A instabilidade política e económica levou à queda de Portugal no Índice Global de Paz 2011, a par de outros países europeus, disse o presidente do Instituto para a Economia e Paz, Steve Killelea, responsável pelo estudo.
"As mudanças mais dramáticas no Índice deste ano foram causadas por conflitos internos. Vimo-lo no Médio Oriente e Norte de África com a Primavera Árabe e, em menor grau, na Europa com os protestos da população contra os cortes de despesa e elevado desemprego", adiantou Steve Killelea.
No estudo, realizado pela Economist Intelligence Unit, a pontuação de cada país é atribuída em função de conflitos internos e externos, segurança e militarização, aferidas por 23 indicadores. Destes, o que registou maior aumento em 2011 foi o potencial de atentados terroristas e de manifestações violentas.
No caso de Portugal, os indicadores que mais caíram foram os da instabilidade política, conflitos sociais resultantes de instabilidade económica, e ainda importação de armas convencionais, nomeadamente os novos submarinos. "Foram estes os três principais fatores por detrás da menor pacificidade em Portugal", afirma Killelea.
Portugal surge este ano em 17º lugar, entre 153 países, quatro posições abaixo de 2010.
"As tensões existentes entre governos e governados são exacerbadas face a fatores externos, como a crise económica", sublinha o responsável do instituto.
Os protestos registados na última semana em Espanha, embora não tenham causado conflitos, são "um bom exemplo desta crescente tensão", afirma.
Dos países europeus em dificuldades económicas a Irlanda é a melhor colocada no Índice (11º), seguido de Portugal (17º), Espanha (28ª) e Grécia (65ª).
"O que o Índice faz é um retrato do que é uma sociedade pacífica e do que deve ser feito para tornar uma sociedade mais pacífica. Não podemos criar a paz se não percebermos os ambientes que permitem que floresça", adianta Steve Killelea.
Na edição de 2011 do Global Peace Index, a Islândia tomou o lugar da Nova Zelândia como país mais pacífico do mundo, depois de em anos anteriores ter perdido posições devido à crise financeira que viveu.
A Somália tomou ao Iraque o último lugar da tabela, sobretudo devido à melhoria das condições de segurança na sociedade iraquiana.
Não vou refutar o que especialistas na matéria concluíram, mas fico com a sensação de que os indicadores e os fatores não estão bem definidos e muito menos bem dissecados.
Quando se fala na Primavera Árabe e nos protestos da população na Europa e se quer fazer destrinça, quando ambas as convulsões tem origem na Sociedade Civil, contra os Regimes/Sistemas corruptos, que originam cortes de despesa, elevado desemprego e pior nível de vida, onde está a diferença?
Colocar a par os indicadores de potencialidade de atentados terroristas e de manifestações violentas, temos que pensar que nos primeiros o que vale é a qualidade (poucos mas eficientes e nem sempre com a paternidade atribuída) e nas segundas o que vale é a quantidade, que terá um grau de potencialidade crescente e com mais estragos e mais prolongados do que os primeiros.
Sem surpresa, aceitamos que os Portugal, os indicadores que mais caíram foram os da instabilidade política, conflitos sociais resultantes de instabilidade económica, mas entrar com os novos submarinos, já é pouco sério, porque qualquer analista de 3ª sabe, que não vamos fazer nada com eles e a única ameaça foi para o OE 2010. E se mesmo assim, Portugal ficou em 17º lugar, entre 153 países, quatro posições abaixo de 2010, quer dizer que ainda somos dos países mais seguros do mundo, o que é abonatório, mas faltou-lhe precisar o potencial de queda.
A análise feita, baseando-se apenas nos fatores externos, como a crise económica, quando se excluem os fatores financeiros, económicos, políticos e sociais, está-se a contradizer o conceito exposto de que não podemos criar a paz se não percebermos os ambientes que permitem que floresça. E no mesmo sentido, referir os protestos registados na última semana em Espanha, não acrescentado o crescendum a nível mundial, é desfocar o retrato que se quis muito nítido?
Não deixa ser curioso e de louvar, que a Islândia seja o país mais pacífico do mundo, depois da burla financeira em que foi envolvida e de ter tido a coragem de resistir ao pagamento da mesma, mesmo com manifestações tão ruidosas, ou mais do que as de Espanha.
Mais curioso ainda é que o Iraque tenha deixado o último lugar da tabela, devido à melhoria das condições de segurança na sociedade iraquiana, diz o estudo, mas que a realidade noticiosa não confirma, nem os nossos olhos confirmem.
Resumindo, diria que o estudo vale o que vale, não é notícia para Portugal, porque o grau de segurança é grande, mas sobretudo, pela desvalorização dos movimentos dos “indignados” ocidentais, que se estendem a todo o mundo, enquanto se valorizam os movimentos da Primavera Árabe.
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