Combate à fraude nos hospitais é prioridade para o ministro da Saúde, Paulo Macedo, que coloca no topo das prioridades a sustentabilidade do Sistema Nacional de Saúde (SNS). A entrega de unidades à gestão privada e a “cegueira pelos números” não preocupam o membro do Governo.
No entendimento de Paulo Macedo, “o Governo assume o compromisso de garantir o futuro do Sistema Nacional de Saúde e a sua sustentabilidade”. No entanto, essa sustentabilidade não deverá ser conseguida através de privatização de unidades de saúde. “A entrega de hospitais a privados não faz parte dos meus planos”, disse o ministro.
O titular da pasta da Saúde não permitirá que o seu passado ligado à banca e ao setor fiscal condicione o seu desempenho, em prejuízo das pessoas e da necessidade de um serviço humano. Os “mais carenciados” estarão também no topo das preocupações das políticas do ministro.
Paulo Macedo diz que não tem intenção de entregar os hospitais aos privados mas não exclui hipótese de estudar a medida.
"Devemos, como qualquer bom gestor, avaliar em cada momento se há vantagens em uma unidade pública ser gerida por privados sem qualquer preconceito. Agora, essa não é a nossa intenção", afirmou ontem Paulo Macedo, sublinhando que "não tenho qualquer intenção de entregar o hospital A, B ou C a uma gestão privada".
Assumindo-se como "ministro do sistema de saúde e não apenas do SNS", Paulo Macedo definiu como objectivo "optimizar os diferentes recursos existentes no País, sejam públicos, privados ou do sector social".
Ao ler a primeira notícia, preparava-me para elogiar os vetores da política do ministério da saúde, para não dizerem que só digo mal, quando me tentei a ler a mesma notícia noutros jornais sobre o mesmo assunto e...
As duas notícias, e mais havia para os dois gostos, dizem respeito à cobertura do mesmo ato e ao registo do mesmo discurso.
Na primeira, diz-se que a entrega de hospitais a PRIVADOS não faz parte dos planos do ministro (logicamente também do governo), disse ele e na segunda, repetindo-se a intenção de cima, acrescenta-se que disse que AGORA não é essa a nossa intenção.
Na primeira, salienta-se a visão humanista do ministro (logicamente também do governo) ao sublinhar-se que os “mais carenciados” estarão também no topo das preocupações das políticas e na segunda sublinha-se o perfil técnico do gestor, que quer otimizar os recursos do País, sejam públicos, privados ou do sector social.
Na segunda notícia, ficamos a saber que o ministro se considera um bom gestor, o que lhe permitirá antever (como se já não houvesse dados suficientes para análise) se há vantagens em uma unidade PÚBLICA ser gerida por PRIVADOS, sem qualquer preconceito, o que quer dizer que o ministro não é preconceituoso, mas vê diferenças entre o PÚBLICO e o PRIVADO de onde veio e por isso não quer dar a ideia de que este condicione o seu desempenho…
Ficamos sem saber quais são as verdadeiras intenções do ministro e temos que esperar pelo futuro, para saber qual dos dois jornalistas/jornais foi mais rigoroso…
Até os títulos tem vetores diferentes. Ou há omissões/adendas, ou há manipulação/enganos, ou há enfoques/trabalho de lobby…
Esperemos pelos sinais do futuro, ou por mais “fugas” oficiais…
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