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domingo, 8 de abril de 2012

A simbologia da MORTE como via da LIBERTAÇÃO?

Tinha 77 anos, estava reformado e suicidou-se de maneira espetacular na principal praça de Atenas. Para Ta Nea, Dimitris Christoulas, ao dar um tiro na cabeça perante quem passava, deixou uma “mensagem de desespero com um suicídio público”. Em choque, muitos atenienses manifestaram-lhe a sua simpatia, exprimindo o seu apoio a um ato considerado como um gesto político de protesto contra a política de rigor imposta pela troika UE-FMI-BCE.
No entanto, o diário recusa qualquer aproveitamento político e publica na primeira página um desenho que representa um homem prestes a matar-se, com o seguinte diálogo:
“Não aguento! – O que é que não aguenta, tiozinho? – Ver o que vocês vão dizer sobre aquilo que vou fazer!”
Por seu lado, o editorialista de To Ethnos Georges Delastik, considera que
este homem não era louco. Decidiu pôr fim aos seus dias aos 77 anos para ter um fim decente e não morrer de fome. Não se trata de um suicídio, mas de um homicídio. Deixou uma carta em que descreve como a ditadura imposta ao seu país lhe cortou a garganta. Atualmente, os reformados são obrigados a mendigar e a procurar comida nos caixotes de lixo…
Qual a relação entre os ciclos económicos e o número de mortes por suicídio? Ainda que possa não existir uma relação de causa-efeito, situações de desemprego acentuam vulnerabilidades psicológicas.
Ficar sem trabalho é, também, perder laços sociais, pertença, participação, regulação. Émile Durkheim, autor do primeiro estudo sociológico sobre o suicídio, publicado em 1897, já falava na relação entre fatores de desagregação social e suicídio.
Em Portugal, o número de mortes por suicídio aumentou 8,4% em 2010. Está a ser criada uma comissão para delinear um plano de prevenção. O tema é delicado, sim, mas debatê-lo é estar a prevenir eventuais comportamentos suicidários, traça José Carlos Pereira dos Santos, presidente da Sociedade Portuguesa de Suicidologia.
A vaga de suicídios provocada pela crise não atinge apenas o Nordeste: nestes últimos dias, dois empreendedores romenos suicidaram-se e um artesão de Bolonha imolou-se pelo fogo. Na Itália, entre 2008 e 2010, os suicídios por motivos económicos aumentaram 24,6% (de 150 para 187), explica La Repubblica, que cita fontes sindicais e denuncia um eventual “efeito de imitação”. Depois dos últimos episódios, os sindicatos profissionais dos empreendedores e dos artesãos pediram ao Governo que crie fundos de emergência para ajudar os que não conseguem pagar as suas dívidas.
Só pela coincidência da data, de um acontecimento recente e da onda crescente de auto imolação…
Para levar quem de direito a pensar…

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