. Os funcionários da fábrica estavam a trabalhar mais durante a pesquisa, não por causa da luz, mas porque sabiam que estavam a ser observados por cientistas. A reatividade é um problema sério em pesquisas científicas, por isso, muitas vezes, são formados  grupos de referência – se uma empresa farmacêutica resolve testar um novo remédio de dor de cabeça, é provável que administre um placebo, uma pílula de trigo, num grupo de voluntários e o produto normal noutro, para definir se os efeitos são mesmo por causa do remédio ou produto da mente humana.

8 – Pareidolia

O nome parece complicado, mas esta falha é realmente comum. Lembra-se quando, há alguns anos, o mundo todo parou porque uma imagem da Virgem Maria apareceu numa janela, como uma mancha? E quando você olha para o céu e pode jurar que uma nuvem se parece exatamente com um coelho? Tudo isso é fruto da pareidolia. Essa falha prega que o significado das coisas está no observador e não no que está a ser observado. Então quando você acha estranho que a vida de Michael Jackson, assim como a sua morte, esteja povoada de coincidências que levam ao número 7, pode ser porque você está à procura de coincidências e não porque elas realmente influenciam em alguma coisa. Um facto interessante é que a pareidolia foi usada como base para aquele teste das manchas usado na psicologia. As imagens são ambíguas e a resposta de quem está a ser “entrevistado” mostraria os seus pensamentos ocultos.

7- A profecia que se auto completa

Estas “profecias” apenas confirmam atitudes que estão presentes em nós. Elas acabam por causar constatações que provocam o resultado previsto. Quer um exemplo? Quando pensa “eu odeio Física e vou chumbar no exame” você é automaticamente desestimulado a estudar pelos seus pensamentos e as chances de chumbar aumentam consideravelmente. Esta é uma técnica muito usada pelos chamados videntes. Você vai à cartomante e ela diz que há um inimigo loiro no seu caminho – logo você começa a ficar mais atento e receoso com qualquer pessoa loira que conhece e o seu comportamento alterado pode até levá-lo a fazer um novo inimigo.

6- O efeito do halo

Um dia chega no trabalho e encontra o seu colega a dormir. No outro dia ele está a fazer a mesma coisa, assim como nos dias seguintes. Logo você começa a considerá-lo um preguiçoso. Tempos depois, ele não só é preguiçoso como não é confiável, é incompetente e, com certeza, um mau trabalhador. Pode haver outras razões pelas quais ele está cochilando naqueles dias, talvez tenha trabalhado até de madrugada a semana inteira, mas logo uma atitude faz com que reconsideremos toda a personalidade do sujeito de forma negativa.

5 – Mentalidade de gado

É a tendência que temos de adotar as opiniões e os comportamentos da maioria para evitar o conflito. Alguns especialistas dizem que o caso de Geisy, da Uniban, foi causado exatamente pela mentalidade de gado. Essa falha explica porque certas modas pegam logo – o que é necessário é que um grupo ache um tipo de pulseira muito porreiro e logo o costume se espalha.

4 – Relutância

A relutância é o contrário da mentalidade de gado. Para mostrar que você tem liberdade de escolha, você faz tudo ao contrário do que é esperado. Isso explica o comportamento de muitos adolescentes. Muitas vezes o jovem nem quer sair naquela noite, mas o facto de os seus pais o proibirem faz com que ele fique ansioso e saia, só para mostrar que pode. A psicologia reversa é, na verdade, um uso controlado da relutância. Diga para alguém fazer aquilo que você, na verdade, não quer que ele faça e ele, eventualmente, fará o que você quer – essa técnica é muito usada com crianças e com os adolescentes.

3 – O desconto hiperbólico

Você prefere receber 100 euros hoje ou 120 no próximo mês? O desconto hiperbólico é a tendência que as pessoas têm de escolher a primeira opção. Na mente humana é preferível ter um ganho menor, mas imediato, do que esperar por mais dinheiro. O atraso do dinheiro influencia realmente na escolha do indivíduo. Até pode ser que o euro valha mais hoje do que estará a valer no mês que vem, mas normalmente a variação seria pequena e você ainda estaria a ganhar mais dinheiro se escolhesse a segunda opção.

2- Escalada de compromissos

Quantas vezes já teve um relacionamento que sabia que não ia dar certo e, da mesma forma, tentou lutar por ele? Isso pode não ser fruto de mero romantismo e sim uma falha no seu pensamento! Digamos que você está a namorar alguém há um ano. Então começa a perceber que a pessoa tem alguns defeitos que você não suporta. O lógico seria terminar o namoro naquela hora. Mas você já investiu um ano nesse relacionamento, então terminar seria desperdiçar o seu tempo e você se compromete com a “causa” namoro, não com a pessoa, e investe mais meio ano em algo que não vai dar certo, esperando consertar tudo. Isso pode ser aplicado noutras áreas, como em investimentos económicos ou num emprego, por exemplo.

1 – Efeito placebo

Talvez a falha mais famosa no pensamento humano. Normalmente o placebo é uma substância neutra (como uma pílula de farinha de trigo) que acaba por dar o efeito desejado. Por exemplo, um remédio que diz que emagrece e, porque a pessoa toma aquilo todos os dias, a sua mente aceita que está a emagrecer e todas as suas atitudes passam a condizer com isso. Ele faz mais exercícios, come mais salada e logo emagrece. Mas certos efeitos placebo ainda são um mistério – por exemplo, alguns testes mostraram que há certos sintomas de doenças que são realmente reduzidos apenas com o placebo. Logo, isso provaria o poder da sugestão da mente humana sobre o corpo? [Listverse]

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