Nascida em Vila Nova de Gaia em Abril de 1971, licenciou-se em Biologia e obteve o grau de Mestre em Imunologia, na Universidade do Porto, em 1992 e 1994, respectivamente. Doutorou-se em Parasitologia Molecular, na University College of London e mais tarde fez pós-doutoramento no New York Medical Center. De regresso a Portugal foi investigadora principal no Instituto Gulbenkian da Ciência e desde 2005 que lidera o laboratório do IMM para a investigação da malária. É ainda professora da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e recentemente foi eleita directora executiva do IMM.
O Prémio Pessoa tem um valor de 60.000 euros e visa destacar personalidades da Cultura, Artes ou Ciência cuja obra tenha obtido destaque no panorama nacional.
A investigadora Maria Manuel Mota defendeu que “nada se faz sem dinheiro”, por muito boas que sejam as ideias, sublinhando que “a ciência é de todos, para todos”.
A cientista agradeceu as condições que teve para “experimentar, errar e corrigir” e o “enorme privilégio por poder passar os dias a procurar satisfazer uma das mais básicas necessidades humanas: a curiosidade”, realçando ainda a falta, em Portugal, de mulheres “como líderes de equipas criativas, a dirigirem institutos de investigação”, tendo antes considerado que o prémio demonstra que foi “uma boa aposta” a confiança depositada “numa geração que foi formada nos mais altos laboratórios do mundo”.
O júri destacou o “empenho entusiástico no que se pode chamar de cidadania da ciência”, uma vez que é também fundadora e presidente da Associação Viver a Ciência, que “tem como objetivo encorajar a filantropia em Portugal”.
Numa altura em que o investimento na investigação tem vindo a reduzir por razões estratégicas com base na poupança imediata, é bom e é bonito que o Prémio Pessoa seja entregue a uma pessoa da área da Ciência e da Investigação, para alertar quem é curo de vistas, que o futuro, o nosso e o da humanidade, se faz por aqui. No caso, quando o trabalho da equipa chefiada pela investigadora, incidem numa “praga” que atinge maioritariamente os mais pobres dos pobres e tem repercussões mundiais, é bom e é bonito!
Claro que estaremos todos de acordo que a distinção premeia uma geração, ainda jovem, formada nos mais altos laboratórios do mundo, o que não se faz sem dinheiro, porque é um investimento a médio prazo e que a ciência é de todos e para todos, razão porque tem que ser o Estado a disponibilizar o nosso dinheiro (ouviu Nuno Crato?), para podermos beneficiarmos dos resultados do trabalho que nos é oferecido como retorno. O mesmo já não se poderá aceitar quanto ao sexo/género do/as líderes de equipas criativas a dirigirem institutos de investigação, porque seria discriminatório e, penso, sem bases científicas que justifiquem…
Já quanto ao empenho entusiástico revelado por esta equipa, que tem que ser extrapolado para todas as outras, chamar-lhe “cidadania da ciência”, só se entende se houver intervenção dos cientistas na participação cívica, coisa que não se nota muito no nosso dia-a-dia, e é pena, e faz falta!
Tem razão Maria Mota ao destacar o método científico de: experimentar, errar e corrigir, que se fosse entendido e praticado noutras áreas, concretamente na política, daria frutos, conforme fosse tratada a “sementeira”…
Uma lição de civismo, que precisa ser repetida muitas vezes, por quem sabe que a solução não é cortar as plantas…
Parabéns à laureada, a Portugal e à Lusofonia!
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