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segunda-feira, 25 de julho de 2011

É preciso lata para se defender a natureza…

O presidente da Associação de Latas de Bebidas explicou que "é muito mais fácil reciclar" latas do que vidro ou PET (plástico), outras formas de acondicionar bebidas, além de "precisar de um consumo menor de energia". Por outro lado, "o resíduo de metal tem sempre valor, pode ser sempre reciclado", disse, realçando a importância de reciclar e reutilizar, evitando recorrer a materiais virgens de modo a proteger os recursos naturais.
Atualmente, Portugal e Espanha, já apresenta níveis de reciclagem de metal acima da meta apontada para 2012 pela UE, de 65%. Do total de latas usadas na Península Ibérica, 75% têm como destino a reciclagem e o seu material é reutilizado.
Para o presidente da associação, seria importante aumentar o número de "pontos verdes", locais de recolha de embalagens, numa altura em que "a consciência ambiental está a crescer muito, principalmente nas gerações mais novas". No entanto, "devido à situação económica, a quantidade de lixo está a baixar, as pessoas estão a consumir menos", acrescentou.
Dados da associação apontam para um total de retoma de embalagens de metal de 46.243 toneladas em 2010, dividido em 44.776 toneladas de aço e 1.467 toneladas de alumínio.
A Associação de Latas de Bebidas integra fabricantes de latas de bebidas presentes em Espanha e Portugal, fornecedores de matéria prima e indústrias relacionadas com esta embalagem.
Não gosto muito de expor publicamente comentários sobre o Ambiente e sobre as indústrias que giram à volta do tema, por ser contra muitos paradigmas que não entendo e sobretudo quando se fala em RECICLAR, mas aceito a REDUÇÃO e a REUTILIZAÇÃO, exatamente porque só as últimas podem respeitar o Ambiente. E dentro das limitações que me imponho, só vou dizer o que não ofenda a consciência ecológica de ninguém, que parece que está a crescer muito, principalmente nas gerações mais novas, na razão direta dos negócios relacionados.
Em relação à notícia, convém chamar a atenção que as declarações são feitas por uma associação de fabricantes de latas de bebidas, fornecedores de matéria prima e indústrias relacionadas com esta embalagem e dai faz todo o sentido que digam o que dizem. Se fosse uma associação de vidreiros, ou de plástico, as mensagens seriam diferentes, porque as associações defendem os seus associados, por muito nobre que seja a sua MISSÃO…
Quando se diz que é muito mais fácil reciclar latas (de aço, ou de alumínio) do que vidro ou plástico, até talvez seja, mas sem estudos… E nem falaram do Tetra Pack…
Quando se diz que o resíduo de metal tem sempre valor (o que não interessa aos ecologistas), pode ser sempre reciclado (o que interessa aos ambientalistas), evitando recorrer a materiais virgens de modo a proteger os recursos naturais, começamos a ter dúvidas, pelas perdas (25%) e pelo aumento do consumo (apesar da crise), o que obriga também a recorrer à natureza, mas adiante…
E como solução para os homens da lata, aumentar o número de locais de recolha de embalagens (pontos verdes) seria o ideal, mesmo que esses pontos verdes, como todos, sejam os maiores focos de porcaria, mau cheiro e bicharada…
E contra a consciência ambiental tão elogiada, vem o representante da associação por o pé na poça, ao lamentar que a quantidade de lixo esteja a baixar, por estar a baixar o consumo, devido à crise. Que bom! Se acabasse o lixo é que poderíamos falar com propriedade de defesa do ambiente…
E para contrariar os argumentos a favor elencados, vem-nos dizer que na Península Ibérica só 75% das latas usadas é que são recicladas, o que quer dizer que 25% andam por aí. Fazendo contas, se em 2010 foram retomadas 46.243 toneladas de embalagens de metal, quer dizer que 15.414 toneladas, só de um ano, andam por aí…
Tendo em conta os anos necessários à biodegradação destes materiais (não vou referi-los, nem falar de outras variantes que deveriam pesar nas opções), ecologicamente não foi bom negócio…
Mas o meu problema em relação a esta matéria, que não me entra na cabeça, é dizerem-nos que uma garrafa de vidro, que antes era recuperada, lavada e reutilizada, tenha que ser partida e refeita e que tal processo antiquado é mais caro do que fazer novas embalagens, sejam de vidro, de lata, de plástico, ou Tetra Pack. Entende-se?
E faz-me impressão, quando entro num supermercado, olhar aquelas prateleiras e pensar nas toneladas de lixo que pagamos com as compras e que voltaremos a pagar de cada vez que repitamos o gesto…
Por isso, REDUZIR o lixo o mais que pudermos e REUTILIZAR as mesmas embalagens com regulamentação adequada seria a solução coerente com uma real defesa do ambiente. Tudo o mais…

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