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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Recados dos HOMENS, ou homens DE RECADOS?

A troika quer que, em 2012, o Governo tome medidas adicionais, sobretudo do lado da despesa, no valor de cerca de 1.000.000.000 de euros, o equivalente a 0,6% do PIB, devido às medidas extraordinárias usadas este ano, como a transferência do fundo de pensões dos bancários para o Estado.
O desvio orçamental detectado nas contas deste ano, equivalente a 1,3%, obrigou o Executivo a tomar medidas adicionais, como o imposto extraordinário (corte no subsídio de Natal), a antecipação dos aumentos do IVA sobre a electricidade e o gás, a antecipação de concessões e a transferência do fundo de pensões dos bancários para o Estado.
O Ministério das Finanças vai apresentar nos próximos dias à 'troika' uma "avaliação atualizada da situação orçamental e as perspetivas" para 2012, incluindo a especificação dos cortes na despesa no valor de 0,6 por cento do PIB.
"O Governo identificou um desvio previsível para 2011 no total de 1,3% do PIB, devido em particular ao apoio estatal às empresas públicas e parcerias público-privadas, e derrapagens na despesa, principalmente nos custos salariais e nos consumos intermédios", afirma o FMI na primeira actualização ao Memorando de Entendimento que serviu de base ao programa de apoio económico e financeiro. "Os custos de recapitalização do BPN vão adicionar 0,2% do PIB ao défice previsto".
Falando a partir de Washington, numa conferência telefónica com jornalistas, Poul Thomsen reiterou que só um corte “substancial” na TSU poderá ter “impacto real na competitividade” do País. “Nós defendemos um primeiro passo agressivo. Consideramos que um corte de dois por cento do PIB é apropriado”, argumentou.
Há dias Mário Soares dizia que estávamos a ser governados por contabilistas, mas pelos vistos não é verdade! A contabilidade não é o forte dos economistas e por isso nenhum deles, nem os da troika, nem os do governo anterior, nem os do atual fizeram conferência entre as despesas e as receitas e muito menos a prova dos 9.
E a constatação é tão grave, tanto mais que os opinadores/“picaretas falantes” (economistas incluídos) fizeram rasgados elogios à competência dos economistas da troika, que até fez em 15 dias um programa de governo, dando a perceber que a democracia até seria dispensável, se os mesmos senhores aceitassem ser avençados por este governo, até que a morte os separasse…
E como a troika acreditou nos louvores, assumiu o poder (PR, PM e AR calam-se), decide por si (o governo diz Amen) e por isso QUER que, em 2012, o Governo tome MEDIDAS ADICIONAIS, ÀS MEDIDAS PROPOSTAS POR ELES, o que prova a incompetência dos mesmos, porque não verificaram as contas e aplicaram a “chapa 3”… E pior! Parece que foi o governo que identificou um desvio previsível para 2011… Se era previsível, os da troika não o previram? E já não chegava a troika para obrigar o governo a mais cortes na despesa (mais desemprego!), também o desvio orçamental o obriga. Coitado do governo, que lhe cai tudo em cima e não tem nenhum mágico, nem santo, para fazer o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes (nem com um ministério da agricultura e do mar)…
E como mau aluno, mas bem comportado, o Ministério das Finanças vai fazer os TPC à troika, para parecer que é ele “o homem do leme”.
O tal desvio …colossal previsível (Madeira incluída), dizem que se deve ao apoio estatal às empresas públicas (que nunca mais resolvem), às PPP (que nunca mais eliminam), às derrapagens na “despesa”, principalmente nos custos salariais (apesar de não ter havido aumentos, houve cortes e redução de Funcionários Públicos), nos consumos intermédios (gastos do Estado, que nunca mais concretizam os anunciados cortes) e a vigarice do BPN (só nisso vão 0,2% do PIB).
E já não nos chegava esta “previsibilidade” imprevista e ainda vem o tal Sr. do FMI de olhos azuis com que vê o mundo (e está acima do nosso PR) dizer que só um corte à bruta na TSU poderá ter tornar-nos, finalmente, num país competitivo, sem apresentar as consequências sociais da medida e a (in)sustentabilidade da Segurança Social, em consequência.
E ainda falta convencer-nos como é que com a tal competitividade, mas sem fregueses, devido à recessão deslizante, vamos criar riqueza… Ou o homem é muito esperto, ou nós nem economistas somos… E não é este Sr. que está à frente do plano de resgate da Grécia? Se “quem faz um cesto faz um cento”, já podemos fazer de cabeça a tal prova dos 9 e prever o resultado…
Tudo manda, minha gente, é cortar e sempre em frente! Só que o abismo está a um passo de coelho…
 É só palpites! E o governo diz sempre Amen!

2 comentários:

  1. Uma vez mais, Miguel, estamos sob um manto de mentira e ilusão.

    Então o nosso Governo é tão bom menino, está até a "ir além das exigências da troika, e é esta que vem dizer que vamos ter de fazer esforços adicionais?! Como se isto não bastasse, a mamã troika ainda puxa as orelhas ao bom menino, por andar a gastar mal a semanada?!

    C'um catano!

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  2. É Luís!
    Os Homens mandar fazer recados, os nossos moços fazem-nos e trazem o troco e aguentam com a culpa das falhas dos recados...
    Como é que um homem como Vitor Gaspar (apesar de já me enjoar ouvir aquela voz, professor, de maioridade, faz este papel? Do PPC já nem falo, que o homem já deve estar arrependido de ter aceitado a empreitada.
    E o Cavaco nem cavaco dá...

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