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quinta-feira, 12 de abril de 2012

“De poeta e de louco, todos nós teremos um pouco”

Esta doença atinge toda a população, porém, mais de metade (58%) das pessoas com demência vive em países com baixo ou médio rendimento e em 2050 esta percentagem deverá subir aos 70%.
Os custos de tratar e cuidar dos dementes estão estimados em cerca de 460 mil milhões de euros por ano, montante que inclui cuidados de saúde e sociais e o apoio aos cuidadores. No entanto, somente 8 países estão a desenvolver programas dedicados à demência, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Atualmente, são 35,6 milhões os dementes em todo o mundo, estimando-se que subam aos 65,7 milhões em 2030 e atinjam 115,4 milhões em 2050.
Um relatório publicado pela OMS e pela entidade internacional do Alzheimer denominado "Demência: uma prioridade de saúde pública" recomenda o diagnóstico preventivo tal como a sensibilização pública para a doença e a melhoria dos cuidados e do apoio aos cuidadores.
A OMS realça a falta de diagnóstico como o problema mais relevante mesmo para os países desenvolvidos nos quais somente entre 20% e 50% dos casos de demência estão reconhecidos e controlados. E quando é feito o diagnóstico, muitas vezes é numa fase avançada da doença.
O relatório aponta ainda a falta de informação e de compreensão da demência, o que cria um estigma na sociedade e leva ao isolamento tanto dos doentes como de quem cuida deles.
"O cuidado público face à demência, os seus sintomas, a importância de ter um diagnóstico e a ajuda disponível para os doentes são muito limitados", uma situação que é necessário alterar, defende o diretor executivo da entidade internacional da doença de Alzheimer.
A demência é normalmente uma doença crónica causada por várias patologias do cérebro que afetam a memória, o pensamento, o comportamento e a capacidade para desempenhar as atividades quotidianas.
A doença de Alzheimer é a causa mais comum de demência e as estimativas apontam para que seja responsável por cerca de 70% dos casos.
Não deixa de ser mais uma preocupação para quem se preocupa com a pobreza, que até a demência esteja, eventualmente, ligada a essa chaga social e crescente ao atingir mais as pessoas dos países com baixo ou médio rendimento. E se em 2050 a percentagem de dementes aumentará significativamente nos países mais pobres, tal só poderá significar que a pobreza irá aumentar, ao contrário dos Objetivos do Milénio e de recentes estudos (da ONU) que nos querem convencer do contrário.
Não bastassem já os transtornos de toda a ordem, quer nos doentes, quer nas famílias, temos que ter em conta os gastos que os Estados (ou os próprios) despendem para minorar o sofrimento e que se hoje já vão em 460 mil milhões de euros, tal significa que em 2030 serão necessários 920 mil milhões de euros e em 2050 1.380 milhões de euros, sem que se aspire a mais que não seja o controlo relativo da doença, se o diagnóstico for feito em tempo útil, o que só acontece em 8 países.
É evidente que a falta de informação que nos é fornecida sobre a demência e a nossa falta de análise das situações e compreensão da doença nos deixa embaraçados na hora de nos cair em casa e porque a doença de Alzheimer é a causa mais comum, aqui fica uma contribuição, que espero que ninguém precise, mas à cautela…

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