“La Majorité”, Fotografia de René Maltête |
Os partidos políticos deviam aproveitar as próximas eleições para incluir na agenda da governação o combate à pobreza, desafia a Rede Europeia Anti-Pobreza (REAP) que pede aos líderes políticos para darem voz aos mais pobres e excluídos da sociedade.
O padre Jardim Moreira, que preside a esta organização, diz que esta não tem sido a prioridade da campanha eleitoral: “Acho que o problema começa nos políticos. São muito pobres nos seus objectivos e nas suas propostas. Olham mais para o umbigo e para o partido do que para o bem nacional. Penso que não há propostas, não há medidas que tenham em conta esta realidade”.
Esta realidade apenas resulta no alheamento total dos mais desfavorecidos da vida política, garante o sacerdote: “Os pobres e os mais débeis vão continuar à margem, desinteressados pelo futuro dos políticos, porque eles não se interessam pelo futuro das pessoas.”
Cria-se assim um ciclo vicioso que urge quebrar, explica a REAP.
E o ciclo é: os pobres continuarão excluídos da participação política e os políticos continuarão a não se preocuparem com os pobres...
Quanto mais não fosse, ao menos para angariação de votos, os líderes e os partidos políticos deveriam ser a voz dos mais pobres e excluídos da sociedade, mas como diz o padre Jardim, os políticos são muito pobres nos seus objetivos e nas suas propostas e chamar-lhe pobreza já é um elogio, porque não se vê, lê, ou ouve qualquer proposta digna do nome, muito menos objetivos a médio prazo para reconstrução de uma sociedade doente.
Quando falamos em Exclusão, em resultado da pobreza, era bom sabermos que a pobreza gera várias exclusões sociais, uma das quais é esta, que resulta no alheamento total da vida política (Exclusões Sociais, de Alfredo Bruto da Costa – Edição Gravida). E pensando um bocadinho, chegaremos facilmente à conclusão de que, quanto mais aumentar a pobreza, maior será a Abstenção eleitoral, o que significa que a partir das próximas eleições, a abstenção atingirá a maioria absoluta…
Em contrapartida, vai ser mais fácil alcançar a maioria absoluta, com muito menos votantes, mas vai ser muito bom para muita boa gente!
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