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domingo, 24 de julho de 2011

A teoria de Darwin acelerada com o “Efeito Google”?

Estudo revela que esquecemos mais facilmente as informações que sabemos estarem disponíveis na rede.
A internet está a afectar o modo como o ser humano se lembra das coisas, revela um estudo publicado na revista "Science". O lado positivo é que, ao mesmo tempo, foram desenvolvidas mais capacidades na procura de informação na rede. Segundo Betsy Sparrow, psicóloga da Universidade de Columbia e líder da equipa que estudou o "efeito Google" na memória humana, "embora já houvesse alertas para o facto de o homem estar cada vez mais dependente das informações online, até agora eram poucos os estudos a confirmá-lo". A equipa de investigadores concluiu que a internet é como um prolongamento externo da memória e testou os seus efeitos em mais de 100 estudantes de Harvard.
Os voluntários que sabiam que a informação sobre a qual eram questionados poderia estar disponível online não se lembravam tão bem da resposta como quando sabiam que a mesma não estaria disponível. Quando foi dito a metade dos estudantes que guardassem a resposta num ficheiro no computador e aos restantes foi dito que o ficheiro seria apagado, os que sabiam que não teriam a informação disponível tiveram melhor desempenho nos testes.
Outra das conclusões a que a equipa chegou foi que as pessoas podem não se recordar de como obtiveram determinada informação, mas têm tendência para se lembrar de como encontrar os dados que precisam para chegar à resposta certa. Sparrow afirma que as pessoas deixaram de memorizar a informação por acreditarem que podem alcançá-la devido às suas capacidades de busca.
Sabermos que a internet está a afectar o processo de memorização do ser humano não deixa de ser uma “descoberta” interessante, mas não parece que tenha grande interesse, se o estudo não for acompanhado com a confirmação por neurologistas creditados.
E se assim for, até nisso estaremos atrasados na evolução humana, para o bem e para o mal, só porque o uso da internet em Portugal, como em tudo, nos chegou uns anos mais tarde.
O chamado "efeito Google" na memória humana, transformaria a internet no prolongamento da nossa memória e teria o efeito de um disco externo, onde poderíamos encontrar os nossos esquecimentos. Mas as capacidades de procura de informação na rede, não estarão sujeitas também ao esquecimento e de não nos lembramos como encontrar os dados que precisamos?
E como ficará a evolução (involução) da memória individual conforme a idade?
E que interferência haverá nas doenças associadas ao cérebro, sobretudo a de Alzheimer?
E dará origem a duas espécies, uma que usa a internet e a outra que não?
No fundo, o processo parece em tudo idêntico ao da tradicional investigação feita nas bibliotecas, ou ao das provas com consulta, só com mais celeridade.
Para quem tem dúvidas sobre a Teoria de Darwin, a velocidade desta “evolução” é tão vertiginosa, que nos leva a ser muito céticos, apesar de sermos praticantes e sentirmos algo que identificamos…

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