A aposentação de mais de 450 médicos de família em 2010 deixou 675.000 portugueses sem médico, a juntar aos muitos milhares que já não tinham.
Mais de 740 clínicos abandonaram o Serviço Nacional de Saúde no ano passado. E até Março mais 260 vão aposentar-se. Os números são da Federação Nacional dos Médicos.
Isto apesar de as medidas do Governo para travar a falta de profissionais nos Centros de Saúde. Os sindicatos alegam que a idade está longe de ser o principal motivo para estas saídas em catadupa.
"É o desencanto com a falta de concursos, congelamentos, e com as discrepâncias introduzidas pelos contratos individuais de trabalho", avança o Sindicato Independente dos Médicos.
Dizer-se que o Governo tem tomado medidas para travar a falta de profissionais no SNS, é um muita benevolência, tanto mais que se elencam algumas das medidas negativas que foram introduzidas, como a falta de concursos, congelamentos e com as discrepâncias introduzidas pelos contratos individuais de trabalho. Aliás, estas medidas, que não aconteceram apenas no setor da saúde, mas em todos os setores em que os salários são mais altos, pretenderam apenas empurrar para a Reforma os mais velhos (com salários mais altos, vínculos ilimitados, mas mais experientes) para darem lugar a profissionais mais novos (com salários mais baixos, vínculos limitados/precários e menos eficientes).
A confirmar-se o número de médicos de família já aposentados, mais os que estão previstos até Março, isto significa que os portugueses sem médicos de família, em Março, rondarão os 900.000 a 1.000.000 de cidadãos. É obra!
Haja saúde, ou legalizem-se as medicinas alternativas, que pelo menos não gastam muitos medicamentos…
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