Já vai sendo um hábito na instituição liderada por Christine
Lagarde. Depois de ter reconhecido "falhanços
notáveis" no 1.º resgate à Grécia, e de ter assumido erros no cálculo
dos efeitos da austeridade, não só em Portugal mas também na economia global, a
directora do Fundo Monetário Internacional (FMI) volta a dizer: "Estávamos errados". Desta vez
o alvo da errata de Lagarde é a economia britânica que, ao contrário do que a
instituição previa está a recuperar melhor e mais depressa do que o estimado
pelo Fundo Monetário Internacional.
A instituição foi, desde sempre, uma forte crítica das
políticas de austeridade prosseguidas pelo governo britânico. Há um ano o
economista-chefe do FMI, Oliver Blanchard, dizia mesmo que o executivo estava a
"brincar com o fogo",
referindo-se aos cortes orçamentais previstos. No entanto, um ano mais tarde, o
FMI revê as estimativas de crescimento para este ano, agora em 2,9%, a melhor
marca entre os G7. Ontem, em entrevista à BBC, Lagarde reconheceu que: "Estávamos errados. Claramente o aumento
da confiança que resultou das políticas económicas adoptadas pelo governo
surpreendeu muitos de nós". Questionado sobre se teria pedido
desculpas ao chanceler do Tesouro britânico, George Osborne, a directora do FMI
respondeu: "Tenho de me pôr de joelhos?".
"Já dissemos claramente que
subestimámos o crescimento no Reino Unido e que a realidade dos
desenvolvimentos económicos veio provar que as nossas estimativas estavam
erradas".
É mais um caso de erro de cálculo do FMI quanto aos efeitos
da austeridade na economia, mas ao contrário dos últimos episódios, desta vez o
FMI terá pecado por excesso de conservadorismo.
É uma aposta dos diplomatas europeus. A próxima presidente
da Comissão Europeia pode mesmo ser Christine Lagarde, a atual diretora geral
do Fundo Monetário Internacional, face à ausência de uma maioria expressiva nas
Europeias.
A presidente do FMI, Christine Lagarde, negou ser candidata
à presidência da Comissão Europeia: "Não
sou candidata. Tenho um trabalho bastante importante e tenho intenção de
terminar meu mandato", disse.
Nesta semana, a chanceler alemã Angela Merkel consultou o
presidente francês François Hollande para saber se ele estaria disposto a
apoiar uma eventual candidatura de Lagarde, ao comanda da Comissão Europeia, o
poder executivo da União Europeia (UE).
Lagarde, que foi Ministra das Finanças de Sarkozy, na era Merkozy, como tal, não resolveu os problemas financeiros da França, nem do Euro, mas mesmo assim ou por isso, foi nomeada para Diretora-geral do FMI, destacando-se, nessas funções, o Fundo se ter enganado em todas as erráticas medidas de austeridade (com mais este o caso) aplicadas aos países intervencionados e ela própria ter confessado, várias vezes, embora tenha insistido, contraditoriamente, nas mesmas, talvez aconselhada pela Sra. Merkel, que agora parece querer adotá-la como substituta de Durão Barroso, o “fraco”.
Apesar de a chanceler ir “insistindo” em Junker para Presidente da Comissão Europeia, cuja família política não obteve a maioria absoluta no Parlamento Europeu, o “convite” a Lagarde ou a aceitação da Sra. Diretora-geral, só quer dizer que ELA já se apercebeu das suas fraquezas e dessas vantagens, a exemplo do que aconteceu com o Zé Manel e acontecer(i)á com Junker…
E se Lagarde nega vir a aceitar o lugar “oferecido” por Merkhollande, como no futebol, só quer dizer que será a próxima Presidente da Comissão Europeia, por ter a convicção de ter um trabalho bastante mais importante do que no FMI, lugar que qualquer outro badameco pode desempenhar, desde que tenhas bom feitio e maus fígados…
Dos fracos também reza a História, como demonstra o “Princípio de Peter”…
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