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domingo, 22 de maio de 2011

Se fosse um do ARCO-IRIA dar sentido ao POTE…

Francisco Louçã referiu um Relatório da CMVM de que "certamente nenhuma televisão ainda falou, mas que é importantíssimo, porque nos diz alguma coisa sobre o retrato do nosso país".
"Há 20 administradores das maiores empresas portuguesas que têm 1.000 cargos de administração em empresas diferentes. Cada um deles tem, em média, 50 empregos", denunciou e esmiuçou que “um deles tem 62 empregos e os outros não lhe ficam muito longe", acrescentando que "o ordenado mais importante que é pago a uma destas pessoas, é o que está à frente, no topo, é de 2.500.000 €". "Os outros receberão um pouco menos. São os homens mais poderosos de Portugal" comentou.
Quando se pergunta "onde é que está a dívida, que problemas é que tem a economia, porque é que nos últimos anos cresceram os problemas, porque é que se fizeram construções desnecessárias, a resposta está aqui”, disse Louçã, "É um pequeno grupo de turbo-administradores que voam de empresa para empresa. Chamam a isto trabalho, talvez, mas certamente a isto chama-se renda", concluiu.
Entre os 426 administradores, pouco menos de 1 em cada 4 desempenhava funções de administração em apenas uma empresa. Constatou-se, porém, que cerca de 20 administradores acumulavam funções em 30 ou mais empresas distintas, ocupando, em conjunto, mais de 1.000 lugares de administração, entre eles, os das sociedades cotadas. A acumulação de funções patente nestes números poderá ser um motivo de reflexão para os accionistas destas empresas.
A eleger a notícia mais importante (pela negativa) desde que me conheço como cidadão, esta seria classificada em 1º lugar!
Tanta gente com potencialidades e competências, travada por esta antropofagia avara e legitimada, que em 426 administradores de empresas, 106,5 só desempenhavam funções em apenas 1 empresa, enquanto 319,5 desempenhavam funções de administração em mais de 1 empresa… Mas pior, apenas 20, dos 426 administradores, acumulavam funções em 30 ou mais empresas distintas, em mais de 1000, numa média de 50 empresas por cada um dos 20 administradores. Ou são super-homens, ou são elos fracos de uma corrente forte, ou são absentistas autorizados, ou…
E para além da adjetivação (julgamento) que possamos fazer a tal situação, pessoas, ou sistema, o que se constata é que esta rede é uma certificação de incompetência a todos os portugueses que investem na qualificação e ficam à espera da igualdade de oportunidades, da apregoada meritocracia e da transparência que lhes apregoam…
E diz o Relatório, que isto é motivo de reflexão para os acionistas destas empresas, como se não fosse motivo de reflexão para os acionistas desta nossa decrépita SOCIEDADE: os cidadãos e contribuintes…
Claro, que sendo o Louçã a trazer a público este escândalo do Relatório da CMVM, ainda corre o risco de ser insultado, mas se fosse algum dirigente dos partidos do ARCO a fazê-lo, teria a credibilidade dos eleitores e alguns votos a mais (talvez PP aproveite e use…) e entenderiam o que significa o tal POTE...
A isto é que se pode chamar: “o princípio da macacada”!

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