(per)Seguidores

sábado, 10 de setembro de 2011

E o que acontecerá a estas comunidades piscatórias?

Chama-se “WindFloat” e é um projeto de energia eólica montado no mar, no qual a EDP vai apostar, com um investimento que ronda os 20 milhões de euros. Poderá permitir a criação de 8.000 postos de trabalho.
Póvoa de Varzim será o destino final da estrutura que está a ser montada na Lisnave, em Setúbal. Trata-se de um projeto de energia eólica, que resulta de uma aposta da EDP, através do seu Departamento de Inovação. E é precisamente de inovação que se trata, porque o WindFloat consiste em aproveitar um recurso ilimitado, através das mais modernas tecnologias na área da energia renovável.

O que é o WindFloat?
WindFloat [ou “vento flutuante”] é uma estrutura de apoio flutuante para turbinas eólicas, com um design simples e económico. Permite colocar no mar projetos de que Portugal dispõe, mas longe da área marítima.
As suas características inovadoras permitem reduzir a necessidade de operações de montagem e manutenção. Vários projetos estão em desenvolvimento para a instalação de unidades comerciais, quer na Europa, quer nos EUA.
O design do WindFloat torna possível montar a estrutura em terra. Depois, é transportada para a localização desejada. Também na montagem os custos são mais reduzidos, quando comparados com os projetos eólicos tradicionais.
À primeira impressão e tendo em conta as circunstâncias, há investimento, há lucros contabilizáveis, há criação de postos de trabalho, há redução de energias poluentes e há proteção do ambiente, com aproveitamento da energia eólica, gratuita… Ainda sobra o impacto visual na paisagem, que pode ser positivo, ou não, mas não é por aí que morre o peixe…
No entanto, Teresa Simas, do Centro de Energia Eólica Offshore, para além de lembrar o bom, enumerou: o risco de colisão de aves e a exclusão da área de pescas.
Mas se realmente houver prejuízos previsíveis para a pesca, o Mestre José Festas, presidente da Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar (excluído por Assunção Cristas das recentes negociações aquando da prospeção de petróleo na costa norte), tem toda a razão quando diz que os pescadores foram “mais uma vez deixados para segundo plano, sendo informados do projecto há apenas dois ou três meses”, o que não faz sentido, porque é uma comunidade inteira, dependente da pesca que será eliminada e empurrada para a miséria, enquanto o projeto se traduz apenas numa troca económica, entre o peixe que comemos e não importamos e mais eletricidade e riqueza para uma empresa, que nem é da terra, nem será do país.
E é aqui que voltam as circunstâncias para uma análise menos economicista, porque tendo em conta que a EDP vai ser privatizada e adquirida por estrangeiros (os nossos “ricos” só investem em mercearias), tal significa que vamos ceder (no caso, poveiros e vilacondenses), o seu território e as boas condições meteorológicas (para o efeito), sem qualquer benefício direto e com prejuízo para as pessoas dos dois concelhos, ad eternum.
Mas há qualquer coisa que não bate certo!
E que não venham dizer depois, como disseram com a prospeção do petróleo, que no contrato se esqueceram de um pormenor, o de contabilizar os prejuízos (irreparáveis) dos pescadores, como uma das parcelas variáveis do investimento!
Mas a procissão ainda vai no adro…
 Veja as imagens de um projeto de WindFloat:

Sem comentários:

Enviar um comentário