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sexta-feira, 6 de junho de 2014

Afinal há dinheiro, mas o governo não quer ir ao mealheiro…

UTAO diz que manter esta almofada tem custos, mas também tem benefícios.
Portugal tem uma almofada financeira generosa, o que beneficia o país, conclui a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), os técnicos independentes que apoiam os deputados no Parlamento.
A antiga líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, exige saber como vai o Governo usar a folga de centenas de milhões de euros existentes no Orçamento do Estado deste ano.
Em plena discussão sobre o mais recente chumbo do TC a medidas de austeridade, a ex-ministra das Finanças volta a questionar o executivo sobre o destino da dotação provisional. “Há um ponto em relação ao qual não consigo conformar-me, que é não saber qual é o destino daquele dinheiro. Se não houver nenhum esclarecimento público sobre essa matéria, eu própria farei um requerimento à Assembleia da República a pedir aos deputados que me esclareçam sobre essa matéria, porque eles são obrigados a responder”, afirma.
A comentadora social-democrata sugere que o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, que desmarcou a viagem ao Mundial de Futebol do Brasil por causa do braço  de ferro com o TC, pode utilizar a folga orçamental para travar os cortes nos salários da função pública e nas pensões. “Em vez de o primeiro-ministro não ir ao futebol, eu acho que ele devia dizer à ministra das Finanças que utilizasse as reservas que lá tem para tapar estas situações. Para onde é que ele foi, não é para ter uma reserva, a dotação provisional é para isso mesmo”, questiona.
Ferreira Leite lembra que a actual ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, pode resolver os problemas orçamentais dos ministérios em 10 minutos, através de um simples despacho.
De resto, se a decisão do Constitucional impedir a entrega a Portugal da última tranche de mais de 2.000 milhões de euros, até é capaz de não ser mau para o país.
O bastonário dos Técnicos Oficiais de Contas (OTOC) defendeu não ser preciso aumentar impostos devido ao 'chumbo' de 3 normas do Orçamento de Estado, já que o Estado vai obter mais receita e conta com uma folga financeira.
Com o 'chumbo' de normas que implicam a reposição dos salários que os trabalhadores da função pública tinham em 2010, "as pessoas vão receber mais e, portanto, descontar mais [para o] IRS e mais para a Segurança Social", explicou Domingues Azevedo.
Segundo o bastonário da OTOC, o "efeito líquido das medidas que o Tribunal Constitucional decretou não são os 600 milhões de euros que dizem", já que, desse valor, há que reduzir as prestações a mais pagas para o IRS e para a Segurança Social.
Afinal, como já registei aqui, Contas feitas, não é almofada, é um colchão para “os” acautelar, com dinheiro lá dentro e que nos foi sacado em demasia...
Daí que MFL tenha toda a razão em dizer que a Maria Luís, em 10 minutos resolvia o “problema” da denúncia do TC do esbulho que o governo queria continuar a fazer e ainda maior sobre os Funcionários Públicos, se o PM der uma martelada no mealheiro que enfiou no colchão e usá-lo para pagar o que é devido a quem trabalha e já colaborou, durante 3 anos, para pagar os calotes dos que viveram acima das nossas possibilidades e fraudulentamente…
E tem também razão quando diz que se a troika não nos emprestar os 2.000 milhões, melhor para nós, que não pagaremos juros sobre esse “empréstimo”…
Mas mais razão tem o Bastonário da OTOC, que para além de referir a “folga” financeira (a almofada), nos vem lembrar (e ao governo), que as pessoas ao receberem mais, vão descontar mais para o IRS e mais para a Segurança Social, aumentando o montante das cobranças, evitando assim medidas substitutivas, sempre injustas…
Mas há mais um pormenor, que aumenta a cobrança, porque o IRS a pagar, depois da alteração dos escalões e das taxas, vão dar origem a um valor maior do que em 2010.
E agora, como é que a coligação vai justificar a ligação entre os chumbos constitucionais e o virtual buraco orçamental? Cabecinhas pensadoras!
Resumindo, o TC é que vai contribuindo para o “milagre” económico, como aconteceu com a reposição dos subsídios de férias e de Natal, aumentando o comércio interno, que sempre foi travado pela troika, e que gera postos de trabalho.
E é nisto, talvez, que se traduz a tal chamada “agenda política” do TC…
Honra lhe seja feita!

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